terça-feira, 31 de agosto de 2010
Jorginho chega e quer união no Goiás.
Quarto treinador do Goiás na temporada e o técnico com a missão de tirar o clube da situação difícil pela qual passa, Jorginho teve um primeiro dia cheio no alviverde, ontem. Treinou e conversou com os funcionários do clube até as 19 horas no CT Edmo Pinheiro, fez o primeiro coletivo, foi apresentado e falou com a imprensa. No primeiro trabalho, não fez mudanças sensíveis na equipe. Além disso, ressaltou a experiência que adquiriu como auxiliar-técnico de Dunga nos últimos quatro anos, mas admitiu que "é difícil comparar algo com a seleção brasileira" e pregou união para tirar o Goiás da última colocação do Brasileirão.
Depois de dizer que viveu extremos na carreira nos últimos seis anos, Jorginho acredita que está pronto para o desafio de encarar o Goiás, que não vence há dez jogos na Série A. "Vivi extremos com o América (RJ) e com a seleção brasileira. Creio que já atingi um pouquinho de experiência", contou. No time carioca, disse que "não tinha nem jogador" e precisou fazer peneiras para montar o elenco com o qual foi vice-campeão da Taça Guanabara e semifinalista da Taça Rio - entre o final de 2005 e maio de 2006.
Ele refuta o rótulo de inexperiente, apesar de fazer amanhã, contra o Atlético (MG), a partir das 21 horas, no Serra Dourada, sua estreia num campeonato nacional no Brasil. "Os quatro anos (na seleção) me deram uma experiência muito grande. Pude observar, nos times que jogamos contra, escolas e estilos completamente diferentes", disse Jorginho. Aos 46 anos, pediu "um pouquinho de credibilidade ao torcedor". "Quando existe desconfiança, a melhor coisa é a gente ter um relacionamento. Isso é o tempo. Isso aconteceu também na seleção, essa desconfiança."
Ainda sobre seleção, não escondeu que sonha em ser treinador do time nacional. "É meu sonho também. Tem um grande treinador hoje (Mano Menezes), que iniciou fazendo um bom trabalho. Mas 2014 vai passar e naturalmente vou estar em busca desse objetivo", afirmou Jorginho, que ressaltou a repercussão das atitudes na seleção. "Aqui nós estamos com dez câmeras. Na seleção, você tem cem. É algo muito grande. Aquilo que você fala, faz, seu comportamento, isso tem uma repercussão no mundo inteiro."
Jorginho preferiu não falar dos seus antecessores em 2010 no Goiás - Hélio dos Anjos comandou o alviverde em três jogos e deu lugar a Jorginho, que saiu em maio, substituído por Emerson Leão. "Passado é passado. É uma nova história agora", afirmou. "O maior objetivo é tirar o Goiás da zona de rebaixamento. Na medida que a gente sair dessa fase, pode pensar um pouquinho mais adiante."
No primeiro treino no Goiás, que no total durou cerca de 1h30 - aquecimento, coletivo e trabalho de finalização para quem não atuou sábado, na derrota por 2 a 0 para o Santos -, Jorginho não fez grandes alterações no time que vinha atuando com Leão, parou jogadas aéreas ofensivas para conversar com os atletas e fez anotações ao lado de Aílton Ferraz, seu auxiliar e ex-companheiro da época de jogador no Flamengo.
A equipe que iniciou o treino teve uma mudança: Otacílio Neto no lugar de Rafael Moura, suspenso. "O mais importante agora é ter calma, analisar muito o material que a gente tem na mão. Essa foi a nossa prioridade hoje (ontem)."
PERFIL:
Jorginho Jorge Amorim de Oliveira Campos 46 anos (17/8/1964) Local de nascimento: Rio de Janeiro A CARREIRACOMO JOGADOR
Clubes América-RJ (1978 a 1983), Flamengo (1984 a 1989), Bayern Leverkusen/ALE (1989 a 1992), Bayern de Munique/ALE (1992 a 1995), Kashima Antlers/JAP (1995 a 1998), São Paulo (1999), Vasco (2000 a 2001), Fluminense ( 2001 a 2003) e seleção brasileira (1987 a 1995)
Títulos Campeão carioca (1986), campeão da Copa União (1987), campeão da Copa América (1989), campeão alemão (1993/1994), Tetracampeão mundial na Copa dos EUA (1994), bicampeão japonês (1996 e 1998), campeão da Copa João Havelange (2000) e campeão da Copa Mercosul (2000) COMO TÉCNICO
Clube América/RJ (2005 e 2006) Foi auxiliar-técnico da seleção brasileira (2006 a 2010)
Títulos Campeão da Copa América (2007) Campeão da Copa das Confederações (2009)
Syd afirma que Calaça voltará
Questionado sobre a situação de jogadores afastados, pouco ou nada aproveitados e desmotivados, o técnico Jorginho afirmou que não quer nenhum atleta fora do grupo no Goiás. Sobre o goleiro Rodrigo Calaça, que treina separado por conta de desentendimento que teve com Leão, disse que em breve tomará uma posição. Já o presidente Syd de Oliveira Reis foi taxativo: "Pretendemos reintegrar o Calaça imediatamente ao elenco."
Após o treinamento de ontem, o primeiro à frente do Goiás, Jorginho conversou particularmente com Wellington Saci, Jadílson e Túlio, que foram renegados e até criticados por Leão. "São jogadores que fazem duas ou três posições. De maneira nenhuma, eu poderia prescindir desses atletas."
Com o atacante Felipe, que teve frustrada a negociação com o Al-Nasr, dos Emirados Árabes, Jorginho deve trabalhar motivação. "Quero que todos se sintam valorizados, que ele se sinta parte do grupo. Quero que ele saiba o quanto é importante. Isso serve para o Felipe e para todos os outros." Syd de Oliveira Reis chegou a dizer, na semana passada, que o atacante encararia como castigo o fato de ficar no Goiás.
Conselho Os últimos atos da presidência executiva devem ser os alvos dos conselheiros na reunião de hoje do Conselho Deliberativo. Após vetar a venda do zagueiro Rafael Toloi, o órgão deve discutir a negociação dos jogadores Felipe, Johnathan e Diogo Galvão, que também acabou não ocorrendo, e a demissão do técnico Leão, sexta-feira. (PP)
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"O treinador é uma incógnita até agora. Mas espero que o time melhore e que ele (Jorginho) tire o Éverton Santos, que não faz gol e é o pior finalizar do mundo."
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