O tempo é o senhor da razão. A verdade mais cedo ou mais tarde acaba aparecendo. São frases que infelizmente para o Goiás Esporte Clube são absolutamente verdadeiras. Durante muitos anos, fui voz solitária no deserto. Como repórter setorista do Goiás durante 12 anos, tive o privilégio de cobrir o Goiás Esporte Clube na sua fase mais vitoriosa. Conquistando seguidos campeonatos regionais e tendo belas participações no campeonato brasileiro e até libertadores.
O Goiás era um clube organizado, sem dívidas e revelador de jogadores. Em 2007 comecei a denunciar de forma isolada e solitária que o Goiás estava tomando um rumo diferente e onde o clube começou a deixar de ser do torcedor para se tornar um "brinquedo de luxo" da família Pinheiro.
Por conta disso fui perseguido e até proibido de entrar no clube. Em 2009 mostrei com documentos que o Goiás estava sendo usado para atender interesses pessoais e estava se endividando. Por conta disso, até a rádio em que eu trabalhava foi proibida de entrar no clube e os jogadores proibidos de darem entrevistas para rádio 730. Até mesmo fomos proibidos de transmitir jogos do Goiás. Somente com autorização judicial é que a emissora conseguiu transmitir os jogos. Tudo culpa minha.
A rádio foi expulsa do clube. Eu fui proibido pela Rádio 730 de falar sobre o Goiás. Os documentos de "negociatas" feitas pelo clube foram entregues a emissora, mas nunca foram divulgados. Para voltar a permitir que a Rádio voltasse a entrar no clube e os jogadores do voltasse a dar entrevista a emissora. O Goiás exigiu minha demissão junto a direção da emissora.
Continuei denunciando, de forma solitária que o Goiás estava indo para o caminho errado. Muitos torcedores saiam em defesa do clube e dos dirigentes e me acusaram de estar perseguido o clube. O tempo passou. Ele é o senhor da razão. Hoje o torcedor consegue enxergar com clareza o que ele se recusava a ver e ouvir, o que eu na época denunciava.
Foram dezenas, talvez centenas de postagens mostrando os desmandos cometidos no Goiás a partir do ano de 2007.
A postarem A História Secreta do Goiás Esporte Clube faz um resumo de tudo isso.
Durante todos esses anos, acompanhei com riqueza de detalhes todos os passos do Goiás. Mostrei através de balanços oficiais do próprio clube que até o ano de 2007, o Goiás não tinha dívidas e tinha dinheiro em caixa.
Raimundo Queiroz entregou o Goiás em 2006 com dívida de R$ 1.388.563,00 mas com Welinton, revelado na administração dele perto de ser negociado. No ano seguinte em 2007, Wellinton foi vendido por R$ 21 milhões de reais. O dinheiro fez com que o Goiás fechasse o ano de 2007 com R$ 7.851.384,00 (Sete Milhões, Oitocentos e Cinquenta Um Mil, trezentos e oitenta e Quatro reais) em caixa no dia 31/12/2007.
Ou seja, uma ano após a saindo de Raimundo Queiros do clube, no final de 2007, na administração de Pedro Goulart/Edminho Pinheiro, o Goiás não tinha dívida e ainda tinha dinheiro no caixa, graças a venda do Wellinton. Pedro Goulart era o presidente mas que mandava de fato era Edminho. Pedro Goulart não tinha autonomia de comprar sequer uma caneta sem autorização de Edminho Pinheiro.
O tempo passou, continuei denunciando de forma solitária na imprensa esportiva de Goiás. Hoje o Goiás é um clube quebrado, afundado em dividas que superam 100 milhões de reais. Dívida está construída ao longo de 6 anos. De 2008 até 2014.
Pergunto hoje, alguém é capaz que eu estava errado? O tempo é o senhor da razão.
Embora seja meu amigo, cansei de avisar ao ex-presidente João Bosco Luz dos desmandos do técnico Enderson Moreira. Muitas vezes João Bosco saia em defesa do treinador. A torcida "cegada" pelos resultados recusava enxergar o que eu mostrava.
Mais uma vez o tempo foi o senhor da razão, hoje o ex-presidente do Goiás João Bosco Luz concedeu uma entrevista na Rádio Bandeirantes e acusou o ex-técnico Enderson Moreira de ser um dos responsáveis pela situação difícil pela qual o time passa no momento.
"Durante a minha gestão eu tive grandes problemas com o Enderson Moreira, que nunca quis aproveitar os meninos da base. O Enderson foi um grande treinador pra ele, mas pro Goiás ele foi péssimo. Durante o tempo em que esteve aqui não revelamos nenhum atleta, porque ele não quis fazer isso", disparou João Bosco em entrevista à Rádio Bandeirantes 820.
Ainda em relação ao treinador, que saiu do clube no final do ano passado, João Bosco fez questão de dizer que o grande responsável pelas boas campanhas não foi o seu trabalho, e sim a altas premiações e os salários em dia.
"O grande segredo daqueles campanhas, não foi o Enderson. O segredo era os salários sempre em dias, e as altas premiações que pagávamos ao elenco. Eles jogavam motivados pelo dinheiro, e foi isso que fez a diferença", desabafou.
"O Tempo é o Senhor da Razão".
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