Estudo Revela Que Máscara de Pano é Ineficiente e Não Evita a Contaminação do Coronavírus

Desde que a pandemia de Covid-19 teve início na China, a imagem de pessoas usando máscara em público se tornou um símbolo da doença. Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como  o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, não listam o uso de máscaras como uma das medidas para prevenção. Agora um estudo do BMJ - British Medical Journal - indica que a penetração de partículas nas máscaras de tecido é de 97%. Ou seja a máscara tem apenas 3% de eficiência, um número insignificante e um balde de água fria nas pessoas que achavam que bastava usar a máscara para se sentirem protegidas. 

A máscara não protege e não evita que a pessoa seja contaminada. O uso de máscara de pano é ineficiente.

 É uma das mais influentes e conceituadas publicações sobre medicina no mundo. Retenção de umidade, reuso e filtração ruim aumentam risco de infecção.

Os autores deste artigo, publicado em 2015, escreveram uma resposta a seu trabalho à luz da pandemia da COVID-19. Exortamos nossos leitores a considerar a resposta ao ler o artigo. https://bmjopen.bmj.com/content/5/4/e006577.responses#covid-19-shortages-of-masks-and-the-use-of-cloth-masks-as-a-last-resort

Objetivo O objetivo deste estudo era comparar a eficácia das máscaras de pano com as máscaras médicas dos profissionais de saúde dos hospitais (HCWs). A hipótese nula é que não há diferença entre as máscaras médicas e as máscaras de pano.

Estabelecer 14 hospitais de nível secundário/terciário em Hanói, Vietnã.

Participantes 1607 HCWs hospitalares com idade de ≥18 anos trabalhando em tempo integral em enfermarias de alto risco selecionadas.

Intervenção As enfermarias hospitalares foram randomizadas para: máscaras médicas, máscaras de pano ou um grupo de controle (prática usual, que incluía o uso de máscaras). Os participantes usavam a máscara em cada turno por 4 semanas consecutivas.

Principal medida de resultado Doença respiratória clínica (LRC), doença tipo influenza (ILI) e infecção por vírus respiratório confirmada em laboratório.

Resultados As taxas de todos os resultados de infecção foram mais altas no braço de máscara de pano, com a taxa de ILI estatisticamente mais alta no braço de máscara de pano (risco relativo (RR)=13,00, 95% CI 1,69 a 100,07) em comparação com o braço de máscara médica. As máscaras de pano também tinham taxas significativamente mais altas de ILI em comparação com o braço de controle. Uma análise por uso de máscara mostrou que o ILI (RR=6,64, 95% CI 1,45 a 28,65) e o vírus confirmado em laboratório (RR=1,72, 95% CI 1,01 a 2,94) foram significativamente maiores no grupo de máscaras de pano em comparação com o grupo de máscaras médicas. A penetração das máscaras de pano por partículas foi quase 97% e as máscaras médicas 44%.

Conclusões Este estudo é o primeiro RCT de máscaras de pano, e os resultados advertem contra o uso de máscaras de pano. Esta é uma descoberta importante para informar a saúde e segurança ocupacional. A retenção de umidade, reutilização de máscaras de pano e má filtração podem resultar em maior risco de infecção. Mais pesquisas são necessárias para informar o uso generalizado de máscaras de pano em todo o mundo. Entretanto, como medida de precaução, as máscaras de pano não devem ser recomendadas para HCWs, particularmente em situações de alto risco, e as diretrizes precisam ser atualizadas.

Número de registro do ensaio Registro de Ensaios Clínicos Australiano da Nova Zelândia: ACTRN12610000887077.

Link: https://bmjopen.bmj.com/content/5/4/e006577

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