A Operação Negociatas realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Evidenciou o racha interno que existe na polícia em Goiás provocado pelas ações politicas do governador Ronaldo Caiado que perdeu apoio dentro da corporação. Caiado vinha dizendo constantemente em entrevistas "minha polícia" ao se referir a polícia militar e polícia civil. Isso provocou revolta de um grupo de policiais que não aceitam o cabresto do governador.
Caiado tinha apoio de 80% da polícia goiana quando foi eleito, mas assim que assumiu governo, não cumpriu os compromissos assumidos e passou a montar sua própria polícia, que ele passou a chamar de "minha polícia".
A polícia do Caiado foi instruída a perseguir o ex-governador Marconi Perillo e seus aliados, montando operações maquiadas de falsas legalidades, com objetivo político de destruiu o ex-governador.
Com o passar do tempo, Caiado foi perdendo apoio dentro das polícias civil e militar e internamente, a policia goiana foi se dividindo em dois grupos. A "minha polícia" que é subverniente (Qualidade ou estado da pessoa que cumpre regras ou ordens de modo humilhante; característica de quem se dispõe a atender as vontades de outrem.
Bajulação; ação de servir aos desejos de outrem por vontade própria.) e submissa aos interesses políticos do governador e a "Nossa Polícia" integradas por policiais que não aceita o cabresto do governador e busca a independência e autonomia de policiais civis e militares.
Basta um olhar mais atento para notar a divisão dos dois grupos dentro de uma mesma operação.
Operação Negociatas
A Controladoria Geral do Estado por determinação do governador Caiado montou uma comissão para apurar fraudes em contratos da empresa Log Lab Inteligência Digital com a antiga Segplan, com o objetivo de atingir Jaime Rincón e consequentemente, o ex-governador Marconi Perillo.
Mas quando os documentos chegaram para a investigação de policiais, as coisas saíram do controle da polícia do Caiado e claramente pode se notar duas investigações distintas dentro da operação Negociatas.
Operação Negociatas cumpriu seis mandados de prisão temporária e 23 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia e Campinaçu, no estado de Goiás, e Cuiabá, estado de Mato Grosso.
A investigação, iniciada em julho de 2019, apura a prática dos crimes de associação criminosa, corrupção, tráfico de influência, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.
São investigadas fraudes em procedimentos licitatórios para a contratação de empresas de tecnologia da informação (T.I.), além da solicitação e recebimento de vantagens para benefícios em contratos com a administração pública. Durante a ação também foram apreendidos diversos documentos, computadores e objetos relacionados à investigação.
Vejam bem, essa era a missão da "Minha Polícia" como Caiado chama a corporação. No entanto, foram presos dentro da mesma operação o diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Carlos César Savastano de Toledo, o Cacai Toledo, que é presidente do DEM de Anápolis e e Weliton Fernandes Rodrigues, o Nenzão, ex-prefeito de Campinaçu, assessor do ex-senador Wilder Morais.
O desfecho da história certamente não agradou ao governador Caiado, que viu o seu próprio governo ser alvo da operação. Nos próximos dias a "minha polícia" será cobrada ao mesmo tempo que cresce a adesão de policiais ao grupo de se autodenomina "Nossa Polícia".
Um coisa é certa, Caiado perdeu poder de fogo dentro da polícia civil e militar. Cada dia que passa, temos menos policiais trabalhando com o cabresto do governador e mais policiais trabalhando com dignidade e independência.
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