Denúncias Apontam Deputados Colocando Amantes em Folhas de Pagamento de Prefeituras
As Casas de Apoio mantidas por prefeituras do interior de Goiás na capital — criadas para acolher pacientes e acompanhantes que vêm para tratamento médico — estão no centro de uma denúncia grave, incômoda e que expõe o pior da relação entre Executivo municipal e Legislativo estadual.
Informações que chegaram ao Blog do Cleuber Carlos revelam um esquema que, embora sutil para os desavisados, é explícito para quem conhece a engrenagem da política goiana: deputados estaduais estariam indicando amantes para trabalhar em Casas de Apoio, com salários pagos por prefeituras, em troca de destinação de emendas parlamentares.
E a troca, segundo relatos, funciona também no sentido inverso: prefeitos estariam colocando suas amantes dentro de gabinetes de deputados, criando uma cadeia de favores que usa o serviço público como moeda de interesses pessoais.
O caso é descrito nos corredores da política como “o tipo de sujeira que todos sabem, mas poucos ousam falar”.
Hoje, falaremos.
Casas de Apoio: de abrigo para pacientes a abrigo para relações pessoais
As Casas de Apoio foram criadas para um propósito simples e nobre:
➡ garantir hospedagem a moradores do interior que precisam de atendimento de saúde na capital.
Mas o que deveria ser política pública essencial virou, segundo as denúncias, cabide de emprego sentimental.
A engrenagem funciona assim:
1. O deputado promete enviar recursos para a prefeitura — geralmente para saúde, obras ou custeio.
2. Como “contrapartida”, o prefeito arruma cargo para a amante do deputado na Casa de Apoio.
3. A remuneração sai do orçamento municipal.
4. O deputado, satisfeito, libera a emenda.
O problema?
Esse “acordo” é feito à margem da legalidade e da moralidade administrativa, usando dinheiro público para manter relações pessoais paralelas.
O caminho inverso: prefeitos também têm suas exigências
As denúncias apontam para outro movimento tão ou mais grave:
➡ Amantes de prefeitos estariam sendo colocadas dentro dos gabinetes de deputados estaduais.
A jogada é simples e perversa:
• O prefeito garante força eleitoral para o deputado em seu município.
• O deputado devolve a gentileza com cargo de confiança no gabinete — pago com verba da Assembleia, mas funcionando como “presente” político.
• A amante do prefeito recebe salário de assessoria sem exercer atividade compatível.
É a institucionalização da promiscuidade administrativa.
Todos ganham — menos o contribuinte
O que se observa é um sistema fechado de favores:
• Deputado ganha apoio político e espaço no município.
• Prefeito ganha emendas parlamentares e mantém relações pessoais longe dos olhos da cidade.
• Amantes ganham salário público e função confortável.
E o povo?
➡ O povo paga a conta.
➡ O povo perde recursos que deveriam ser aplicados na saúde real.
➡ O povo sustenta relações paralelas escondidas dentro da máquina pública.
Casas de Apoio, que deveriam estar cheias de cuidadores, psicólogos, assistentes, cozinheiras e profissionais necessários, acabam abrigando assessoras decorativas designadas por interesses íntimos.
O risco institucional: dinheiro público como extensão da vida privada
O reflexo jurídico é devastador:
• Improbidade administrativa;
• Desvio de finalidade;
• Uso indevido de verba pública;
• Nepotismo cruzado (art. 37 da Constituição, Súmula Vinculante 13 do STF);
• Enriquecimento ilícito indireto;
• Dano ao erário.
E o reflexo político é ainda pior:
➡ Casas de Apoio se transformam em centros de favores amorosos.
➡ Gabinetes da Assembleia viram extensão de problemas conjugais.
➡ Pactos administrativos viram pactos afetivos financiados pelo dinheiro da saúde.
O silêncio cúmplice
Outro ponto revelado por quem conhece o sistema por dentro:
“Todo mundo sabe quem são as figuras envolvidas, mas ninguém fala porque todos dependem politicamente uns dos outros.”
O medo de retaliação, perda de recursos e guerra política mantém o assunto enterrado.
Mas os relatos são consistentes, repetitivos e vêm de fontes diferentes, de prefeituras diferentes, de regiões diferentes.
Onde há repetição, há padrão.
E onde há padrão, há estrutura.
E onde há estrutura, há esquema.
Opinião – Blog do Cleuber Carlos
O uso de Casas de Apoio como cabide de amantes é uma das faces mais imorais e criminosas do desvio de função pública.
Não se trata de moralismo, mas de ética administrativa.
Não se trata de vida privada, mas de dinheiro público.
Quem ocupa cargo público precisa servir à população — não a romances paralelos.
Quem recebe emenda precisa aplicá-la no município — não usá-la como moeda afetiva.
Quem administra Casas de Apoio precisa cuidar de pacientes — não de acordos sentimentais.
E quem sabe desse esquema e se cala, compactua.
O Blog do Cleuber Carlos seguirá acompanhando, ouvindo fontes, coletando provas e abrindo espaço para as denúncias que Goiás precisa — e merece — conhecer.
Porque enquanto essas estruturas permanecerem escondidas, a farra continua.
E nós não faremos parte do silêncio.

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