Em uma investigação que expõe o funcionamento interno do maior cartel de gestão de frotas do país, surge um nome que até agora permanecia discreto nos bastidores: João Luiz de Castro, advogado e operador jurídico que controla a PRIME Consultoria, empresa criada para exercer o papel mais estratégico e menos visível dentro do esquema.
Enquanto FitCard, LINK e NEO aparecem na linha de frente, João Luiz e sua PRIME cumprem a função que garante a sobrevivência da engrenagem quando algo dá errado:
a retaguarda jurídica e operacional do cartel — o Plano B.
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A PRIME como “plano B”: a peça que impede o colapso do cartel
Dentro da estrutura que controla cerca de 60% do mercado nacional de gestão de frotas, movimentando aproximadamente R$ 500 milhões por mês, a PRIME não atua como protagonista nas licitações.
Ela é muito mais valiosa do que isso.
✔ A PRIME entra quando outra empresa do cartel cai
Se a FitCard sofre contestação, se a LINK é denunciada, se a NEO enfrenta sanções, a PRIME assume contratos, substitui empresas, ocupa o espaço e mantém o fluxo financeiro ativo.
✔ A PRIME funciona como fachada jurídica
Como é comandada por um advogado, João Luiz de Castro, ela é usada para:
• absorver riscos,
• redirecionar contratos,
• proteger o núcleo central do esquema,
• recompor perdas quando ocorre alguma exposição,
• oferecer aparência de renovação e “empresa limpa”.
✔ É a empresa que nunca pode cair, porque é o amortecedor de impacto
Se o cartel fosse um prédio ilegal, a PRIME seria a fundação reforçada para evitar o desabamento.
O “seguro de vida” do cartel
A PRIME foi estruturada para garantir:
• continuidade contratual,
• proteção jurídica,
• substituição imediata,
• rotatividade de fachada entre empresas do mesmo grupo,
• manutenção da estrutura de arrecadação clandestina,
• e blindagem do comando real.
Essa função estratégica só existe porque o cartel opera como uma organização empresarial fechada, em que cada empresa exerce uma função específica dentro de um sistema planejado.
Para entender o papel real da PRIME dentro do cartel que domina o mercado de gerenciamento de frotas no Brasil, é preciso abandonar a lógica tradicional de competição empresarial.
A PRIME não é apenas uma empresa sancionada que atua quando as outras caem.
Ela é — como descreveu um experiente observador do setor — um plano B que possui vários planos A esperando na sombra.
E a parábola que melhor explica esse funcionamento é simples e devastadora:
**Se o Estado proíbe a PRIME de andar de carro, tudo bem — ela não anda de carro.
Mas existe um detalhe que ninguém percebe:
os ônibus também são da PRIME.
Ou seja: ela sai pela porta da frente, mas volta pela porta lateral.**
Essa imagem revela o coração do esquema.
A PRIME nunca desaparece.
Ela apenas muda de veículo.
Quando não pode participar da licitação como PRIME, ela aparece como:
LINK,
FitCard,
NEO,
GEFRON,
ou outros braços operacionais criados justamente para manter o fluxo de dinheiro sempre dentro do mesmo grupo econômico.
Não existe licitação “sem PRIME”.
Existe apenas licitação em que a PRIME está disfarçada.
O operador desse mecanismo: João Luiz de Castro
No centro dessa engrenagem está João Luiz de Castro, o estrategista jurídico e administrativo que transforma a PRIME no “plano B que nunca deixa de ser plano A”.
João Luiz não é o rosto público do cartel — ele é o arquiteto da continuidade.
Sua função não é disputar mercado, e sim garantir que:
quando um CNPJ cai, outro está pronto;
quando uma empresa é sancionada, uma substituta assume o papel;
quando o grupo é impedido de atuar, suas ramificações secundárias entram em ação;
quando o governo “tira o carro”, o cartel oferece um “ônibus” — que continua sendo controlado pelos mesmos operadores.
João Luiz é, na prática, o maestro da transição silenciosa, o homem responsável por garantir que nenhuma porta fechada impeça o cartel de entrar por outra.
É ele quem sustenta a engenharia paralela que impede que o sistema morra quando uma empresa sofre punição.
Por isso, mesmo sancionada em Goiás, a PRIME não perde presença de mercado — ela apenas transfere sua atuação para seus outros braços, acionados sob a coordenação de João Luiz.
Por que isso importa: um cartel que nunca sai do jogo
A parábola do carro e do ônibus demonstra o que os documentos revelam:
não existe saída, não existe interrupção, não existe ruptura.
O cartel opera como um organismo adaptável:
se um braço é cortado, outro cresce no lugar;
se uma empresa cai, outra assume;
se uma frente é exposta, uma retaguarda entra em campo.
É exatamente essa plasticidade que torna o esquema tão resistente às punições e tão lucrativo.
E quem garante que a metamorfose nunca para?
João Luiz de Castro.
Com essa arquitetura de permanência absoluta, o cartel:
controla 60% a 70% do mercado nacional,
movimenta cerca de R$ 500 milhões por mês,
mantém contratos públicos mesmo quando alguma empresa é sancionada,
e cria um ambiente em que nenhuma prefeitura consegue contratar fora do ecossistema do grupo, ainda que não perceba.
A PRIME não domina o cartel,
mas garante que ele nunca morra.
Ela é o seguro de vida do esquema.
O operador reserva que, na prática, joga como titular.
A metáfora é perfeita:
quando você acha que saiu da PRIME, você apenas entrou em outra empresa que também pertence a ela.
A pergunta é inevitável:
Quantas prefeituras brasileiras já contrataram o “plano B” do cartel acreditando estar escolhendo uma alternativa confiável?
E, pior:
Quantas ainda vão contratar sem saber que estão colocando o dinheiro público nas mãos da reserva estratégica do maior cartel de gestão de frotas do país?
A investigação continua.





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