No universo bilionário dos cartões de combustível, gestão de frota e benefícios públicos — onde o dinheiro circula rápido, silencioso e pulverizado — há um personagem que raramente aparece nos holofotes. Mas aparece em todos os contratos, nos certificados digitais, nas procurações, nos termos de referência, nos portais de transparência e, principalmente, no centro de um esquema que documentos oficiais descrevem como um dos cartéis mais sofisticados já identificados no Brasil.
O nome dele é JOÃO LUIS DE CASTRO.
Ele não é político. Não é empresário famoso. Não aparece em fotografias. Não concede entrevistas.
Mas controla uma empresa que, segundo um relatório técnico-jurídico robusto — produzido com base em processos reais, depoimentos, provas digitais e documentos trabalhistas — desempenha papel-chave em um grupo econômico coordenado que teria fraudado licitações públicas em várias regiões do país.
A empresa dele é a NEO CONSULTORIA E ADMINISTRAÇÃO DE BENEFÍCIOS LTDA, mais conhecida como NEO Facilidades.
E esta é a história que ele não gostaria que você soubesse.
1. A fachada: o empresário discreto que manda em contratos milionários
O documento analisado (Relatório Técnico-Jurídico – Análise de Evidências de Cartel) identifica com clareza:
- Empresa: NEO CONSULTORIA E ADMINISTRAÇÃO DE BENEFÍCIOS LTDA
- CNPJ: 25.165.749/0001-10
- Sócio e administrador: João Luis de Castro (CPF 221.XXX.XXX.57)
- Sede: Alameda Rio Negro, 503, sala 1803, Alphaville Industrial – Barueri/SP
Em contratos de prefeituras, portais de transparência, pregões eletrônicos e aditivos, é sempre a mesma imagem:
👉 A assinatura eletrônica de João Luis de Castro
👉 O certificado digital emitido em seu nome
👉 A responsabilidade direta sobre a execução dos serviços
É ele quem responde, assina, representa e fala pela NEO.
Mas isso é só a superfície
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2. Os documentos revelam: a NEO não atua sozinha — ela compõe um bloco coordenado
O relatório técnico-jurídico — baseado em processos trabalhistas que envolveram três diferentes empregados do grupo — revela algo muito mais grave:
A NEO Facilidades opera como parte de um conglomerado clandestino composto por cinco empresas:
- NEO Consultoria e Administração de Benefícios LTDA
- Prime Consultoria e Assessoria Empresarial LTDA
- FitCard Locação de Equipamentos Eletrônicos LTDA
- Euro Telecom EIRELI-EPP
- Link Card Administradora de Benefícios EIRELI-EPP
Essas empresas, embora legalmente separadas, funcionavam na prática como um único organismo, coordenando licitações, simulando concorrência e repartindo vitórias conforme conveniência.
Um dos depoimentos é cristalino:
“Todas essas empresas atuam como uma única empresa, coletando todas as licitações, e após estudar concorrentes e região, definem em reunião de diretoria com qual empresa vão atuar.”
O grupo chegou a criar códigos secretos para esconder sua coordenação durante licitações:
- PIXAR = PRIME
- Disney = LINK CARD
- Dreamwork = NEO
Ou seja, enquanto prefeituras acreditavam estar contratando empresas concorrentes, na verdade estavam contratando braços diferentes do mesmo organismo empresarial clandestino.
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3. A anatomia do cartel: escritórios diferentes, o mesmo prédio — e o mesmo comando
O relatório mostra que todas as empresas, inclusive a NEO de João Luis de Castro, atuavam:
- no mesmo conjunto de prédios no Alphaville Campinas
- com funcionários compartilhados
- com sistemas e equipes unificados
- com redistribuição de pessoal para enganar fiscalizações
Quando o Ministério Público do Trabalho ou auditores batiam na porta, os gestores simplesmente:
- mudavam funcionários de prédio
- escondiam materiais da empresa “concorrente”
- trocavam crachás
- apagavam e-mails
- ativavam códigos internos para despistar clientes
É o tipo de comportamento que nenhuma empresa legítima adota por acidente.
4. O papel da NEO no esquema: o braço de licitações mais “limpo”
Dentre as empresas do grupo, a NEO Facilidades era a peça apresentada como a mais “técnica”, mais “formal”, mais “institucional”.
