sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Sandro Mabel Entra Para História Como o Prefeito do Mutirão de Mentiras” na Prefeitura de Goiânia

Deputado estadual expõe na tribuna da Alego superfaturamento, contradições políticas e uso questionável de decreto de calamidade financeira


A administração do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) enfrenta sua primeira grande crise política e moral. Em pronunciamento duro na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual Clésio Alves (MDB) denunciou a adesão da Prefeitura de Goiânia à Ata de Registro de Preços nº 001/2024 do Conleste Maranhense, que resultou em um contrato de R$ 167,2 milhões para sinalização viária da capital.


  • Mesmo após anunciar que não faria mais contratações via “carona” em atas, o prefeito Sandro Mabel aderiu à referida ata no início de 2025. A Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) firmou contrato de R$ 167,2 milhões, com duração de cinco anos, para implantação, ampliação e manutenção da sinalização viária em Goiânia  .
  • O contrato incluiu sinalização horizontal e vertical, dispositivos de segurança viária, além de 450 luminárias de LED sobre faixas de pedestres, orçadas em cerca de R$ 33 mil cada  .

⚠ Contrastando promessas e prática

  • A gestão de Mabel havia criticado a prática de adesão à atas por parte da gestão anterior (de Rogério Cruz), suspendendo contratos semelhantes assim que assumiu  .
  • Contudo, a decisão de aderir novamente à ata do Conleste expôs contradição entre discurso e prática, gerando críticas de membros da Câmara Municipal (como o vereador Fabrício Rosa) e da oposição na Assembleia  

Item

Detalhes

Origem da Ata

Ata de Registro de Preços nº 001/2024 – Conleste Maranhense

Publicação

25 de março de 2024

Modalidade

Pregão Eletrônico nº 001/2024 (Conleste)

Contratante Local

Prefeitura de Goiânia (SET) – Adesão em 2025

Valor e prazo

R$ 167,2 milhões, vigência de 5 anos

Empresa contratada

Jardiplan (consórcio com Axe Capital)

Serviços

Sinalização horizontal/vertical, dispositivos de segurança, LEDs etc



Segundo o deputado Clésio Alves, o contrato substituiu um anterior de R$ 39 milhões e incluiu itens com preços multiplicados em até seis vezes, como equipamentos orçados a R$ 300 que passaram a custar R$ 1.800. Para Clésio, trata-se de um “escândalo de superfaturamento” disfarçado sob o pretexto de modernização da cidade.

A denúncia: de R$ 39 milhões para R$ 167 milhões

Segundo Clésio Alves, a prefeitura substituiu um contrato anterior, avaliado em cerca de R$ 39 milhões, por outro quatro vezes maior, firmado com um consórcio maranhense. Pior: itens que custavam R$ 300 passaram a constar no novo contrato por R$ 1.800, um salto que o parlamentar classificou como “superfaturamento escandaloso”.


“Não é possível que uma cidade que enfrenta tantos problemas essenciais aceite gastar R$ 167 milhões em sinalização, sem sequer licitar, apenas aderindo a uma ata de outro estado”, disse Clésio, em tom de indignação.


A ata do Conleste

O contrato de Goiânia decorre da adesão à Ata de Registro de Preços nº 001/2024, vinculada ao Pregão Eletrônico nº 001/2024 do Consórcio Público Intermunicipal das Mesorregiões Norte e Leste Maranhense (Conleste).

Apesar de a atual gestão ter criticado e até suspenso contratações por “carona” em atas herdadas de Rogério Cruz, Mabel contradisse o próprio discurso ao reeditar a prática que havia prometido banir.

Calamidade financeira como justificativa

Clésio também acusou o prefeito de ter recorrido a um decreto de calamidade financeira artificial para dar sustentação jurídica ao contrato. Decretos dessa natureza permitem contratações emergenciais, sem processo licitatório competitivo, ampliando o risco de direcionamento e favorecimentos.


“Não há calamidade em Goiânia que justifique esse cheque em branco de R$ 167 milhões. Isso é um golpe contra o contribuinte e contra a moralidade pública”, afirmou o deputado.

Taxas, propaganda e contradições

Além da denúncia sobre a sinalização, Clésio Alves usou a tribuna para criticar a criação de novas taxas municipais, como a cobrança para uso de parques públicos e a polêmica taxa do lixo, que encarece a vida do contribuinte sem apresentar contrapartida em serviços.


Ele também classificou os chamados “mutirões de vagas” como “mintirões”, acusando a prefeitura de investir em shows e propaganda com dinheiro público, em vez de resolver os problemas estruturais da cidade.

Impacto político

As declarações de Clésio Alves colocam Sandro Mabel em xeque tanto no campo jurídico quanto no político. A oposição já articula pedidos de investigação junto ao Ministério Público de Goiás e ao Tribunal de Contas dos Municípios, enquanto na própria base aliada vereadores começaram a questionar a coerência do prefeito, que em menos de um ano de gestão já acumula contradições e desgaste.


A denúncia ganha ainda mais força porque foi feita em plenário da Alego, com repercussão imediata na imprensa e nas redes sociais. Mabel, que pretendia se consolidar como alternativa política em Goiânia para 2026, vê agora sua imagem abalada por um escândalo que combina suposto superfaturamento, incoerência administrativa e abuso de decretos de exceção

🧭 Conclusão opinativa



O caso da ata do Conleste expõe mais do que um contrato bilionário: revela a contradição de um governo que prometeu moralidade e transparência, mas recorre às mesmas práticas que criticava. A fala de Clésio Alves, registrada oficialmente em ata legislativa, pode ser o ponto de partida de uma crise maior — política, jurídica e de confiança pública.

Goiânia, mais uma vez, parece condenada a pagar a conta de gestões que tratam o erário como moeda de conveniência.


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