Vídeo produzido pelo presidente do sindicato, Paulo Sérgio Alves de Araújo, mostra ator no papel de criminoso que debocha do trabalho das forças de segurança de Goiás e trata policiais como se fossem comédia. Em nota, instituições classificam peça publicitária como “mentirosa e que presta um desserviço à sociedade”
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Paulo Sérgio Alves de Araújo, lançou nesta semana três vídeos em redes sociais que causaram perplexidade na categoria e diversas instituições ligadas à segurança pública manifestaram indignação pelo teor do conteúdo divulgado. Em nota oficial, assinada pelo vice-governador e secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária, José Eliton, e por comandos das forças policiais, a campanha foi classificada como “mentirosa e que presta um desserviço à sociedade”.
“É inacreditável que uma entidade, em nome de seus sindicalizados, exiba uma peça publicitária onde um ator contratado faz as vezes de criminoso e debocha, explicitamente, do trabalho das forças de segurança de Goiás, tratando os policiais como sendo comédia”, afirma a nota.
“Um vídeo produzido e divulgado pelo próprio presidente do Sinpol: um despautério completo, uma afronta não ao governo, mas a cada policial goiano que presta serviço de excelência e honra sua insígnia”, diz o documento.
O texto foi assinado pelo comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Divino Alves; pelo delegado-geral da Polícia Civil, Álvaro Cássio; comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, coronel Carlos Helbingen Júnior; pela superintendente da Polícia Técnico-Científica, Rejane da Silva Sena Barcelos; pelo superintendente executivo de Administração Penitenciária, coronel Victor Dragalzew, e pelo superintendente executivo da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, coronel Edson Araújo.
O documento lamenta, ainda, a forma como os policiais são desrespeitados na suposta campanha de valorização. “Nunca se viu tamanho despropósito, mesmo porque, em Goiás, não há lugar onde a polícia não entre. As forças de segurança fazem valer sua autoridade no exercício de sua missão, atuam com dedicação e denodo”.
E destaca que “todos têm consciência de que as polícias de Goiás estão entre as melhores equipadas do Brasil. Possuem armas, veículos e equipamentos de proteção individual adequados e que são ampliados ou repostos conforme solicitação dos comandos”.
Concurso Público
O comunicado esclarece também que, “quando das discussões sobre o novo concurso público, foram as entidades, entre elas o Sinpol, que apresentaram duas alterações na proposta para recomposição do efetivo com a realização de concurso público: ensino superior completo como condição para ingresso na carreira e que o interstício para progressão seria de quatro anos”. Segundo a nota, “na mesa de negociações, todos demonstraram amplo entendimento e foi formalizado acordo nos termos propostos pelas entidades, entre elas, repetimos, o Sinpol”.
“São estes mesmos homens e mulheres que terão, por exemplo, direito à assistência jurídica quando demandados por ato praticado no exercício de sua missão”, afirma a nota. “Tal iniciativa põe Goiás na vanguarda do Brasil no que diz respeito à proteção institucional dos servidores da segurança pública, proporcionando ao policial a tranquilidade para bem exercer a profissão”.
O documento afirma, ainda, que “sabemos da importância de novas conquistas para as forças policiais. Mas, somente um governo que investiu mais de R$ 2,7 bilhões em segurança pública em 2015 (12,55% da receita), que rotineiramente entrega novos equipamentos, que realmente valoriza seus policiais tem as credenciais necessárias para fazer com que todos creiam, com convicção, que os avanços futuros são possíveis”.
Por fim, os que subscrevem a nota lamentam a atuação do atual presidente da Sinpol: “Inadmissível que um líder sindical paute sua atuação por questões político-partidárias”. E prossegue: “Ele participou de reunião, na mesa pediu desculpas pelo seu comportamento inadequado, debateu a questão relacionada ao novo concurso. Fez proposta, fechou acordo juntamente com outras entidades, mas vem agora alcunhar de maluquice do governo uma proposta que teve a sua origem na força-tarefa da segurança pública, integrada por representantes de todos os poderes constituídos, além de entidades relacionadas com o tema. Mais grave: teve a sua expressa concordância”, finaliza.
Coletiva
Após a divulgação de material, o presidente do Sinpol, Paulo Sérgio Alves de Araújo, convocou nesta quarta-feira (20) a imprensa para fazer acusações contra a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSAP-GO). Durante a coletiva, ele foi questionado sobre, por exemplo, a anuência que deu à propositura de realização de concurso público para admissão de 3 mil novos policiais. Como resposta, Paulo Sérgio desconversou e afirmou apenas que debateu as questões, mas que não teria concordado com os termos do certame.
Nenhum comentário:
Postar um comentário