Por isso:
- assumia licitações em que era preciso parecer “profissional”;
- entrava em pregões onde a PRIME estava queimada;
- enfrentava concorrência direta, simulando disputa com a Link e a Prime;
- assinava contratos com maior probabilidade de fiscalização externa.
E sempre com a assinatura dele:
João Luis de Castro – Sócio/Administrador
Em alguns estados, ele aparece inclusive como advogado da NEO, defendendo a empresa perante órgãos de controle.
Isto é extremamente raro — e muito perigoso.
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5. O impacto financeiro: o cartel que corrói o dinheiro público
O relatório utiliza parâmetros do TCU para estimar o prejuízo:
Entre 14% e 20% de sobrepreço em cada contrato
Em apenas um contrato analisado, o superfaturamento potencial ultrapassa R$ 30 mil.
Mas o grupo opera em:
- dezenas de prefeituras
- órgãos estaduais
- autarquias
- câmaras municipais
- contratos federais
Ou seja: o prejuízo global pode chegar facilmente à casa dos milhões.
E a NEO Facilidades, sob comando de João Luis de Castro, integra a peça central desse mecanismo.
⚖️
6. Os crimes em tese praticados (segundo as evidências):
Com base no relatório, nos depoimentos, nos documentos e na legislação brasileira, as condutas observadas se enquadrariam em:
Frustração do caráter competitivo da licitação
(Art. 337-F do Código Penal)
✔️
Organização criminosa
(Lei 12.850/2013)
✔️
Lavagem de dinheiro
(Lei 9.613/1998)
✔️
Improbidade administrativa e atos lesivos à administração pública
(Lei 12.846/2013)
✔️
Infrações trabalhistas sistemáticas
(CL T – art. 2º, §§ 2º e 3º)
Não se trata de erro operacional.
Não se trata de falha de gestão.
É um modelo de negócio estruturado, como descreve o relatório:
“Uma das estruturas mais sofisticadas e abrangentes já documentadas no Brasil.”
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7. E onde entra João Luis de Castro nisso tudo?
A resposta é simples.
Ele é o responsável legal pela NE
Ele assina os contratos.
Ele é o detentor do certificado digital
Ele aparece como administrador e proprietário.
Ele atua inclusive como advogado da empresa
E segundo os próprios depoimentos colhidos na Justiça do Trabalho, as decisões estratégicas sobre licitações — incluindo que empresa ganharia cada certame — eram tomadas em reuniões de diretoria conjuntas.
Ou seja:
📌 A NEO não é coadjuvante. Ela é parte da engrenagem.
📌 E o homem que controla a NEO é João Luis de Castro
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8. O que este caso representa para o Brasil
A história de João Luis de Castro e da NEO Facilidades não é apenas sobre uma empresa.
É sobre um modelo nacional de cartelização, que:
- sufoca concorrentes honestos;
- drena recursos públicos silenciosamente;
- cria monopólios disfarçados;
- dificulta auditorias;
- impede transparência;
- amarra prefeituras ao mesmo grupo econômico sem que elas sequer percebam.
Se comprovadas, as práticas descritas configuram um ataque direto ao dinheiro do contribuinte — e uma erosão grave da confiança na gestão pública.
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OPINIÃO — O BLOG DO CLEUBER CARLOS NÃO SE CALA
A figura de João Luis de Castro precisa ser exposta.
Precisa ser investigada.
Precisa ser compreendida dentro de sua dimensão real.
O país não pode continuar convivendo com cartéis de alta sofisticação, escondidos atrás de termos técnicos como “gestão de frota” e “cartões de benefícios”.
Quando empresas simulam concorrência, quando funcionários são trocados de prédio para enganar auditores, quando licitações são decididas em reuniões secretas, quando sistemas são unificados para camuflar vínculos — o que existe não é “liberdade economia”.
É crime.
É fraude.
É corrupção disfarçada de tecnologia.
E o nome no centro da NEO Facilidades — João Luis de Castro — não pode mais ser tratado como um detalhe administrativo.
Ele é parte essencial dessa história.
E o Blog do Cleuber Carlos seguirá acompanhando cada desdobramento, até que o país saiba exatamente o que aconteceu — e quem lucrou com isso.

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