Fintech admite que a retirada societária de Conrado Diedam “está em curso”, contradiz o médico que afirma já ter saído da empresa, nega-se a responder perguntas e tenta impor limites inexistentes à atividade jornalística.
A fintech CIABRA Pagamentos S/A, depois de enviar uma notificação extrajudicial para pressionar o Blog do Cleuber Carlos a remover uma matéria, voltou a se manifestar por meio de uma nova resposta oficial. O objetivo seria esclarecer pontos levantados pela reportagem, mas o que se viu foi justamente o contrário: mais contradições, mais omissões e uma confirmação indireta das inconsistências que estavam sendo investigadas.
Apesar do tom jurídico adotado na tentativa de neutralizar questionamentos, a empresa não conseguiu explicar o essencial: por que há divergências entre as informações que seus representantes afirmam publicamente e aquilo que consta nos registros oficiais.
CIABRA diz que “retirada está em curso” — e confirma irregularidade denunciada pela matéria
A parte mais reveladora da resposta é a tentativa de justificar a presença de Conrado Diedam nos registros oficiais. A empresa diz
“A retirada dele já está formalmente em curso. Entretanto, por se tratar de uma Sociedade Anônima, tais ajustes exigem etapas legais e não produzem efeitos imediatos.”
Essa frase, aparentemente técnica, derruba completamente as narrativas anteriores:
✔️ O médico que disse publicamente “não sou mais sócio” estava errado.
✔️ Os documentos públicos que mostram ele como sócio estão corretos.
✔️ Conrado continua na estrutura societária, apesar das negativas.
✔️ A CIABRA admitiu exatamente o que a matéria apontou: a retirada não foi concluída.
E mais:
a empresa não apresentou nenhum documento que comprove:
• protocolo de alteração,
• ata de assembleia,
• deliberação societária,
• registro em cartório,
• comunicação à Receita,
• ou qualquer documento formal.
Ou seja: a fintech reconhece a irregularidade sem mostrar como pretende corrigi-la.
A empresa diz que só presta contas a autoridades — e tenta limitar a imprensa
Outro ponto problemático foi a declaração da empresa de que o jornalista “não possui autoridade” para exigir respostas, como se perguntas jornalísticas fossem um abuso.
A afirmação demonstra má compreensão da própria função social da imprensa e revela desconforto com transparência.
O Blog não pediu documentos sigilosos nem informações proibidas por lei.
As perguntas eram:
• societárias,
• financeiras,
• operacionais,
• e diretamente ligadas ao interesse público.
A CIABRA tenta sustentar que só deve responder a autoridades, mas esse argumento não se sustenta:
✔️ Nenhuma lei impede que empresas respondam a jornalistas.
✔️ Nenhuma lei proíbe perguntas jornalísticas.
✔️ Nenhuma lei exige que investigações da imprensa dependam de autorização da empresa.
O que existe é uma clara tentativa de:
• conter danos,
• controlar narrativas,
• desestimular investigação,
• e intimidar o trabalho jornalístico.
Em vez de esclarecer, a empresa reafirma que não responderá a nada
A fintech diz que “informações oficiais só serão divulgadas pelos canais institucionais” — o que, na prática, significa que não responderá nenhuma das perguntas que levantam dúvidas sobre a própria governança.
Perguntas sobre:
• movimentações atípicas,
• auditoria independente,
• papel de Conrado e Fábio Martins,
• possíveis inconsistências contábeis,
• saída societária,
• compliance,
• ou divergências entre balanço interno e extratos bancários,
simplesmente foram ignoradas.
A empresa tenta esvaziar as questões chamando-as de “interrogatório”, como se pedir transparência fosse ofensivo ou ilegal.
Mas a contradição final é a que pesa mais
A CIABRA quer que a matéria seja retirada porque supostamente contém “interpretações equivocadas”, porém:
❌ não aponta nenhum erro,
❌ não indica nenhum trecho falso,
❌ não demonstra qual parte exige correção,
❌ não explica as divergências que motivaram a investigação,
❌ e ainda confirma a principal inconsistência levantada.
Uma empresa que não tem nada a esconder geralmente responde perguntas simples.
Uma empresa que responde com evasivas sinaliza o contrário.
A pergunta que fica: por que a CIABRA não esclarece o que deveria ser simples?
Se tudo estivesse em ordem, bastaria apresentar:
• documentos,
• datas,
• atas,
• registros,
• auditorias,
• contratos,
• relatórios,
• ou qualquer evidência mínima.
Ao invés disso, a fintech:
• admitiu que a estrutura societária está irregular,
• tentou desqualificar questionamentos,
• fugiu das perguntas,
• e enviou uma resposta montada para parecer jurídica, mas sem conteúdo.
Quanto mais a CIABRA fala, mais dúvidas gera.
E quanto menos responde, mais evidente se torna que a investigação do Blog está no caminho certo.
Conclusão
A nova resposta da CIABRA, longe de solucionar questionamentos, expande o campo de investigação:
• confirma a permanência de Conrado nos registros oficiais,
• confirma que a saída não foi concluída,
• expõe contradições entre declarações públicas e realidade legal,
• reforça a falta de transparência,
• sugere fragilidade na governança,
• e tenta impor limites inconstitucionais à atividade jornalística.
O Blog do Cleuber Carlos seguirá investigando, aprofundando e publicando todos os fatos relevantes para o público — com independência, rigor e sem ceder à pressão de quem prefere silêncio em vez de transparência.

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