quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Supreender líder é a missão do Goiás.


Haverá muitos contrastes no Serra Dourada hoje, a partir das 19h30, entre Goiás e Fluminense, que se enfrentam com objetivos distintos pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na zona de rebaixamento, o alviverde quer começar a fugir da crise pela qual passa. O time sentirá a cobrança que virá da torcida e tentará evitar a maior série de jogos sem vitória da história do clube na competição. Na parte de cima da tabela, o tricolor das Laranjeiras é líder da Série A, quer se manter na ponta e arrastará ao estádio goiano uma torcida empolgada com o momento do time.
Se não vencer hoje, o Goiás alcança a marca de nove partidas sem vitória no Brasileiro e ultrapassa o recorde do ano passado, de oito partidas sem triunfo. O jejum em 2009, que durou da 27ª à 34ª rodadas, foi o que acabou com o sonho do alviverde de brigar por vaga à Copa Libertadores e até pelo título.
Neste ano, a última vitória esmeraldina no Brasileirão foi antes da paralisação para a Copa do Mundo, sobre o Flamengo (2 a 1), fora de casa. Depois disso, a equipe empatou três vezes e perdeu cinco, inclusive na última rodada, para o Grêmio Prudente, em casa (2 a 1). "Não tem nada que eu possa dizer. Tanta coisa foi dita e a gente não conseguiu vencer o Prudente. A situação é complicada", reconheceu o atacante Rafael Moura, que volta ao time após quatro jogos de suspensão.
Efeito suspensivo
O Goiás conseguiu efeito suspensivo que permite a escalação de Rafael Moura. O jogador pegou gancho de seis jogos por conta de agressão a um repórter no Barradão, em Salvador, no dia 21 de julho, após empate por 2 a 2 com o Vitória. "Tem de juntar todos os fatores, vontade, sorte e um pouco mais de competência", comentou o atacante, um dos artilheiros do time no ano, com dez gols, ao lado de Felipe, negociado com o Al-Nasr, dos Emirados Árabes.

Se o Goiás tem limitações e ainda perdeu opções ofensivas - foi anunciada a saída de Felipe e Johnathan -, o Fluminense, mesmo líder e com um bom elenco, se reforçou mais ainda.
Deco, meia-armador luso-brasileiro, foi o último a ser contratado. "Quando se tem consciência de sua limitação, acho mesmo legal, porque você trabalha para superar", disse o técnico do Goiás, Emerson Leão.
"É muito difícil falar em técnica e qualidade dos jogadores estando na vice-lanterna (o Goiás é o 19º, com 13 pontos), mas acredito no potencial do meu grupo", disse, otimista, Rafael Moura.
A situação distinta entre as duas equipes que se enfrentam hoje ficou mais evidente há quatro rodadas. Na 12ª partida pela competição, o Fluminense bateu o Atlético (PR), em casa, por 3 a 1, e voltou à liderança do Brasileiro, onde permanece até agora, mas apenas dois pontos à frente do Corinthians. Já o Goiás foi goleado pelo Avaí (4 a 1) e caiu para a zona de rebaixamento, da qual ainda não conseguiu se livrar.
Outras diferenças são os números de ataque e defesa. O Fluminense tem a segunda melhor defesa (11 gols sofridos) e está entre os quatro melhores ataques (25 marcados) do Brasileirão. Já Goiás tem a terceira pior defesa (24) e o terceiro pior ataque (14). "Mas o futebol é feito de surpresas, de tabus. A gente tem de quebrar paradigmas", resumiu Rafael Moura.
O Goiás atravessa uma de suas maiores crises administrativa dos últimos anos com atritos e declarações polêmicas dos principais dirigentes, inclusive com pedidos de renúncia mútua do presidente do Conselho Deliberativo, Hailé Pinheiro, e do presidente executivo, Syd de Oliveira Reis.
O Goiás também está com problemas financeiros. Para piorar a situação, a equipe está entre as últimas colocadas no Brasileiro, ameaçada de rebaixamento. Para falar desses assuntos, o entrevistado desta semana do Face a Face será o presidente, Syd de Oliveira Reis.

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