Daniel Leal - Diario de Pernambuco
No jargão
futebolístico, quando dois times se enfrentam e apenas um busca o gol
incessantemente, costuma-se dizer que que o jogo foi "de um time só".
Santa Cruz 2 a 0 Ypiranga, ontem, no Arruda, foi o exemplo perfeito. Apesar de
o placar não comprovar tanto o que foi o jogo, o Tricolor foi arrasador, ao
mesmo tempo que encontrou um adversário empenhado apenas em se defender. O
Santa atacou a Máquina de Costura durante os 90 minutos. Passou o tempo inteiro
sem conseguir chegar ao gol. Bastou o primeiro minuto do segundo tempo para o
volante Léo, que acabara de entrar, fazer um golaço e vencer o goleiro Geday,
sensação da partida até então. Com a vitória, o Mais Querido agora soma nove
pontos no Estadual e entra de vez na briga pela ponta da tabela.
Geday. Geday. Geday. O nome do goleiro do Ypiranga nunca foi
tão repetido no Arruda. Chegou a ser exaustivo o tanto de vezes. Graças a ele,
a Máquina de Costura não deixou o primeiro tempo tomando uma verdadeira goleada
do Santa Cruz. Pelo menos em seis oportunidades, o "paredão" evitou
de forma milagrosa o gol coral. Aos 27 minutos, até o pênalti cobrado por
Weslley acabou espalmada por Geday. E não é exagero. A primeira etapa foi jogo
de um só time. Ataque contra defesa. Ou melhor: ataque contra Geday.
Branquinho, Weslley, Natan e Ranatinho. Todos arriscaram
chutes contra a meta do Ypiranga. Todavia, nenhum deles chegou tão perto do gol
como Flávio Caça-Rato. Na sua melhor partida com a camisa do Mais Querido, o
atacante só não foi mais feliz na noite, por que na sua frente tinha uma
verdadeira muralha. Aos 18, 21 e 29 minutos, Caça-Rato fez grandes jogadas
individuais, em duas delas deixando os zagueiros no chão, acertando, em
seguida, o ângulo adversário. Lá estava Geday. Era tanta pressão, que o volante
Júlio Terceiro acabou tomando o segundo amarelo aos 39 minutos. Antes mesmo de
ter um a mais, o Santa Cruz tinha total posse de bola, trocava passes com
tranquilidade e pressionava constantemente. A bola parecia não querer entrar.
Na saída para o intervalo, o técnico Zé Teodoro avisou:
"Vamos fazer alterações para furar essa barreira. Depois que o primeiro
gol, o resto vem naturalmente", avisou, tranquilo, parecendo prever o que
aconteceria. E assim foi: na volta para o segundo tempo, o treinador sacou
Eduardo Arroz e Memo e colocou o estrante Luciano Henrique e o xodó da torcida
Léo. E não demorou nem um minuto para que Léo fizesse o que os companheiros não
fizeram em 45. Bela jogada pela esquerda e um boma sensacional, de fora da
área, no ângulo. Dessa vez, Geday não alcançaria.
Na frente do placar e com um a mais, o Santa Cruz começou a
tocar a bola. Tranquilamente. E foi assim que o Santa foi ampliando o placar.
Aos 15, Renatinho viu Geday adiantado e mandou, novamente, no ângulo. Mais um
belo gol no Arruda. Com o jogo na mão, o Tricolor "tirou o pé do
acelerador". Sem querer se arriscar e visivelmente satisfeito, o Tricolor
ficou no 2 a 0 e na certeza que o time está em evolução.
Ficha do jogo
Santa Cruz 2
Tiago Cardoso; Eduardo Arroz (Léo), Leandro Souza, André
Oliveira e Renatinho; Anderson Pedra, Memo (Luciano Henrique), Weslley e Natan
(Jeferson Maranhão); Flávio Recife e Branquinho. Técnico: Zé Teodoro.
Ypiranga 0
Geday; Carlinhos (Bruno Paraíba), Everaldo, Hugo e Teles;
Júlio Terceiro, Wilson Surubim, Marcos Mendes e Robertinho (Diogo); Adelino
(Ila) e Ludemar. Técnica: Dado Cavalcanti.
Local: Arruda. Árbitro: Neilson Santos. Assistentes:
Jossemmar Diniz e Ricardo Chianca. Gols: Léo, Renatinho (SC); Cartões Amarelos:
Renatinho (SC); Júlio Terceiro, Geday, Wilson Surubim, Ludemar (Y); Cartão
Vermelho: Júlio Terceiro (Y) Público: 24.525 Renda: R$ 237
Fonte: Supersportes
Nenhum comentário:
Postar um comentário