segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Rafael Lara falha como presidente e a OAB-GO perde a autoridade moral

OAB-GO ajoelhada ao poder: a covardia institucional de Rafael Lara no caso Rodolfo Caiado

Quando o presidente da Ordem perde a independência, a advocacia perde a voz — e a sociedade, a confiança

A Ordem dos Advogados do Brasil não é um clube social, nem um puxadinho do poder político. A OAB existe para defender a Constituição, a legalidade, a ética e a dignidade da advocacia, inclusive — e principalmente — quando isso exige enfrentar poderosos. Quando a Ordem se cala, tergiversa ou relativiza fatos graves, ela trai sua própria razão de existir.


Foi exatamente isso que ocorreu no caso envolvendo o advogado Rodolfo Caiado, sobrinho do governador de Goiás, flagrado em agressão física registrada em vídeo, em um episódio que teria ocorrido na presença de crianças. O fato é público, visual, concreto. Não depende de interpretação subjetiva, nem de versões contraditórias: as imagens falam por si.


Ainda assim, a OAB-GO, sob a presidência de Rafael Lara, escolheu um caminho que não honra a instituição que comanda.





A nota que envergonha a advocacia


A reação oficial da OAB-GO foi classificar o episódio como um “desentendimento” envolvendo “supostas agressões”, tratando o caso como se fosse um evento da “vida privada”. Essa escolha semântica não é inocente. É uma estratégia clássica de diluição da gravidade, usada quando se quer proteger alguém — especialmente quando esse alguém tem sobrenome pesado e conexões políticas óbvias.


Ao fazer isso, a OAB-GO ignorou o vídeo, minimizou a violência, desconsiderou o impacto sobre a vítima e normalizou uma agressão física, algo absolutamente incompatível com os princípios que regem a advocacia.


Violência não vira “desentendimento” porque o agressor é parente do governador.

Agressão filmada não vira “suposta” porque incomoda o poder.


Falta de independência: o problema central

O ponto mais grave deste episódio não é apenas a agressão em si — embora ela seja gravíssima. O verdadeiro escândalo é a postura submissa do presidente da OAB-GO, que demonstra não ter independência política, institucional ou moral para exercer o cargo que ocupa.


A presidência da OAB exige autonomia, coragem e pulso firme. Exige capacidade de agir contra qualquer advogado que viole os princípios éticos da profissão, independentemente de sobrenomes, alianças ou relações de poder.


Rafael Lara mostrou que não tem essa independência.


Ao optar por uma nota tímida, relativizadora e evasiva, ele deixou claro que:


  • não enfrenta o poder;
  • não protege a imagem da advocacia;
  • não age com igualdade de critérios;
  • e não cumpre integralmente o papel institucional que o cargo exige.

Quando o presidente da OAB mede palavras para não desagradar o Palácio, a Ordem deixa de ser instituição e passa a ser instrumento político.

Dois pesos, duas medidas

A pergunta que ecoa — e não pode ser ignorada — é simples e direta:

👉 Se o agressor fosse um advogado comum, sem parentesco com o governador, a reação da OAB seria a mesma?

A experiência mostra que não.

A advocacia goiana já viu casos em que advogados sem proteção política foram rapidamente expostos, processados e punidos, muitas vezes por condutas muito menos graves. No caso Rodolfo Caiado, o que se viu foi o oposto: silêncio elegante, nota protocolar e complacência institucional.

Isso tem nome: dois pesos e duas medidas.


O papel que a OAB abandonou


A OAB não existe para proteger advogados violentos.

Existe para zelar pela ética, pela dignidade da profissão e pela paz social.

Quando a Ordem relativiza agressão física — ainda mais diante de menores — ela envia uma mensagem perigosa: a de que o poder político pode comprar silêncio institucional.

Ao classificar violência como “vida privada”, a OAB-GO abdica de sua função constitucional e se afasta da sociedade que deveria defender.


Uma liderança fraca compromete toda a instituição

O episódio revela algo ainda mais profundo: Rafael Lara não tem o perfil que o cargo exige. Falta-lhe independência. Falta-lhe firmeza. Falta-lhe coragem institucional.

A OAB-GO, sob sua gestão, não se mostrou capaz de:

  • enfrentar um caso sensível;
  • agir com isonomia;
  • sustentar princípios acima de conveniências políticas.


E quando o presidente da Ordem se mostra incapaz de punir um advogado poderoso, toda a advocacia paga a conta — em credibilidade, em respeito e em confiança social.


A advocacia não precisa de presidentes que se ajoelham ao poder.

Precisa de líderes que honrem a toga moral do cargo, mesmo quando isso custa desconforto político.

No caso Rodolfo Caiado, a OAB-GO falhou.

E a responsabilidade tem nome e sobrenome: Rafael Lara.

No Blog do Cleuber Carlos, não se normaliza violência, não se relativiza ética e não se aceita uma OAB de joelhos.


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