AFASTAMENTO NA SAÚDE DE MORRINHOS EXPÕE UM SISTEMA DOENTE
MP recomenda saída de Nárýma Diedam após denúncias de medicamentos vencidos, condutas degradantes e paralisação da UTI. A crise atinge o coração da gestão de Mayellyn Carreiro.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou o afastamento imediato da secretária municipal de Saúde de Morrinhos, Nárýma Angélica Rabello e Silva Diedam, após a constatação de graves irregularidades na UTI do Hospital Municipal. O caso, revelado nesta segunda-feira (4), expõe o colapso ético e administrativo da atual gestão da saúde pública do município.
Segundo relatório do MP, medicamentos vencidos estavam sendo administrados a pacientes, insumos reutilizados eram lacrados com fita adesiva, e documentos obrigatórios estavam ausentes, comprometendo a segurança e a dignidade dos internados. A vistoria apontou ainda condutas degradantes por parte da equipe, o que levou à suspensão dos atendimentos da UTI desde 17 de outubro.
Com o fechamento dos dez leitos disponíveis, a população ficou desassistida e o município passou a desperdiçar recursos públicos estimados em R$ 440 mil mensais, valor que, segundo apuração, não foi repassado pela Prefeitura à empresa responsável pela gestão da unidade.
⚠️ A CRISE ANUNCIADA
Os fatos relatados não surgem do nada. A crise na saúde de Morrinhos começou a se desenhar desde a posse da prefeita Mayellyn Carreiro, quando ocorreram nomeações políticas e alianças questionáveis que comprometeram a estrutura técnica da pasta.
Entre elas, a escolha de Nárýma Diedam, esposa do sócio do médico Kesley Albuquerque, que possui vínculos empresariais no setor e já foi alvo de denúncias de conflito de interesses.
Em julho deste ano, o Blog do Cleuber Carlos revelou documentos e indícios de ingerência política e favorecimento contratual envolvendo a mesma gestão. À época, havia relatos de pressão para substituir a empresa responsável pela UTI por outra supostamente ligada ao grupo Diedam. Agora, com o afastamento determinado pelo MP, o enredo parece se confirmar.
⚖️ RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
As irregularidades detectadas pelo Ministério Público podem configurar crimes contra a administração pública (art. 312 do Código Penal), improbidade administrativa (Lei 14.230/21) e violação de princípios constitucionais (art. 37 da CF).
Mas o problema vai além da secretária.
Ao nomear e manter pessoas sem perfil técnico em cargos estratégicos da saúde, a prefeita Mayellyn Carreiro assume responsabilidade direta sobre o colapso do sistema. A gestão pública não pode ser transformada em balcão de favores políticos, especialmente em uma área onde vidas dependem da eficiência e da ética administrativa.
🧩 QUEM SERÁ O PRÓXIMO?
O afastamento de Nárýma Diedam é apenas o primeiro capítulo de um escândalo que promete se expandir.
O MPGO já reuniu provas de má gestão e omissão fiscalizatória, e novas investigações podem alcançar outros agentes públicos e prestadores de serviço.
O que se observa é um padrão recorrente de aparelhamento político em áreas sensíveis, com reflexos diretos na saúde e no orçamento municipal.
A pergunta que ecoa nos corredores da cidade é a mesma com que o próprio texto do MP encerra:
“A primeira já foi afastada. Quem será o
🖋️ Por Cleuber Carlos
Blog do Cleuber Carlos – Jornalismo investigativo e opinião com base documental
📎 Fontes: Ministério Público de Goiás, Goiás 24 Horas, Goiás da Gente, relatórios de fiscalização.

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