quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Resposta da CIABRA Confirma Irregularidades que a Própria Empresa Negava

Fintech admite que a retirada societária de Conrado Diedam “está em curso”, contradiz o médico que afirma já ter saído da empresa, nega-se a responder perguntas e tenta impor limites inexistentes à atividade jornalística.

A fintech CIABRA Pagamentos S/A, depois de enviar uma notificação extrajudicial para pressionar o Blog do Cleuber Carlos a remover uma matéria, voltou a se manifestar por meio de uma nova resposta oficial. O objetivo seria esclarecer pontos levantados pela reportagem, mas o que se viu foi justamente o contrário: mais contradições, mais omissões e uma confirmação indireta das inconsistências que estavam sendo investigadas.


Apesar do tom jurídico adotado na tentativa de neutralizar questionamentos, a empresa não conseguiu explicar o essencial: por que há divergências entre as informações que seus representantes afirmam publicamente e aquilo que consta nos registros oficiais.

CIABRA diz que “retirada está em curso” — e confirma irregularidade denunciada pela matéria

A parte mais reveladora da resposta é a tentativa de justificar a presença de Conrado Diedam nos registros oficiais. A empresa diz

“A retirada dele já está formalmente em curso. Entretanto, por se tratar de uma Sociedade Anônima, tais ajustes exigem etapas legais e não produzem efeitos imediatos.”

Essa frase, aparentemente técnica, derruba completamente as narrativas anteriores:

✔️ O médico que disse publicamente “não sou mais sócio” estava errado.

✔️ Os documentos públicos que mostram ele como sócio estão corretos.

✔️ Conrado continua na estrutura societária, apesar das negativas.

✔️ A CIABRA admitiu exatamente o que a matéria apontou: a retirada não foi concluída.

E mais:

a empresa não apresentou nenhum documento que comprove:

protocolo de alteração,

ata de assembleia,

deliberação societária,

registro em cartório,

comunicação à Receita,

ou qualquer documento formal.

Ou seja: a fintech reconhece a irregularidade sem mostrar como pretende corrigi-la.

A empresa diz que só presta contas a autoridades — e tenta limitar a imprensa

Outro ponto problemático foi a declaração da empresa de que o jornalista “não possui autoridade” para exigir respostas, como se perguntas jornalísticas fossem um abuso.

A afirmação demonstra má compreensão da própria função social da imprensa e revela desconforto com transparência.

O Blog não pediu documentos sigilosos nem informações proibidas por lei.

As perguntas eram:

societárias,

financeiras,

operacionais,

e diretamente ligadas ao interesse público.

A CIABRA tenta sustentar que só deve responder a autoridades, mas esse argumento não se sustenta:

✔️ Nenhuma lei impede que empresas respondam a jornalistas.

✔️ Nenhuma lei proíbe perguntas jornalísticas.

✔️ Nenhuma lei exige que investigações da imprensa dependam de autorização da empresa.

O que existe é uma clara tentativa de:

conter danos,

controlar narrativas,

desestimular investigação,

e intimidar o trabalho jornalístico.

Em vez de esclarecer, a empresa reafirma que não responderá a nada

A fintech diz que “informações oficiais só serão divulgadas pelos canais institucionais” — o que, na prática, significa que não responderá nenhuma das perguntas que levantam dúvidas sobre a própria governança.

Perguntas sobre:

movimentações atípicas,

auditoria independente,

papel de Conrado e Fábio Martins,

possíveis inconsistências contábeis,

saída societária,

compliance,

ou divergências entre balanço interno e extratos bancários,

simplesmente foram ignoradas.

A empresa tenta esvaziar as questões chamando-as de “interrogatório”, como se pedir transparência fosse ofensivo ou ilegal.

Mas a contradição final é a que pesa mais

A CIABRA quer que a matéria seja retirada porque supostamente contém “interpretações equivocadas”, porém:

  ❌ não aponta nenhum erro,

❌ não indica nenhum trecho falso,

❌ não demonstra qual parte exige correção,

❌ não explica as divergências que motivaram a investigação,

❌ e ainda confirma a principal inconsistência levantada.

Uma empresa que não tem nada a esconder geralmente responde perguntas simples.

Uma empresa que responde com evasivas sinaliza o contrário.

A pergunta que fica: por que a CIABRA não esclarece o que deveria ser simples?

Se tudo estivesse em ordem, bastaria apresentar:

documentos,

datas,

atas,

registros,

auditorias,

contratos,

relatórios,

ou qualquer evidência mínima.


Ao invés disso, a fintech:

admitiu que a estrutura societária está irregular,

tentou desqualificar questionamentos,

fugiu das perguntas,

e enviou uma resposta montada para parecer jurídica, mas sem conteúdo.

Quanto mais a CIABRA fala, mais dúvidas gera.

E quanto menos responde, mais evidente se torna que a investigação do Blog está no caminho certo.

Conclusão

A nova resposta da CIABRA, longe de solucionar questionamentos, expande o campo de investigação:

confirma a permanência de Conrado nos registros oficiais,

confirma que a saída não foi concluída,

expõe contradições entre declarações públicas e realidade legal,

reforça a falta de transparência,

sugere fragilidade na governança,

e tenta impor limites inconstitucionais à atividade jornalística.

O Blog do Cleuber Carlos seguirá investigando, aprofundando e publicando todos os fatos relevantes para o público — com independência, rigor e sem ceder à pressão de quem prefere silêncio em vez de transparência.

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