quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Conselho suspende Syd e Hailé assume presidência do Goiás.


A briga política no Goiás teve ontem mais um capítulo. E, dessa vez, com desdobramento radical depois de uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo com duração de quase cinco horas. Os conselheiros presentes - cerca de 170 - decidiram pela suspensão preventiva do presidente executivo do clube, Syd de Oliveira Reis, por 30 dias.
No lugar dele, e em função do pedido de renúncia dos vice-presidentes, os advogados e conselheiros Sebastião Macalé e Alexandre Iunes, assume o presidente do Conselho Deliberativo, Hailé Pinheiro, que, ontem, não deu entrevista.
O homem-forte do clube deverá, assim que assumir o cargo, se pronunciar sobre o momento do Goiás e quais as primeiras medidas que vai tomar para tentar evitar o rebaixamento do time à Série B do Campeonato Brasileiro, além de já encaminhar algumas resoluções, como a escolha de um diretor de futebol. Até a contratação de Jorginho, domingo, pode ser reavaliada pelo novo comando.
Syd será comunicado hoje, oficialmente, da decisão e, pelo estatuto do clube, terá cinco dias para que apresente a defesa. Na verdade, a situação política no clube caminha para renúncia forçada do dirigente - pessoas ligadas a Syd já teriam telefonado sugerindo-lhe que renuncie ao cargo.
Para o afastamento temporário do presidente, alguns fatos foram citados, como o não pagamento de tributos federais durante a gestão (20 meses), descumprimento de seis resoluções impostas pelo Conselho em relação a medidas administrativas (negociações e empréstimos de atletas, declarações sobre atos administrativos sem a prévia consulta ao Conselho, contratação e demissão do técnico Emerson Leão e prestação de contas mensais, que deveria ser feita aos sócios, e os dois meses de salários atrasados do elenco.
Os conselheiros também escolheram uma comissão interna para avaliar toda a gestão de Syd à frente do clube. A comissão, presidida por Edson José Ferrari e contando com outros quatro conselheiros - Dyogo Crosara, Goiandi Lopes de Brito, José Batista Segurado e Osvaldo Luiz Valinote - trabalha para apresentar relatório sobre o clube e a gestão Syd. Se não renunciar, ele pode ter o mandato cassado na Assembléia Geral, que deverá ser convocada para dia 10. A reunião teve uma discussão acalorada entre os ex-presidentes do clube, Wagner Vilela e João Gualberto (aliado e assessor da presidência).
Alviverde e Galo fazem duelo da crise
Ocupando as últimas posições na classificação da Série A do Brasileiro, Goiás e Atlético (MG)disputam hoje, às 21 horas, no Estádio Serra Dourada, o jogo da crise. Os times já se vêm ameaçados de rebaixamento e, às vésperas do término do 1º turno (é a penúltima rodada), têm fraca pontuação na competição.
A principal novidade do time alviverde, lanterna da Série A com 13 pontos e há dez rodadas sem saber o que é vitória, vai ser a estreia do técnico Jorginho, de 46 anos e ex-aulixiar de Dunga na seleção brasileira nas quatro últimas temporadas. Comandado pelo ex-técnico da seleção brasileira, Vanderlei Luxemburgo, o Galo mineiro tem 14 pontos, se vê também imerso em crise interna, mas o treinador avisou que não sai. O alvinegro é dono da pior defesa -30 gols sofridos.
Jorginho será o quarto técnico do alviverde neste ano - antes dele, passaram pelo clube Hélio dos Anjos, o xará Jorginho (atualmente na Ponte Preta) e Emerson Leão, demitido sexta-feira após a pressão de integrantes da torcida organizada Força Jovem.
Jorginho chegou segunda-feira, comandou dois treinos e não teve muito tempo de fazer mudanças táticas, mas já tomou algumas decisões em relação ao elenco - o goleiro Rodrigo Calaça, antes treinando em separado por determinação de Emerson Leão, já está reintegrado, assim como o volante Túlio e os laterais Jadílson e Wellington Saci, que devem ter novas chances.
Além da lanterna (13 pontos), de ostentar um dos piores ataques da competição, ao lado do Ceará (14 gols em 18 rodadas), Jorginho terá de saber administrar os problemas extracampo vivenciados pelo clube, como a briga política interna entre a diretoria executiva e o Conselho Deliberativo.
Outra situação difícil para o novo treinador é quanto aos atrasos de salários - o elenco alviverde completou dois meses sem receber na segunda-feira. "O atleta precisa receber em dia, pois tem família e outros compromissos para cumprir. A gente tem de reverter o momento difícil e foi isso que tentei passar aos atletas", revelou Jorginho, ontem, após comandar o segundo trabalho à frente do elenco junto com os assistentes Ailton Ferraz (auxiliar-técnico) e Joelton Urtiga (preparador físico).
No Goiás, Jorginho comanda o segundo time na carreira de técnico, iniciada no fim de 2005 e começo de 2006, quando levou o América (RJ) à final da Taça Guanabara e à semifinal da Taça Rio. Depois, o técnico foi convidado para fazer parte da comissão técnica de Dunga na seleção.
Ele sabe que, além de lidar com dificuldades financeiras, praticamente não terá opção de contratar jogadores, justamente pelo momento ruim do clube em termos de finanças. Jorginho não definiu o time e tem uma dúvida: Douglas ou Amaral no time. Dependendo da opção, Amaral cede a posição ao volante Wendel Santos e, nesse caso, Douglas será lateral. Caso contrário, Amaral fica no time e Wendel Santos atua na lateral. As outras novidades serão as presenças de Otacílio Neto no ataque, na vaga de Rafael Moura, suspenso. Wellington Monteiro ganha vaga de Rithely.

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