quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Efeito Caiado: Goiás Foi o Único Estado Que Não Reduziu Desemprego no Brasil

Com Ronaldo Caiado (DEM) no governo estadual, o emprego formal está descendo ladeira abaixo no Estado, e em grande velocidade. Dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE a partir da pesquisa Pnad Contínua mostram que Goiás teve a segunda maior aceleração do país no primeiro trimestre deste ano.
É assustador: de janeiro a março, a taxa de desemprego em Goiás cresceu de 13,1% para 18%. É a quarta maior taxa de desemprego do País, atrás apenas de Amapá (20,2%) e Bahia (18,3%) e ao lado do Acre (18%).
“Considerando-se as variações estaticamente significativas, em 14 das 27 unidades da federação, a taxa cresceu em relação ao trimestre anterior. Nas demais UFs, houve estabilidade. As maiores variações foram no Acre (4,9 pontos percentuais), Goiás (2,5 p.p) e Mato Grosso do Sul (2,5 p.p)”, diz o informe do IBGE.
Com Caiado, Goiás mudou a liderança no quesito mercado de trabalho: sai da liderança do emprego para a liderança do desemprego.
Em entrevista veiculada na manhã desta terça-feira (18/2) no Bom Dia Goiás (TVAnhanguera) com o chefe do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, foram buscadas explicações para entender os motivos pelos quais Goiás foi o único Estado da Federação a não reduzir o desemprego.
Vieira citou os baixos índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) como fomentadores do desemprego. Já o jornalista Anderson Pancieri atribuiu o problema à falta de mão de obra qualificada dos trabalhadores. “A falta qualificação atrapalha para conseguir o emprego”, avalia.
Os dados preocupam, já que o governador Ronaldo Caiado anunciou o fechamento de várias unidades da Universidade Estadual de Goiás no interior do Estado. O fato, a curto prazo, deve diminuir a qualidade de mão de obra em todo o Estado.
Outro motivo de alerta são os cortes dos incentivos fiscais anunciados pelo governo de Goiás. Os cortes, avaliam economistas, vão dificultar a atração de novas empresas para Goiás e já estão gerando uma debandada de grandes geradores de postos de trabalho para outros estados.
A taxa média de desemprego fechou 2019 em queda em 16 estados, de acordo com IBGE. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, houve queda em sete estados. Apenas Goiás teve alta na taxa de desemprego neste tipo de comparação. Passou de 8,2% para 10,4%.
Cabe lembrar que no início da crise econômica brasileira, em 2015, nos governos de Marconi Perillo e José Eliton, *Goiás liderou o ranking de empregos do IBGE em várias oportunidades*.

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