segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Veja 10 motivos que explicam o rebaixamento do Cruzeiro.

O torcedor do Cruzeiro acordou nesta segunda-feira, mas o pesadelo do último domingo será difícil de esquecer. Após a derrota para o Palmeiras, o time mineiro foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em sua história.

Há uma série de motivos que levaram à inédita queda para a Segunda Divisão. Os fatores que influenciaram no rebaixamento vão desde o mau desempenho dentro de campo até a turbulência nos bastidores.

Caos financeiro

Os resultados do Cruzeiro em campo passam diretamente pelos problemas fora dele. A crise política e financeira teve influência direta no ambiente e dia a dia da equipe. Ao longo do ano, o elenco conviveu com salários atrasados e uma gestão bastante confusa.

Nos últimos anos, inclusive, o clube acumulou dívidas e déficits no orçamento.

Caso de polícia

Os problemas do Cruzeiro vão além de uma má gestão. Em maio deste ano, quando o rebaixamento ainda era um pesadelo distante, a diretoria do clube passou a ser investigada por indícios de pagamentos suspeitos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Além disso, houve denúncia de irregularidades envolvendo jogadores das categorias de base.

Thiago Neves: pouco futebol, muito poder

Nenhum jogador esteve no centro de tantas polêmicas ao longo da campanha do Cruzeiro quanto Thiago Neves. Um dos principais nomes da equipe, o meia ficou devendo dentro de campo e falhou em momentos cruciais - como no pênalti perdido na derrota contra o CSA, já na 35ª rodada do Brasileirão.

Mas o problema não foi apenas dentro de campo. Thiago Neves foi pivô de uma série de polêmicas que marcaram o ano do clube. A principal delas, o atrito com o técnico Rogério Ceni. O meia teve apoio dos principais nomes do elenco nas divergências com o treinador, que acabou demitido depois de apenas oito jogos.


Já na reta final da luta contra o rebaixamento, outra polêmica: o jogador foi afastado depois de ter ido a um show de pagode um dia antes da partida contra o Vasco. O gestor de futebol Zezé Perella detonou a atitude do meia, que pouco antes teve um áudio vazado no qual cobrava salários atrasados do clube.

Diretoria sem rumo

Se em campo o time não conseguiu encontrar o melhor caminho, fora dele, o Cruzeiro também se mostrou bastante confuso. A trajetória até a Série B foi marcada por sucessivas mudanças na direção do clube. Itair Machado, por exemplo, era apontado um dos "braços direitos" de presidente Wagner Pires de Sá e deixou o cargo de vice em outubro em meio a uma grave crise institucional.


Zezé Perrella, que chegou a pedir o impeachmet de presidente do Cruzeiro, acabou se juntando à diretoria, mas também não teve resultado positivo para reverter a situação.

Troca-troca de técnicos


Foram quatro técnicos à frente da equipe ao longo do Campeonato Brasileiro: Mano Menezes, Rogério Ceni, Abel Braga e Adilson Batista. A constante mudança de comando atrapalhou um time que desde o início da competição não conseguia se encontrar.


As trocas também foram pouco criteriosas. Isso porque de Mano Menezes para Rogério Ceni a mudança no estilo de jogo era drástica. Depois, a chegada de Abel era um novo contraste. Tudo isso refletiu para o resultado negativo.

Ataque milionário, mas de poucos gols


O Cruzeiro anotou apenas 27 gols no Campeonato Brasileiro - média de 0,71 por jogo. O baixo número contrasta com um ataque com nomes de prestígio e alta folha salarial. Fred, por exemplo, anotou apenas cinco jogos. Thiago Neves e Pedro Rocha também não contribuíram positivamente no setor.

Desempenho ruim como mandante


Os jogos em casa poderiam ter sido suficientes para livrar a equipe do rebaixamento. Mas o desempenho foi muito além do esperado: apenas cinco vitórias em 18 partidas. Nos últimos seis jogos como mandante, nenhum triunfo - quatro empates e duas derrotas.

Reforços que não vingaram

No começo do ano, o Cruzeiro perdeu Arrascaeta para o Flamengo. O uruguaio era uma das referências da equipe, que não conseguiu encontrar peças de reposição à altura. Rodriguinho, por exemplo, fez um bom primeiro semestre, mas depois sofreu com uma série de lesões e pouco conseguiu entregar dentro de campo no Brasileirão. Pedro Rocha e Dodô também ficaram bem longe do esperado.

Mano Menezes poupando o time


Apesar do trágico fim, o começo de temporada do Cruzeiro era bom. Tanto é que, sob o comando de Mano Menezes, o time se deu ao luxo de não priorizar o Campeonato Brasileiro nas primeiras rodadas para focar em outras competições, como a Libertadores por exemplo.

A estratégia custou caro (como agora sabemos). Mas a pouca atenção à competição acabou custando pontos valiosos ao time, que em determinado momento ficou dez jogos sem vencer com Mano. Quando o time tentou reagir, a situação já era complicada.

Incapacidade de aproveitar as chances

Mesmo com todos os problemas, o Cruzeiro teve chances de escapar da queda. E não foram poucas. Mais de uma vez a equipe dependia apenas de si para deixar o Z4, mas não conseguiu nem fazer a própria parte. No último jogo da competição, por exemplo, o time mineiro não conseguiu vencer o Palmeiras - embora o resultado do Ceará já rebaixasse a equipe de Belo Horizonte.


Antes, o Cruzeiro perdeu pontos em casa para os também rebaixados Avaí e CSA.

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