segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Prefeito de Nerópolis Abandona Crianças Autistas, Endivida a Cidade em R$ 16 Milhões e Gasta R$ 6 Milhões em Grama

Em Nerópolis, a prioridade do governo municipal já não é mais mistério — e tampouco é saúde, dignidade ou responsabilidade pública. A nova licitação aberta pela prefeitura, no valor estimado de R$ 5.946.946,04, para plantio de grama batatais e esmeralda em espaços públicos, escancara um governo que escolheu viver em uma bolha de paisagismo enquanto a população se afoga no caos.

Não é exagero. Não é retórica. É realidade concreta: crianças autistas sem terapias, famílias sem fraldas disponibilizadas pelo município, medicamentos em falta, atendimentos suspensos, e uma rede de saúde colapsada. Ao mesmo tempo — no mesmo período — o prefeito solicita um empréstimo de R$ 16,6 milhões para supostamente reorganizar as contas públicas.

A pergunta que brota como mato em praça abandonada é direta:

Se falta dinheiro até para comprar remédio, como sobra quase seis milhões para plantar grama?


A Licitação Que Brilha Mais Que a Realidade

O processo licitatório descreve um pacote completo: preparo e regularização do terreno, fornecimento de grama, adubação, irrigação, compactação e manutenção inicial. Um verdadeiro projeto urbanístico milionário, digno de capital europeia — não de uma cidade onde mães precisam fazer vaquinha para comprar insumos básicos para seus filhos com TEA.

A prefeitura quer renovar canteiros e rotatórias enquanto:

  • UBSs não têm dipirona,
  • famílias não recebem fraldas,
  • o município não oferece terapias essenciais,
  • e a população implora por atendimento básico.


Trata-se de um governo que escolheu maquiar a cidade em vez de tratar as feridas da população. É a estética acima da ética.

A Matemática da Imoralidade

O prefeito afirma que as finanças estão em dificuldade:

• pede empréstimo de R$ 16,6 milhões,

• alega necessidades urgentes,

• fala em crise e contenção.

Mas ao mesmo tempo:

• abre licitação milionária para colocar tapete verde nos canteiros.


Não se trata de incapacidade técnica. Trata-se de prioridade política. E a prioridade escolhida pelo governo é clara: fazer a cidade parecer bonita, mesmo que esteja doente.


É o velho truque do gestor superficial: “não resolvo o problema, mas coloco grama em cima.”

Enquanto isso, crianças autistas continuam sem atendimento. Isso não é detalhe. É um escândalo.

Improbidade Moral: O Gestor Que Trai Sua População

A Constituição é cristalina: saúde é direito de todos e dever do Estado. Quando o governo desvia energia, foco e recursos para projetos cosméticos no momento em que a saúde está em colapso, configura-se muito mais do que gestão irresponsável — configura-se violação de princípios fundamentais da Administração Pública, especialmente moralidade e razoabilidade.


É imoral.

É desproporcional.

É socialmente cruel.


E, juridicamente, pode configurar ato de improbidade administrativa por ofensa aos princípios, conforme art. 11 da Lei 8.429/92 e art. 11 da Lei 14.230/21.


Há ainda o risco claro de sobrepreço e superfaturamento, já conhecidos em contratos de paisagismo e manutenção urbana no Brasil. É um tipo de licitação que historicamente serve de caminho para:

  • superdimensionamento de custos,
  • aditivos posteriores,
  • medições subjetivas,
  • e serviços de difícil fiscalização.

Nerópolis já viu esse filme. E ele nunca termina bem para o contribuinte.

A Cidade Que Clama, e o Prefeito Que Finge Não Ouvir

O relato que chegou à reportagem — vindo de representante legítima do povo — é devastador:


“Crianças autistas sem terapias, falta remédio, falta fraldas, saúde defasada no geral… e o prefeito fazendo licitação para comprar quase 6 milhões em grama.”


Não há contra-argumento técnico que salve uma decisão como essa.

Não há spin político que justifique.

Não há marketing que perfume a realidade.


Quando um gestor escolhe plantar grama enquanto a saúde agoniza, ele revela o tipo de governo que pratica: um governo que enxerga a população como figurante, não como prioridade.


É o governo da maquiagem.

O governo da superfície.

O governo da insensibilidade institucionalizada.

Nerópolis não precisa de mais grama.

Nerópolis precisa de governo.


Opinião

A licitação milionária para paisagismo não é apenas inadequada: é um ato de desprezo com quem mais precisa do poder público. É uma afronta ética. É a confissão explícita de um prefeito desconectado da realidade. É a prova de que, enquanto as famílias lutam para sobreviver, o governo luta para deixar a cidade “bonita na foto”.

Nunca ficou tão claro:

Nerópolis sofre de abandono — e não é abandono natural. É abandono oficial. É abandono com assinatura.

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