Relatos revelam falas ofensivas, insensibilidade e desprezo após corte do convênio das clínicas; mães cobram respeito e retomada dos atendimentos
A cidade de Nerópolis (GO) vive um dos momentos mais revoltantes da sua história recente.
Após o corte do convênio da Prefeitura com as clínicas que atendiam crianças autistas, mães de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) relatam ter sido humilhadas, desrespeitadas e ridicularizadas em reuniões realizadas com a secretária de Saúde — que é nora do prefeito Dr. Luiz Alberto Franco Araújo — e com a presidente da Câmara Municipal, Fegina.
Em áudios compartilhados entre as famílias, as mães relatam conversas carregadas de arrogância, preconceito e insensibilidade.
Uma delas, revoltada, afirma que ouviu da secretária críticas diretas às mães, chamando-as de “preguiçosas” e dizendo que “têm que tomar vergonha e trabalhar em vez de deixar as crianças nas clínicas”.
Relatos que chocam e revoltam
Nos grupos de mensagens, as mães descrevem as reuniões como um festival de desrespeito.
Segundo elas, a secretária de Saúde minimizou a importância do tratamento contínuo, ignorando os prejuízos causados pela interrupção abrupta dos atendimentos.
Em outro trecho, uma mãe relata que a presidente da Câmara, vereadora Fegina, teria dito que “muitas mães de autistas já são aposentadas, têm carro e salário, e que o município não pode bancar terapia pra todo mundo”.
Essas declarações causaram indignação imediata entre as famílias, que se mobilizam desde então para exigir respeito, empatia e providências.
O corte que feriu o coração das famílias
O convênio cancelado pela Prefeitura de Nerópolis garantia o atendimento de crianças com TEA em clínicas especializadas — serviços essenciais que envolvem fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e integração sensorial.
Com o fim do contrato, centenas de crianças ficaram sem atendimento, e muitas mães tiveram de interromper o desenvolvimento terapêutico dos filhos.
Enquanto o governo tenta justificar o corte com argumentos burocráticos, as famílias vivem o desespero diário de ver seus filhos regredindo.
Mães organizadas, governo acuado
As mães de autistas decidiram não se calar.
Elas têm se organizado em grupos e procurado apoio da imprensa, em especial dos jornalistas Messias da Gente e Cleuber Carlos, que vêm acompanhando o caso e dando voz a quem o poder público tenta silenciar.
As reportagens trouxeram à tona os áudios e mensagens que reforçam a percepção de que a gestão municipal trata o tema com desprezo e descaso, tentando inclusive desacreditar o movimento das mães, acusando-as de serem “influenciadas” ou “compradas” por adversários políticos.
Opinião do Blog
Quando uma mãe de autista é obrigada a implorar por um direito básico, o que está em jogo não é política — é humanidade.
As falas ouvidas nessas reuniões revelam uma falta de empatia chocante e um desconhecimento brutal da realidade das famílias que convivem com o autismo.
Não há justificativa, técnica ou financeira, que sustente tamanha crueldade.
Cortar o tratamento das crianças e ainda ofender as mães é cruzar o limite da ética, da decência e da dignidade pública.
Nerópolis precisa escolher de que lado está: do cinismo político que humilha e descarta, ou das mães que lutam, choram e resistem pelo direito de seus filhos viverem com dignidade.
Por Cleuber Carlos
Blog do Cleuber Carlos — O Blog que é Notícia

Nenhum comentário:
Postar um comentário