A Iluminação Sofrida de Trindade: Contrato com Grupo F8 vira crise, Câmara reage com convocação oficial, denúncias emergem — e a população segue no escuro
O programa de R$ 20 milhões prometeu modernidade e economia. Entregou falhas, reclamações, suspeitas de superfaturamento, ruas às escuras e uma convocação unânime da Câmara Municipal.
Por Cleuber Carlos
Trindade vive hoje uma tempestade que começou com luz — mas terminou em sombra.
O programa “Trindade, a Cidade que Brilha”, apresentado com destaque pelo Executivo, previa R$ 20 milhões para transformar a iluminação pública, trocar milhares de luminárias e entregar mais segurança aos moradores.
Mas, no lugar de brilho, veio a escuridão:
ruas apagadas, setores inteiros com lâmpadas queimadas, falhas persistentes e um contrato que entrou no radar da Câmara — e do povo.
No centro de tudo isso está o Grupo F8 / F-LED, empresa responsável por parte crucial da iluminação pública do município.
E agora, graças a um documento oficial da Câmara Municipal, o caso deixa de ser rumor e passa a ser fato institucional.
O DOCUMENTO QUE MUDA TUDO: CONVOCAÇÃO OFICIAL DO DIRETOR DO GRUPO F8
O Blog do Cleuber Carlos teve acesso ao Requerimento nº 130/2025, protocolado e assinado pelo vereador Weslley Silveira Bueno, e enviado ao presidente da Câmara, Mauro de Paula Silva.
O documento — cuja íntegra está registrada na Câmara — determina:
➡ A CONVOCAÇÃO DO DIRETOR-GERAL DO GRUPO F8
para comparecer à 1ª sessão ordinária do mês de abril de 2025 e prestar esclarecimentos sobre a situação da iluminação pública em Trindade.
📎 Documento oficial anexado:
📌 /mnt/data/7070F2DF-57F0-4FD3-B162-BE230BF596DD.jpeg
A justificativa do parlamentar é direta:
o diretor deve explicar “a situação da iluminação pública”, garantir transparência, prestar contas à população, esclarecer problemas existentes e apresentar soluções imediatas.
E um detalhe chama atenção:
**O requerimento foi aprovado por unanimidade.
16 votos a zero.**
No Brasil político, unanimidade só existe quando a coisa está feia.
O Programa de R$ 20 Milhões que não iluminou a cidade
A prefeitura divulgou o programa “Trindade, a Cidade que Brilha” como marco administrativo.
- troca de 23 mil luminárias,
- investimento de R$ 20 milhões,
- promessa de economia de energia,
- modernização da infraestrutura pública.
No papel, parecia perfeito.
Nas ruas, a história é outra.
O que se vê hoje:
- setores inteiros sem iluminação;
- lâmpadas queimadas que não são substituídas;
- equipamentos instalados que não funcionam;
- reclamações diárias da população.
E a pergunta que ecoa pela cidade é simples:
Para onde está indo o dinheiro desse contrato?
DENÚNCIA DE SUPERFATURAMENTO: F-LED NO CENTRO DA POLÊMICA
Um episódio elevou ainda mais a temperatura:
o médico e ex-vereador Dr. Edson Cândido denunciou publicamente possível superfaturamento em luminárias fornecidas pela marca F-LED, pertencente ao Grupo F8.
Segundo sua denúncia:
- valores pagos pela prefeitura não condizem com preços praticados no mercado;
- o custo unitário seria bem mais alto do que o razoável;
- as entregas não correspondem ao que foi gasto;
- e parte da obra estaria atrasada ou incompleta.
Trindade não recebeu a luz que pagou.
F8 sob pressão: falhas na execução e demora para resolver problemas
Além da suspeita de superfaturamento, moradores relatam:
- trocas demoradas,
- prazos descumpridos,
- postes instalados sem funcionar,
- setores que nunca receberam a prometida iluminação LED,
- e ausência de equipe operacional eficiente.
A cidade ficou no escuro — e a Câmara percebeu.
Um contrato que não fecha: ausência de transparência e silêncio do Executivo
Até agora, não houve resposta clara do governo municipal sobre:
- o edital detalhado da licitação,
- os valores unitários de cada luminária LED,
- os aditivos do contrato,
- o cronograma completo de execução,
- as empresas concorrentes,
- e a fiscalização real do serviço.
Quando perguntas básicas não têm resposta,
é porque a gestão tem medo de revelá-las.
A pergunta que ninguém quer responder: quem sustenta o contrato na política?
Não existe contrato de iluminação pública de R$ 20 milhões sem padrinhos políticos.
E, diante da convocação oficial e das denúncias crescentes, uma pergunta se impõe:
**Quem são os aliados políticos do Grupo F8 dentro da gestão municipal?
Quem indicou essa empresa?
Quem assinou?
Quem ganhou politicamente com isso?**
Nada de relevante em Trindade acontece por acaso.
E nada desse porte acontece sem articulação interna.
💔
O resultado para a população: Trindade paga a conta — e continua no escuro
Enquanto luminárias caras aparecem no papel,
o que aparece na rua é:
- insegurança,
- escuridão,
- medo,
- bairros abandonados,
- acidentes,
- violência facilitada.
O povo paga por luz.
Mas recebe sombra.
🗣️
OPINIÃO – O Blog do Cleuber Carlos
O caso do Grupo F8 é o retrato de como uma cidade pode gastar milhões, assinar contratos robustos, criar slogans chamativos — e ainda assim entregar serviços piores do que antes.
A convocação oficial do diretor do Grupo F8 é um marco.
Significa que a Câmara, finalmente, deixou de fechar os olhos.
Significa que vereadores, independentemente de base política, perceberam a gravidade.
Significa que a cortina está caindo.
E agora cabe ao Ministério Público, ao TCM e à própria população exigir:
- transparência,
- documentos,
- respostas,
- e responsabilidade.
Porque Trindade não pode ser “a cidade que brilha” apenas no discurso.
O brilho precisa aparecer nas ruas.
E, até agora, o que brilha mesmo é a suspeita.

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