terça-feira, 21 de julho de 2020

A Vez das Mulheres na Política em Goiás

As mulheres goianas parecem ter finalmente despertado para ocupar o seu lugar de direito na política  no pleito deste ano. Várias delas vão colocar seus nomes para disputar espaço com os homens em um dominante territórios masculino. Na linha de frente estão mulheres como Adriana Accorsi que deve ser candidata a prefeita de Goiânia. Dra Cristina, pré-candidata a prefeita de Goiânia. Kandice Veiga, pré-candidata a vereadora em Goiânia. Professora Clarice, pré-candidata a prefeita de Acreúna. Ruth Lopes, pré-candidata a prefeita de Senador Canedo e Ludmila Rosa, pré candidata a vereadora em Goiânia.

Muitos analistas políticos apostavam que uma das pautas prioritárias para as eleições de 2020 seria o aumento da participação feminina na política. E não é à toa. Trata-se de uma reivindicação histórica dos movimentos que encampam lutas pela conquista e manutenção dos direitos femininos. Olhando retrospectivamente, a representatividade da mulher nos espaços de poder sempre encontrou muitas barreiras para sua consolidação, talvez, a mais latente delas seja a dificuldade de ingressar e permanecer respeitada no ambiente partidário.

Adriana Accorsi rompeu essa barreira e depois de ser delegada, virou deputada e agora quer ser prefeita. Em uma trajetória construída com trabalho e credibilidade.

Adriana Accorsi Pré-Candidata a Prefeita de Goiânia
Há que se lembrar que a filiação em um partido político é condição de elegibilidade prevista na Constituição Federal, para que uma mulher possa disputar um cargo público é preciso, antes, que participe dos quadros políticos de um partido e que sua presença nessas siglas seja valorizada, o que não se confirma na realidade.

Ruth Lopes, uma empresária bem sucedida em Senador Canedo, tomou a decisão de se filiar ao PP para disputar a prefeitura de Senador Canedo contra políticos tradicionais e pode ser a off side da politica local, com boa chances de vitória.

Ruth Lopes Pré-Candidata a Prefeita de Senador Canedo
Feitas essas considerações iniciais, importa aqui ressaltar que as mulheres se apropriaram desta agenda por equidade entre os gêneros e isso se refletiu também no ambiente da política, não à toa, há um salto quantitativo importante que revela que mais mulheres, ano a ano, estão dispostas e encorajadas para ingressar nas políticas partidárias e eleitorais. Esse é o caso da professora Clarice, pré-candidata a prefeita de Acreúna. Extremamente bem preparada, capacitada e determinada, com um curriculum que nenhum político local chega perto. Professora Clarice desponta como favorita para a eleição deste ano em Acreúna.

Professora Clarice, Pré-Candidata a Prefeita de Acreúna
O caminho, no entanto, é lodoso haja vista que a representatividade feminina nos legislativos nacionais varia entre 11% e 15% e nos executivos municipais está na casa de 11%, há situações um tanto mais dramáticas quando nos deparamos com o diagnóstico de que dos 26 Estados mais o Distrito Federal, há apenas uma Governadora. Trazendo o contexto para o nível goiano, temos 41 cadeiras na Assembleia Legislativa e apenas 2 mulheres; em Goiânia, a capital, são 35 cadeiras sendo 5 das quais ocupadas por mulheres somente. E não poderíamos deixar de falar do segundo maior município do Estado que, em sua legislatura 2016/2020, não possui sequer uma única vereadora. Dra Cristina, esteve perto de ser eleita deputada. Muito bem votada em Goiânia, tenta voos maiores e se lançou pré-candidata a prefeitura de Goiânia. Pela sua história de luta e conquistas em defesa da bandeira feminina pode surpreender e se tornar prefeita da capital.

Dra Cristina Pré-Candidata a Prefeita de Goiânia
Mas porque a representatividade, afinal, importa tanto? Para além da legítima disputa pelos espaços decisórios que, em um plano ideal teriam que seguir a proporcionalidade da quantidade absoluta de homens e mulheres no país, para que assim pudéssemos falar sobre equidade e igualdade, há estudos robustos que apontam que a participação da mulher na política enseja decisões mais voltadas para o social, para as áreas de saúde e educação e decisões menos instintivas.

Portanto, percebe-se com isso que não se trata de uma pauta invariavelmente identitária, mas de um acréscimo de qualidade, distinta da tradicional, que só vem a beneficiar a atividade política e a prestação de serviços públicos à comunidade. E isso precisa ser falado. É o caso de Kandice Veiga,   ex-assessora parlamentar Kandice Veiga que sempre participatou das questões políticas e exerce forte influência nas redes sociais. Ela coloca seu nome a disposição para defender um legado importante construído durante o governo de Marconi Perillo. Kandice tem bandeira, tem posição política, tem lastro político  e tem boas chances de eleição para a Câmara Municipal de Goiânia.

Kandice Veiga - Pré-Candidata a Vereadora em Goiânia
Com o fim de não delongarmos mais, mas sem a pretensão de exaurir a complexidade do assunto, encaminhamos esta reflexão para o desfecho, ressaltando que existem movimentos dos mais variados que visam dar objetividade a ampliação da participação da mulher na política, dentre os quais destacam-se o Goianas na Urna, os movimentos de mulher intrapartidários a exemplo do “Vote em Mulher” encampado pelo Partido Avante e da única candidatura coletiva composta apenas por mulheres levada a efeito pelo PSOL.

Ludmila Rosa, Pré-Candidata a Vereadora em Goiânia
Há também, no município de Goiânia mulheres que historicamente se associaram a luta por mais mulheres na política e que se colocaram pré-candidatas a vereadoras, a exemplo da cientista política Ludmila Rosa cujo  principal desafio será de constituir bases eleitorais em uma grande cidade como Goiânia, não descendendo de família com raízes políticas, nem tampouco abastadas financeiramente: “é uma pré-candidatura de uma pessoa comum, como tantas outras, mas que entende que as pessoas comuns precisam participar ativamente e serem ouvidas no processo político institucional. Isso é ativar a cidadania em todos os grupos sociais que pertencem a cidade. Mas pra isso é preciso coragem”. 

Não há mais desculpas para que Goiás  não eleja mulheres, possibilidades, a exemplo das que já citamos, há aos montes. Procure a que melhor te representa, que melhor defenda seus ideais e valores e as que verdadeiramente estão comprometidas com a aumento da qualidade de vida das pessoas nas cidades. A sorte está lançada.

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