quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Foguetório do Crime em Goiás Expõe Tentativa de Expansão Simbólica do Comando Vermelho

Operação Fogo Proibido prende mais de 30 após ações coordenadas em Goiânia, Aparecida, Abadia e Rio Verde. Governo afirma que o CV tenta “marcar território” com apoio de simpatizantes e torcidas organizadas.

O que ocorreu na noite desta terça-feira (04/11) em várias cidades de Goiás não foi apenas um foguetório. O que se viu foi um ato político-criminal, uma tentativa explícita de demonstração de força simbólica do Comando Vermelho (CV), utilizando simpatizantes e infiltrados em torcidas organizadas para normalizar a exaltação ao crime no espaço urbano.

A resposta do Estado veio rápida. Trinta e duas pessoas foram presas em Goiânia, Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia e Rio Verde durante a Operação Fogo Proibido, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).
Além disso, quase 4 mil fogos de artifício foram apreendidos e mais de 30 estabelecimentos fiscalizados em Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis.

A motivação do ato é clara: homenagear criminosos mortos em operação policial no Rio de Janeiro no dia 28 de outubro.
Ou seja, um culto ao crime transmitido e coordenado pelas redes sociais, com objetivo de produzir engajamento, pertencimento e afirmação territorial.


A TENTATIVA DE “NARRATIVA DE DOMÍNIO”

Facções criminosas utilizam foguetórios como ato de:

  • Comunicação interna (para identificar bases e simpatizantes)

  • Demonstração de presença territorial

  • Mensagem política contra o Estado

  • Marcação de domínio psicológico sobre a população

É a linguagem simbólica do crime organizado.

Quando fogos são disparados em cadeia e sincronizados, não é diversão: é recado.


LIGAÇÃO COM TORCIDAS ORGANIZADAS

A SSP confirmou que a maioria dos detidos não é membro formal do CV, mas simpatizantes, muitos com vínculos com torcidas organizadas.

Ou seja:
O crime organizado não precisa cooptar a sociedade inteira.
Ele usa influenciáveis, carentes de identidade e poder, que se prestam a ser massa de manobra para “parecerem parte de algo grande”.


GOVERNO REAGE

O secretário de Segurança, Renato Brum, foi direto:

“A resposta vai ser dura. Em Goiás ninguém vai enaltecer organização criminosa”.

Já o comandante-geral da PM, coronel Marcelo Granja, reforçou:

“Ninguém vai subir o nível do crime em Goiás”.

E o delegado-geral André Ganga lembrou:

“Soltar fogos não é crime. Apologia ao crime, organização e incitação, sim. Aqui isso não vai passar”.

A operação segue em andamento e novas prisões são esperadas.


ANÁLISE POLÍTICA

O episódio reacende um alerta:
Goiás virou palco estratégico para ensaios de expansão simbólica de facções.

Se o Estado afrouxar, o crime ocupa.
Se o Estado reage forte, o crime recua.

Ontem, o recado foi dado.


CHAMADA FINAL

O Blog do Cleuber Carlos continuará monitorando as movimentações, prisões e ligações políticas e territoriais do CV em Goiás, especialmente em Goiânia, Aparecida, Rio Verde e entorno.

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