TRAGÉDIA NA BR-153: IMPERÍCIA, ÁLCOOL E O PREÇO PAGO POR QUEM NÃO TEM CULPA
Um grave acidente no km 171 da BR-153, entre Campinorte e Uruaçu, neste sábado, 09/11/2025, por volta das 19:30hs, interrompeu de forma brutal a vida de oito pessoas, incluindo crianças e um casal de motociclistas.
A colisão envolveu quatro veículos: um carro de passeio, uma caminhonete, um caminhão e uma moto. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), tudo começou quando o condutor de uma caminhonete, embriagado, perdeu completamente o controle dos reflexos e colidiu violentamente na traseira do carro onde estava uma família inteira.
Com o impacto, o carro atravessou a pista e foi esmagado por um caminhão que vinha em sentido contrário. A moto, que seguia logo atrás, foi atingida na sequência. Não houve tempo de reação.
VÍTIMAS IDENTIFICADAS
Entre as vítimas fatais, estavam o casal de motociclistas:
- Welliton Vieira Bruno, 32 anos
- Rosemaria Ferreira Mendonça, 32 anos
No carro, viajavam seis pessoas da mesma família, que haviam saído de Jaú do Tocantins em direção a Campinorte para uma comemoração.
Entre elas, o pequeno Theo, de apenas 3 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
A cena era de devastação. A rodovia foi bloqueada por horas.
Famílias foram destruídas em segundos — por uma escolha.
CONDUTOR PRESO
Após o acidente, o motorista da caminhonete, homem de 46 anos, fugiu do local.
Localizado horas depois pela Polícia Militar, foi submetido ao bafômetro, que registrou: 0,89 mg/L de álcool no sangue
Valor considerado altíssimo e suficiente para anular completamente reflexos e lucidez.Ele foi preso e deverá responder por homicídio doloso, já que assumiu o risco de matar ao dirigir embriagado.
O QUE REALMENTE ESTÁ EM QUESTÃO
Não se trata apenas de:
- Trânsito
- Acidente
- Velocidade
- Falha mecânica
Este caso expõe algo estrutural na sociedade brasileira:
O álcool ainda é socialmente tratado como diversão inofensiva.
Dorme com festa.
Acorda com velório.
E a pergunta é:
Quem paga o preço pela “alegria” de um?
Quando a bebida vira volante, ninguém está apenas colocando a própria vida em risco.
Ele coloca famílias inteiras na linha de tiro.
E o resultado está aí:
- Oito caixões
- Três cidades em luto
- Uma família que deixa de existir
- Uma criança que não terá futuro
- Um país que continua naturalizando o vício
OPINIÃO
O Brasil segue adiando uma discussão que já deveria ser central:
a banalização do álcool.
Não é exagero, não é moralismo, não é religiosidade.
É estatística, sangue e ataúdes.
Enquanto o país continuar tratando o álcool como brincadeira de adulto, tragédias como essa vão continuar se repetindo:
na BR-153, na BR-060, na rua de casa, no retorno do bar, no churrasco de domingo.
O problema não é a bebida.
É o que fazemos com ela.
E principalmente:
o que ela faz com quem ainda tem algo a perder.

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