sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Presidente diz que sai do Goiás só por enfarte, derrame ou tiro.


A orientação do presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, Hailé Pinheiro, ao presidente do clube, Syd de Oliveira Reis, foi a de renunciar ao cargo executivo. O atual comandante se recusou e deu declarações fortes, ontem de manhã, em entrevista à CBN Goiânia: "Só tem três coisas que me tira do Goiás: enfarte, derrame ou tiro (sic)".
Rivais mais de um ano e meio depois de terem se unido na eleição vitoriosa do fim de 2008, os dois polarizam uma guerra política com acusações e críticas enquanto o alviverde está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro - ontem, com a perda de pontos do Grêmio Prudente, seu adversário de amanhã, o esmeraldino subiu uma posição, da 19ª para a 18ª.
Na terça-feira, após uma reunião do Conselho Deliberativo em que o órgão vetou a negociação do zagueiro Rafael Toloi e na qual circularam cartas com acusações contra os dois lados, Hailé Pinheiro disse estar pronto "para tentar achar uma solução" caso Syd de Oliveira quisesse procurá-lo para uma conversa. Na quarta-feira, os dois se encontraram e o pedido foi pela renúncia.
"Eu estive com ele, mas não avançou nada. Apenas existiu um pedido dele para que eu renunciasse", afirmou Syd de Oliveira. Ontem à tarde, o presidente esteve na Serrinha durante o treino do time, ao lado do filho (Sirion), do diretor financeiro do Goiás (Quênio Ramos) e do gerente de futebol (Beto Souza). O dirigente não quis dar entrevista e só avisou que falará em coletiva segunda-feira.
À CBN Goiânia, Syd de Oliveira opinou sobre o motivo do pedido de renúncia. "Eles querem que eu renuncie justamente para vender o Toloi e usar o dinheiro para resolver as finanças do clube e sair como salvador (sic)", disse. "Sou uma pessoa honesta, não ganho nada, mas também não sou fraco, não."
Compra de jogos
Em reportagem publicada ontem de manhã pelo portal Uol, Syd de Oliveira teria denunciado, por meio de carta distribuída aos conselheiros na reunião de terça-feira, que o alviverde "pagou para vários times produzirem resultados que interessava ao Goiás" para que o clube não caísse para a Série B em 2007, quando se livrou do rebaixamento na última rodada, ao vencer o Inter (2 a 1). Com a informação, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) chega cogitar abertura de inquérito para apuração dos fatos.

A carta que foi distribuída à imprensa na terça-feira não contém tal trecho. Também em entrevista à CBN Goiânia, Syd de Oliveira não confirmou a autoria desta parte da carta. "A carta que eu distribuí não tem nada disso. Estão inventando. É gente que está tentando me atrapalhar. Essa carta não é minha", afirmou.
O procurador-geral do STJD, Marcos Paulo Schmitt, disse que a acusação é passível de investigação, mas admitiu se preocupar com a legitimidade do documento. "Ainda vou avaliar isso com calma com base no noticiário. Vou avaliar o que foi noticiado para ver se existe condição mínima de investigação", disse, por telefone, ao POPULAR.
Valmir Lucas
Titular pela segunda vez seguida por conta de suspensões - primeiro, foi Ernando e, agora, Toloi -, o zagueiro Valmir Lucas diz que o rebaixamento assusta todos os jogadores. "Ser rebaixado vai ser muito ruim. A gente sente um pouco o momento (conturbado do clube), mas tem de evitar entrar nessa confusão fora de campo", disse o jogador de 21 anos, que irá compor uma das piores defesas do Brasileirão - o Goiás já sofreu 22 gols, o mesmo que o Avaí (3º colocado) e número só menor do que os 26 sofridos por Atlético (PR) e Atlético (MG)


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