terça-feira, 30 de setembro de 2014

Como Melhorar a Qualidade da Educação no Brasil

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mantém um ranking da educação em 36 países, no qual o Brasil atualmente amarga a penúltima posição, à frente somente do México. Como critérios avaliados pela organização estão o desempenho dos alunos no PISA, a média de anos que os alunos passam na escola e a porcentagem da população que está cursando ensino superior.

O professor Walter Paulo é empresário no ramo da educação superior e conhece de perto os problemas e dificuldades do setor e sabe o caminho para que a educação possa melhorar no Brasil

Segundo Walter Paulo, virou moda no Brasil pensar que os problemas da educação só serão resolvidos se houver muito mais dinheiro para o setor. Nesta linha, a principal bandeira de alguns parlamentares é a destinação imediata de 10% do PIB para a educação.

O país que mais investe no mundo em educação é a Islândia, despeja apenas 7,8% de sua riquezas.

Esse ano foi sancionado o Plano Nacional de Educação (PNE). O plano tramitou por quase quatro anos no Congresso até a aprovação e estabelece 20 metas para serem cumpridas ao longo dos próximos dez anos.

As metas vão desde a educação infantil até o ensino superior, passam pela gestão e pelo financiamento do setor e pela formação dos profissionais.O PNE estabelece meta mínima de investimento em educação de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) no quinto ano de vigência e de 10% no décimo ano. Atualmente, são investidos 6,4% do PIB, segundo o Ministério da Educação.

O PND prevê a destinação de parte dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para programas desenvolvidos em parceria com instituições privadas.

Com a possibilidade de destinação dos recursos também para parcerias com instituições privadas, entram na conta programas como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).


Portanto, para melhorar a qualidade da educação não basta apenas recursos financeiros, é preciso ir além disso, é preciso primeiro fazer investimento na qualificação dos professores.

Uma pesquisa da Fundação Victor Civita, constatou que a carreira de professor costuma ser hoje mais procurada por estudantes da rede pública, muitas vezes vindos de um panorama menos favorecido em termos escolares, culturais e financeiros.

É uma diferença brutal para países como Finlândia e Coreia do Sul, onde os melhores alunos querem ser professores, até mesmo do do ensino básico. No Brasil, somente os docentes de nível superior parecem manter algum prestígio como carreira.

Fazer a educação brasileira se equiparar a destes países necessariamente passará por tornar a docência do ensino fundamental e médio atrativas no país.

A questão pode até perpassar por melhores salários. Sabe-se, no entanto, que aumentar o soldo não melhorará o trabalho dos professores que estão aí, embora possa servir para atrair alunos mais bem aplicados no futuro.

Mas é preciso aumentar a dinâmica da carreira para atrair uma geração mais interessada em ascender do que ficar 30 anos exatamente fazendo a mesma coisa.

"Não há como melhorar a educação no Brasil se não houver um investimento primeiro na qualificação de quem ensina". Afirma o professor Walter Paulo


Um comentário:

LEIAME disse...

Oi Cleuber, vou receber uma pessoa para falar sobre educação no universitaria no Brasil e traçar opinioes do porque estamos decadas atrasados. Sou produtora do Canal Bluetv. No seu blog tem varios graficos interessantes, como faço pra pedir autorização para usar (algum deles) caso seja necessario, para ilustrar a materia? Um abraço,. meu email: vanda.trentino@bluetv.com.br