sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Explode o Escândalo: Contrato de R$ 240 Mil Liga Caio Mota a Suposto Esquema Dentro da Prefeitura De São Miguel do Araguaia

Contrato de R$ 240 mil expõe suspeita de autocontratação e favorecimento ao ex-Controlador de São Miguel do Araguaia

Denúncia aponta que Caio Teixeira de Nascimento Oliveira teria mantido influência sobre a Controladoria Municipal após a própria exoneração, por meio da contratação da Mota & Oliveira Advogados e Consultores

A política de São Miguel do Araguaia volta ao epicentro das denúncias de desvio de finalidade e favorecimento interno.

Em meio ao turbilhão que envolve a Comissão Processante e as acusações que se acumulam contra a gestão municipal, um nome reaparece com força: Caio Teixeira de Nascimento Oliveira, ex-Controlador do Município.


Segundo a denúncia analisada pelo Blog, a contratação da empresa Mota & Oliveira Advogados e Consultores S/S, celebrada logo após a exoneração de Caio, é apontada como um caso clássico de autocontratação indireta, conflito de interesses e manutenção de influência velada sobre a Controladoria-Geral do Município.

A ligação entre o ex-Controlador e a Mota & Oliveira


O ponto central da denúncia é grave:

🔹 A empresa contratada — Mota & Oliveira — teria vínculo direto de parentesco ou afinidade com o ex-Controlador.

🔹 E o contrato foi firmado poucos dias após sua saída do cargo.


A Controladoria Municipal firmou o Contrato nº 193/2025, por inexigibilidade nº 44/2025, ao custo de R$ 240.000,00 ao ano, para “assessoria especializada”.


Mas o documento denuncia que essa assessoria não era necessária, pois a Controladoria já possuía consultores atuando no mesmo período, como Victor Hugo e Paola Belle.

Ou seja: mesmo serviço, mais um contrato, nenhuma justificativa técnica.


Conflito de interesses escancarado

A denúncia enquadra a contratação na proibição expressa do artigo 9º, inciso III, da Lei 14.133/2021:


Agente público não pode manter vínculo direto ou indireto com empresa contratada pela administração, quando isso possa resultar em benefício ou influência.


E é exatamente isso que o documento aponta:

  • Caio, mesmo após exonerado, teria mantido influência sobre a Controladoria,
  • possibilitando que uma empresa de pessoas próximas a ele assumisse o contrato,
  • em uma contratação sem licitação,
  • com justificativas frágeis e objeto redundante.

A bomba jurídica dentro do contrato

A cláusula 14.12 estabelece que o contrato será extinto caso o contratado mantenha vínculo técnico, comercial, econômico ou de parentesco com agente público que atue na licitação, fiscalização ou gestão.


A denúncia sugere que o contrato foi “montado sob encomenda”.


Contrato sem necessidade e com objeto duplicado


Outro ponto técnico é devastador:

A Controladoria já tinha outras consultorias vigentes, atuando no mesmo campo jurídico-operacional.

Isso significa que a contratação:

  • não atendia à necessidade pública,
  • não solucionava nenhum problema real da Controladoria,
  • e criava dois contratos para um mesmo tipo de serviço.

Essa duplicidade reforça o argumento de favorecimento e desvio de finalidade, previsto como infração no:

  • Art. 70 da Lei 14.133/2021 (nulidade do contrato com conflito de interesses)
  • Art. 11 da Lei 8.429/1992 (violação de princípios da administração pública)


O papel do prefeito e a extensão da ilegalidade

A denúncia vai além e aponta que o prefeito teria incorrido nas infrações:

  • VII, VIII e X do art. 4º do Decreto-Lei 201/67,
    que tratam de irregularidades político-administrativas cometidas pelo chefe do Executivo

Segundo o documento, a assinatura do prefeito em um contrato viciado dessa forma constitui:

  • violação do dever de probidade;
  • afronta à moralidade;
  • prejuízo potencial ao erário;
  • e responsabilidade política direta.

O retrato de uma Controladoria capturada


O caso expõe um dilema estrutural: a Controladoria — órgão que deveria fiscalizar, prevenir irregularidades e proteger o patrimônio público — aparece capturada por interesses privados e pessoais.

Se um ex-Controlador continua influenciando o órgão mesmo após exonerado, por meio de contratos assinados com empresas de pessoas próximas, a mensagem é clara:


Não há controle, não há independência, e não há garantia lde integridade dentro da própria Controlador.

É uma inversão completa da função institucional.


Opinião do Blog

O escândalo envolvendo Caio Teixeira de Nascimento Oliveira e a Mota & Oliveira é sintomático de uma doença política que corrói muitos municípios: o uso particular da máquina pública.


Contratos montados, consultorias artificiais, vínculos ocultos, parentesco travestido de técnica — tudo isso compõe um cenário em que o interesse público vira detalhe, e a administração se torna laboratório de favorecimento.


Se confirmadas as irregularidades, estamos diante de um caso de:

  • autocontratação ilícita,
  • conflito de interesses,
  • desvio de finalidade,
  • improbidade administrativa,
  • e descumprimento dos princípios constitucionais mais básicos.

E o mais grave: tudo isso dentro da Controladoria, o órgão que deveria impedir exatamente esse tipo de prática.


São Miguel do Araguaia merece mais do que consultorias fantasmas e contratos feitos sob medida — merece transparência, seriedade, e respeito ao dinheiro público.


Por Cleuber Carlos

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