sexta-feira, 28 de novembro de 2025

A Casa Caiu: Imóvel alugado por Júlio Pina até 2027 por R$ 6.500 é o mesmo que Maycllyn contratou em 2025 por R$ 11.000”

A Casa Caiu para Maycllyn e Júlio Pina: o mesmo imóvel, dois contratos, dois valores. O imóvel que o deputado pagava R$ 6.500,00 e tinha contrato vigente até 2027, foi alugado para a prefeitura de Morrinhos por R$ 11.000,00 em 2025, assim que Maycllyn assumiu como prefeito.

Escândalo dos Dois Contratos: Servidor Indicado por Deputado Recebe Aluguel Público do Próprio Padrinho Político — e Depois Aluga o Mesmo Imóvel à Prefeitura de Morrinhos por R$ 11 mil



Há casos que desafiam a lógica. Outros desafiam a moralidade.

Este, porém, desafia a legalidade, a ética e o bom-senso ao mesmo tempo.

Documentos obtidos pelo Blog do Cleuber Carlos revelam um arranjo que conecta um deputado estadual, um servidor indicado por ele, dois contratos simultâneos sobre o mesmo imóvel, um aumento inexplicável no valor do aluguel e uma linha do tempo que desmonta qualquer justificativa oficial.

O enredo envolve:

✔ o deputado Júlio Pina (MDB);

✔ o servidor Haroldo Ferreira dos Santos, indicado pelo deputado ao Governo de Goiás;

✔ o Governo do Estado de Goiás;

✔ o gabinete parlamentar;

✔ e a Prefeitura de Morrinhos.

O que os documentos mostram é explosivo:


O mesmo imóvel foi alugado ao deputado e, sem nunca ter sido devolvido, passou a ser alugado também à Prefeitura de Morrinhos — por quase o dobro do valor.

Vamos aos fatos.

🕵️‍♂️ A Linha do Tempo que Derruba Qualquer Defesa


10 de janeiro de 2023 — O primeiro contrato: deputado aluga imóvel de servidor indicado por ele

Júlio Pina firma contrato de locação com Haroldo Ferreira dos Santos.

Valor mensal: R$ 6.500

Prazo: 4 anos, até 10 de janeiro de 2027.

Finalidade: escritório de representação parlamentar.

Ou seja:

O deputado alugava imóvel de um servidor comissionado por indicação dele próprio.

É o tipo de relação que a moralidade administrativa reprova instantaneamente.


07 de março de 2023 — Dinheiro público começa a entrar

O gabinete de Júlio Pina paga a Haroldo o valor de R$ 6.500, via verba indenizatória, sob a rubrica “locação de imóveis”.

Documentado. Comprovado. Oficial.

A partir desse ponto, o servidor indicado pelo deputado passa a receber salário do Estado + aluguel pago pelo gabinete do mesmo deputado.

Conflito de interesses é pouco.

Isso é dependência política remunerada, financiada com dinheiro público.

2023 e 2024 — Haroldo continua no cargo comissionado


Haroldo permanece nomeado no Governo de Goiás, exercendo função DAS-4 na Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (SIC).

Salário público.

Contrato ativo.

Aluguel mensal pago pelo gabinete.

Nenhuma interrupção.

Nenhuma rescisão contratual.

12 de setembro de 2024 — Haroldo é exonerado

O governador Ronaldo Caiado assina o decreto de exoneração.

Ou seja:

Haroldo permaneceu 1 ano e 8 meses recebendo dinheiro do deputado que o indicou.

Até aqui, já há um problema grave. Mas a pior parte ainda vem

🚨 O Segundo Contrato: a Prefeitura Entra na História

7 de fevereiro de 2025 — O mesmo imóvel é alugado à Prefeitura de Morrinhos

O Fundo Municipal de Saúde assina contrato de R$ 11.000/mês, quase 70% a mais que o valor pago pelo deputado.

Detalhe:

É o mesmo imóvel. A mesma casa no Setor Coimbra.

E mais grave:

O contrato de 2023 com Júlio Pina ainda estava vigente até 2027.

Não existe:

❌ termo de entrega das chaves

❌ rescisão contratual

❌ vistoria de saída

❌ qualquer documento comprovando que o deputado desocupou o imóvel

❌ qualquer justificativa técnica para o aumento de 70%

❌ avaliação de mercado que sustente o novo valor


A Prefeitura simplesmente alugou um imóvel que já estava alugado — e pagou muito mais por ele.

🔥 O Imóvel que “Vale por Dois”: Legalmente Impossível, Moralmente Indefensável


A lei é clara:

📌 Não se aluga um imóvel que já está alugado sem rescisão formal.

📌 Não se paga por um imóvel que não foi devolvido.

📌 Não se celebra contrato sobre bem com posse locatícia vigente.

E aqui vai o ponto central:

Não há registro de devolução do imóvel por parte do deputado.

Isso significa que:

👉 O contrato de 2023 estava de pé.

👉 O contrato de 2025 foi firmado em cima dele.

👉 Dois entes públicos pagaram pelo mesmo imóvel.

👉 O proprietário é o mesmo servidor indicado pelo próprio político beneficiado.

👉 Houve aumento artificial e injustificado.

É o tipo de caso que qualquer auditor classifica como:

IMPROBIDADE.

DANO AO ERÁRIO.

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.

CONFLITO DE INTERESSES.

VIOLAÇÃO FRONTAL AO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO.

🧨 O Eixo da Denúncia: Política, Contrato e Benefício Pessoal

A relação é direta — e perturbadora:

  • Júlio Pina indica Haroldo para cargo DAS-4 no Estado.
  • Haroldo, servidor nomeado, aluga seu imóvel ao deputado.
  • O deputado paga o aluguel ao servidor nomeado através de verba pública.
  • Haroldo é exonerado em 2024.
  • Meses depois, aluga o MESMO imóvel à Prefeitura de Morrinhos por quase o dobro do valor, sem que o contrato original tenha sido anulado.

O círculo se fecha.

E ele não fecha de forma honesta.

⚖ O Caso Agora Exige MP-GO, TCM e Polícia Civil

Há elementos para:

✔ Improbidade administrativa

✔ Enriquecimento ilícito

✔ Dano ao erário

✔ Falsidade ideológica por omissão de rescisão

✔ Tráfico de influência

✔ Violação aos princípios da moralidade, impessoalidade e legalidade

✔ Eventual estelionato contra a administração

É o tipo de esquema que só é desvendado quando alguém quebra o silêncio.

E agora foi quebrado.

🗣 Opinião do Blog do Cleuber Carlos

O Estado existe para servir ao cidadão — não para servir a arranjos pessoais, trocas de favores ou esquemas administrativos paralelos.

Neste caso, os documentos mostram algo que a sociedade não pode naturalizar:

👉 um servidor indicado por um político,

👉 recebendo dinheiro público do próprio político que o nomeou,

👉 e, ao final, lucrando novamente sobre o mesmo imóvel, agora por meio da prefeitura,

👉 com dois contratos simultâneos e incompatíveis entre si.

É um retrato fiel de como se cria, se alimenta e se perpetua uma relação de dependência financeira, política e administrativa dentro do Estado.

Não é apenas irregular.

Não é apenas imoral.

É profundamente nocivo para a confiança pública.

E por isso precisa ser investigado — imediatamente, profundamente e sem acordos de bastidor.

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