terça-feira, 14 de setembro de 2010

Técnico diz que diálogo e trabalho mudaram o Vila.


Até a 16ª rodada do 1º turno, quando empatou com o Sport, ainda sob o comando de Roberto Cavalo, o Vila Nova vinha fazendo sua pior campanha na Série B do Brasileiro. Em 48 pontos disputados, havia conquistado apenas 8 e tinha aproveitamento de 16,6%. Às vésperas do jogo com o Bragantino, o clube anunciou a parceria com a empresa New Sport e o novo treinador: Ademir Fonseca. Começava ali uma reviravolta no Vila, que mudou da água para o vinho. E, diga-se de passagem, da melhor qualidade.
De lá para cá, já são cinco vitórias seguidas na Segundona, o que fez o Vila Nova sair da condição de lanterna do campeonato e pular para o 16º lugar, com aproveitamento de 36,5%. "Com certeza, não vamos conseguir ganhar todas. Mas, quando perdermos, vamos estar fortalecidos para assimilar a derrota", disse Ademir Fonseca.
Mesmo depois dessa recuperação fantástica do time, o treinador não mudou seu jeito simples de ser - uma mistura de mineiro e carioca - e prefere enaltecer o esforço e a qualidade dos jogadores. Mas qual é o segredo do sucesso desse novo Vila Nova?
Para o técnico, muita conversa e transparência. "Quando cheguei aqui, encontrei um grupo fechado, mas com autoestima lá embaixo. A princípio, houve uma certa rejeição à parceria do clube com a New Sport. Deixei claro para o elenco que não vínhamos para tirar o espaço de ninguém. Os jogadores entenderam e compraram a ideia", disse o treinador, acrescentando que a ajuda de Max e Roni, os líderes da equipe, foi fundamental.
Como bom mineiro, Ademir Fonseca chegou sem fazer barulho. E, na base da conversa, foi implantando sua filosofia. "Procuro trabalhar todos os aspectos com os jogadores: psicológico, técnico, tático e físico. O mais importante, entretanto, é a atitude dos jogadores de quererem vencer os obstáculos. Encontrei isso aqui, por isso o trabalho vem dando resultado", explicou.
Apesar de ser amigo dos jogadores, Ademir Fonseca sabe ser disciplinador quando preciso. Segundo ele, o respeito entre os próprios atletas e funcionários do clube é fundamental. "Também sou exigente quanto ao cumprimento de horários. O que cada um faz em sua folga é problema pessoal, mas que saibam aproveitar esses momentos com responsabilidade."
Consciente de que o futebol é um verdadeiro perde-ganha, Ademir Fonseca afirmou ainda que não pode iludir o torcedor, prometendo vitórias. "Temos de cuidar desse patrimônio que é a torcida. Aos poucos, estamos deixando a incômoda zona do rebaixamento e chegando ao bloco intermediário da Série B. Depois, jogo após jogo, vamos tentar conseguir pensar mais alto."
Robocop
Ademir Fonseca é ex-jogador. O maior clube em que atuou foi o Botafogo (RJ). "Eu era um volante de força, tipo Robocop, mas sempre soube admirar o futebol arte de um Cerezzo, Falcão, Reinaldo e Zico. Este, um ídolo de todos nós", disse Ademir, que já tem vasta experiência dirigindo times do interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas. Dos técnicos com quem trabalhou, tem mais respeito e admiração por Carlos Alberto Parreira, Othon Valentim e Abel Braga.

Esquema 4-4-2 será mantido
Desde que assumiu o comando do Vila Nova, na 17ª rodada da Série B, Ademir Fonseca tem procurado não inventar. No primeiro jogo, ainda conservou o esquema 3-5-2 do técnico Roberto Cavalo. Depois, com a contusão do zagueiro Mimica, passou para o 4-4-2, que vem dando certo e ele não pretende mudar.
Nem mesmo agora que Éder Lima está de volta, após cumprir suspensão, e o próprio Mimica está recuperado. "Vamos manter a zaga com Cris e Éder", adiantou o treinador, apesar de Leandrão ter se saído bem na vitória de 4 a 1 sobre o Icasa.
Ademir lamenta a ausência do volante Adílson, mas acha que o elenco tem jogadores à altura para substituí-lo. "Antes da parceria com a New Sport, o Vila tinha pouco mais do que um time. Agora, tem um elenco e boas opções", frisou o técnico. Para o lugar de Adílson, o mais provável é que escale Júnior. Thyago Fernandes foi bem e continua substituindo Jorge Henrique, contundido.

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