O Governo de Goiás e a Polícia Nacional da Colômbia vão firmar acordo de cooperação para aplicação em Goiás de experiências exitosas realizadas naquele País. Acompanhado do secretário de Segura Pública, Joaquim Mesquita, do comandante geral da PM goiana, coronel Sílvio Benedito Alves, e do delegado geral da Polícia Civil de Goiás, João Carlos Gorski , o governador Marconi Perillo reuniu-se com o diretor em exercício da Polícia Nacional, general Edgar Vale Mosquera, e com o diretor de Segurança Pública da Polícia Nacional, general Rodolfo Palomino, e outras autoridades por mais de cinco horas, nesta segunda-feira, 8.
Bogotá vive grande agitação nestes dias. Marconi visita a Força Nacional Colombiana na véspera de uma marcha nacional pela paz convocada pelo Governo da Colômbia. Toda a polícia está mobilizada para o grande evento. Presidente José Manuel Santos vai liderar a marcha. Ele está também negociando um acordo de paz com as Farc – Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia -, de orientação comunista e que atuam naquele país, promovendo guerrilha, há quase 50 anos.
Marconi participou também de exposição do major Vianney Javier Rodrigues Parras que, depois de permanecer seis anos como refém da guerrilha, comanda a Força Nacional contra o narcotráfico. Ele conseguiu reduzir a produção colombiana de drogas de 80 para 35 toneladas por ano. Vianney defende uma ação conjunta internacional como única forma de desmontar todo sistema de produção e distribuição de drogas.
Experiência bem sucedida - A Colômbia tem uma bem sucedida experiência na área de Segurança Pública, combate à criminalidade e repressão ao tráfico de drogas. O país, há menos de dez anos, era dominado completamente pelas forças do tráfico e pelo crime organizado. Hoje a Força Nacional é considerada a primeira instituição política do Estado, já que o governo vai bem somente quando a segurança pública está bem.
Na Colômbia, as forças armadas e as polícias Civil e Militar são uma força única, com comando central e estratégia coordenada. O modelo é defendido pelo governador goiano que a considera mais eficaz que o brasileiro.
Os colombianos contam que somente conseguiram esta unidade depois que as organizações criminosas praticamente tomaram o controle do país. Eles demoraram 20 anos para desmontar o maior grupo criminoso, o denominado Cartel de Medelin, e seu principal líder, Pablo Escobar.
Hoje, a Polícia Nacional da Colômbia garante que não gasta mais de um ano para desmontar organizações e prender seus líderes, mesmo que estejam em outros países. Eles consideram que depois que fechou o cerco contra o tráfico, houve expansão das organizações criminosas para os países vizinhos, como o Brasil. Por isto, esperam cooperação para atividades de inteligência sem fronteiras.
Marconi propõe acordos para formação da polícia Goiana em Bogotá nas áreas de desenvolvimento organizacional para uma estrutura cooperativa das forças policiais, modelos de ética e integridade policial e luta contra a proliferação das drogas. O governador quer ainda cooperação para melhoria das ações da chamada Polícia Comunitária, experiência já desenvolvida em Goiânia – parte teórica sobre organização policial executada com sucesso e mais efetividade em Bogotá. Interessa ao Estado também intercâmbio nas áreas de investigação criminal e inteligência policial. O convênio deve ser assinado em breve, dependendo ainda da formalização pelo Ministério das Relações Exteriores. O governador Marconi Perillo esteve acompanhado pelo embaixador do Brasil na Colômbia, Mena Gonçalvez.
Marconi disse que acompanha o êxito do setor de segurança na Colômbia, o que motivou o interesse em aprender mais e conhecer de perto o trabalho da força nacional colombiana. Afirmou que o exemplo colombiano é extraordinário e por isso interessou-se em firmar convênio entre as forças colombianas e a segurança pública em Goiás. “Temos feito muito, mas viemos aprender com quem venceu o narcotráfico. Esta troca de experiências é o que faz a inteligência policial”, afirmou.
Ele propôs encontros setoriais com especialistas de combate ao narcotráfico e com a Interpol, uma área de investigação criminal e inteligência. Para isto dividiu em equipes os chefes da Segurança Pública, da Polícia Militar e da Polícia Civil.
O governador e sua cúpula de segurança passaram direto do encontro formal para a atividade prática. Em seguida, assistiram a uma palestra sobre a reação das forças públicas contra o crime organizado. Para os colombianos, a base de tudo é a formação ideológica das forças policiais, com base na efetividade, honestidade, respeito aos direitos humanos e solidariedade das polícias com as questões sociais, pilares da Força Nacional Colombiana.
Eles relatam que os principais indícios de expansão do narcotráfico estão no aumento da violência derivada da droga, na formação de minicartéis criminosos, aumento do consumo interno e até a presença de líderes contraventores na representação política da sociedade.
Os colombianos trabalham com estratégias nacionais que tenham impacto na realidade de segurança regional e municipal. Eles montaram estratégias direcionadas para a prevenção, controle inteligente e enfrentamento, pela força, dos grupos terroristas e criminosos organizados.
No caminho inverso, a Força Nacional trabalha com agentes de porta em porta para buscar informações, identificar os fatores de criminalidade e montar estratégias específicas para cada quadrante do espaço físico urbano. Eles mantêm nas ruas e bairros policiais ligados a cada comunidade, com conhecimento sobre a rotina das famílias e seus conflitos. Esse trabalho chamou a atenção do governador e as autoridades da Segurança Pública goiana.
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