quinta-feira, 27 de novembro de 2025

A S10 Fantasma: Caminhonete Some, Reaparece Batida e Escancara um Escândalo no Gabinete de São Miguel


A S10 Fantasma do Gabinete: Sumiu, Reapareceu Acidentada e Agora Revela um Enigma Que Pode Bater na Porta do Ministério Público

A caminhonete S10 zero quilômetro, vinculada ao Gabinete do Prefeito de São Miguel do Araguaia e segurada com recursos públicos por meio do Contrato nº 119/2024, não é apenas um veículo oficial. Ela se tornou, nas últimas semanas, um dos símbolos mais claros de como a gestão municipal opera nas sombras, com versões conflitantes, ausência de transparência e indícios que obrigam uma resposta imediata das autoridades de controle.

O Blog do Cleuber Carlos denunciou ainda em outubro o desaparecimento da caminhonete. O veículo sumiu de São Miguel. Simples assim. A informação que chegava era uma só: ninguém sabia onde a caminhonete estava, quem estava usando ou por que havia sumido.

Mas a população sabia. E as fontes sabiam. A S10 foi vista rodando em Goiânia, longe de sua sede oficial de uso, e com um detalhe explosivo: o motorista seria Saulo Rolim, o mesmo assessor político apontado como operador de bastidores da OS Instituto Alcance e de interesses externos no município.

Depois da repercussão da denúncia, a caminhonete — como num passe de mágica — reapareceu.

Mas reapareceu acidentada.

E é aqui que começa o novo capítulo dessa história, um capítulo que exige atenção do Ministério Público.

Duas versões emergem — ambas gravíssimas

Nos bastidores da cidade, duas versões circulam:

VERSÃO 1 — A caminhonete foi dada como garantia a um agiota

A informação, relatada por pessoas próximas ao gabinete, indica que o prefeito teria uma dívida particular com um agiota.

Segundo essa versão, para garantir o pagamento, o veículo oficial — patrimônio público — teria sido entregue ao credor.

Isso, se confirmado, configura apropriação indevida de bem público, desvio de finalidade, dano ao erário, e crime previsto no Decreto-Lei 201/67.

É o tipo de fato que derruba prefeito.

VERSÃO 2 — Saulo Rolim bateu a caminhonete após avançar um sinal vermelho

A segunda versão aponta que Saulo, conduzindo a S10 em Goiânia, teria sofrido um acidente por ultrapassar um semáforo vermelho.

Isso explicaria o estado do veículo hoje: parado em uma oficina em São Miguel, ainda não consertado.

Ambas as versões podem ser verdadeiras. Ou nenhuma delas.

Mas o que importa é: a prefeitura não apresentou nenhuma versão oficial.

A pergunta que grita: CADÊ O LAUDO DO ACIDENTE?

A caminhonete tem seguro contratado com dinheiro público, incluindo cobertura de colisão, perda parcial e perda total.

Se houve acidente — e houve — deveriam existir:

  • Registro oficial da ocorrência
  • Boletim de acidente de trânsito (BAT)
  • Laudo pericial da seguradora
  • Comunicação imediata ao seguro
  • Orçamento autorizado para conserto

Nenhum desses documentos foi tornado público.

Nenhum.

E isso não é detalhe burocrático; é prova material de que o processo está irregular.

A seguradora só paga se houver REGISTRO do acidente

É assim com qualquer cidadão.

É assim com qualquer empresa.

Com o poder público, deveria ser ainda mais rígido.

A seguradora não libera reparo de R$ 20 mil, R$ 30 mil ou R$ 40 mil sem:

  • vistoria,
  • laudo fotográfico,
  • boletim,
  • assinatura do condutor responsável.

E é justamente isso que falta nessa história: quem era o condutor?

Se foi Saulo Rolim, ele estava autorizado a dirigir um veículo oficial?

Se não foi ele, quem foi?

E por que o nome desse condutor não aparece em documento nenhum?

A S10 está há semanas em uma oficina. Quem vai pagar?

A oficina existe.

A caminhonete está lá.

É fato.

Agora, duas possibilidades:

1. O conserto vai ser pago pela seguradora — se houver registro

Mas não existe, até agora, documentação pública que indique essa comunicação.

2. O conserto será pago pela própria prefeitura

O que seria desvio de finalidade e prejuízo ao erário, já que o município pagou seguro justamente para isso.

As perguntas que o Ministério Público precisará responder

  1. Onde está o laudo do acidente da S10 oficial?
  2. Quem estava dirigindo o veículo no momento do acidente?
  3. Por que o veículo oficial desapareceu da cidade por semanas?
  4. Quem autorizou que ele fosse para Goiânia?
  5. A seguradora foi acionada? Quando? Por quem?
  6. Se a caminhonete foi usada como garantia de dívida particular, quem permitiu isso?
  7. Por que o gabinete — dono formal do veículo — não publicou nenhuma explicação oficial?

No fim, resta a pergunta mais importante: QUAL É A VERDADE?

Porque uma coisa é clara:

A verdade não combina com silêncio.

E muito menos com caminhonete sumida, reaparecendo batida e sem nenhum documento oficial.

O caso da S10 não é apenas uma história de acidente.

É uma história de ocultação, omissão, conflito de versões e indícios de que a máquina pública pode ter sido usada para interesses que nada têm a ver com São Miguel do Araguaia.

O Blog do Cleuber Carlos continuará acompanhando — e expondo — cada capítulo.


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