quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Goiás quer a reabilitação em casa.


Em penúltimo lugar no Campeonato Brasileiro a cinco rodadas do fim do 1º turno e ainda sem vencer na competição após a paralisação para a Copa do Mundo - conquistou 3 pontos em 21 possíveis nas 7 últimas partidas -, o Goiás aposta nos próximos quatro jogos, dos quais três serão no Serra Dourada, para definir a vida na sequência da Série A. O problema é que o alviverde não conquistou nem metade dos pontos que disputou até agora em seus domínios no Brasileirão.
"Os próximos quatro jogos representam uma definição muito grande. Vamos ter dois confrontos praticamente diretos com a turma lá de baixo e três serão dentro de casa", afirma o técnico Leão, que, paralelamente ao Brasileiro, classificou o alviverde para as oitavas-de-final da Copa Sul-Americana. Nos próximos quatro jogos (veja quadro), o Goiás pega Grêmio Barueri, Fluminense e Atlético (MG) em casa. Além disso, enfrenta o Santos na Vila Belmiro.
Dos rivais que o alviverde pega em casa, Grêmio Barueri está próximo e Atlético (MG) está dentro da zona de rebaixamento. Só que Leão atesta o que tem ocorrido com o Goiás: "Temos de manter a regularidade. Os grandes não têm tanta superioridade em cima da gente. Mas contra os do nosso tamanho já aconteceu mais, como Guarani, Atlético (PR) e Avaí". O treinador ressalta a dificuldade que o time esmeraldino tem contra times "classe média", como Leão mesmo já chegou a definir.
"Esperamos que a regularidade seja possível nesses quatro compromissos futuros, que definem a nossa vida neste 1º turno", comenta Leão. Depois das quatro partidas, o Goiás encerra a primeira metade do Brasileirão contra o Corinthians, no Pacaembu, no dia 4 de setembro, mês em que voltará a campo pela Sul-Americana.
Base
Diante da dúvida sobre a negociação do zagueiro Rafael Toloi, formado no Goiás, e que acabou não se concretizando, Leão falou sobre a importância de se vender revelações. "Se o nosso time não vender, atravessa dificuldade financeira. Isso já dizia o presidente do São Paulo, que ele precisa vender no mínimo um jogador por ano. No Goiás, não é diferente", comenta o técnico esmeraldino. Sobre a influência em campo do atraso no pagamento de bichos (premiação) ao elenco, diz que os funcionários têm de "fazer parte do sacrifício" diante da falta de dinheiro no clube.

Romerito
Na vaga do suspenso Amaral no meio-de-campo, Romerito treinou ontem na preparação do Goiás para enfrentar o Grêmio Prudente sábado, às 18h30, no Serra Dourada. Ernando formará dupla de zaga com Valmir Lucas, já que Toloi também está suspenso.

Para ex-dirigente, falta conversa
O conturbado momento político alviverde chegou ao seu momento mais tenso na segunda-feira, quando o Conselho Deliberativo do Goiás se reuniu e por quase quatro horas viu dois dirigentes trocarem acusações e farpas sobre atos ocorridos na atual administração e em gestões anteriores. Ontem, ex-presidentes comentaram a situação pela qual o clube esmeraldino passa.
Presidente nos anos de 2007 e 2008, Pedro Goulart afirma que "não pode haver vaidade, ciúme, um atropelando o outro". Segundo ele, dirigentes precisam "parar com esse negócio de que foi fulano que fez isso, sicrano que fez isso". Paulo Lopes, mandatário em duas gestões (de 1995 a 1998), acredita que "qualquer administração chega nesse ponto de estrangulamento quando os dois poderes não conversam".
Os dois poderes em questão são o presidente Syd de Oliveira Reis e o presidente do Conselho Deliberativo Hailé Pinheiro. "O Conselho, estatutariamente, é o órgão soberano do clube e tem de ser consultado", explica Paulo Lopes. Os dois dirigentes hoje rompidos enfrentaram juntos Raimundo Queiroz na eleição do fim de 2008.
Segunda-feira, o presidente Syd de Oliveira afirmou que foi contra a contratação de Fernandão, em agosto do ano passado, e a renovação de contrato com o técnico Hélio dos Anjos, no final de 2009. Ele ainda relatou que o alviverde negociou mal a saída de Fernandão e Vitor.
Outra acusação é a de que o clube foi usado para ‘lavagem de dinheiro’ de adulteração de combustíveis ao se referir ao contrato firmado entre o Goiás e a empresa Luppi em 2006, durante a gestão de Raimundo Queiroz. Ele escreveu em carta que a assinatura do vínculo teve anuência do Conselho, na época também presidido por Hailé Pinheiro.
Rainha da Inglaterra
Sobre a repercussão na mídia, Pedro Goulart acredita que alguns assuntos devem ser tratados internamente. "Na minha época, era quase constante falarem que eu era rainha da
Inglaterra. Só por isso eu teria de ir para as rádios e para os jornais falar que quem mandava era eu? Não."

Na reunião de segunda-feira, o Conselho decidiu pela não negociação do zagueiro Rafael Toloi, de 19 anos, que teria uma proposta do futebol do exterior. O presidente Syd de Oliveira Reis atendeu ao telefonema da reportagem do POPULAR ontem à noite. Mas pediu nova ligação em 20 minutos e, em seguida, não houve mais sucesso nas tentativas de contato.

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