Fábio Barcelos, presidente da Coopergoiás |
Com a alta do preço da carne, o brasileiro busca alternativaspara sua alimentação: frango e ovos são as primeiras delas. O peixe vem logo na sequência.
Tradicionalmente o final de ano o consumo maior é mesmo de carnes e aves, o peixe é consumido em maior quantidade na semana santa. No entanto, o ano de 2019 foi um dos piores para a piscicultura brasileira, principalmente para os produtores de tilápia.
"A tilápia chegou a ser comercializada em 2018 a R$ 5,20, no entanto, uma crise na comercialização derrubou o preço para R$ 4,30, praticamente inviabilizado os produtores. Mesmo com preços muito baixos, os produtores ainda assim, não encontravam compradores e quando encontrava era a prazo de 30, 40 dias para pagar. Foi a farra dos frigoríficos, que derrubaram os preços e tiraram muitos produtores do mercado. Como consequência, os produtores deixaram de repor o peixe e muitos abandonaram a atividade, hoje nem pagando R$ 5,70 a vista, eles encontram tilápia para comprar." Afirma Fábio Barcelos, presidente da COOPERGOIAS - Cooperativa dos Produtos de Peixes do Estado de Goiás.
Os frigoríficos ficaram com as câmaras frigoríficas lotadas de peixes, que geralmente são comercializados na semana santa. O problema é que, com a redução na produção, os frigoríficos estão com muita dificuldade de repor o estoque. Como consequência, o estoque está sendo reduzido e os frigoríficos estão esvaziando suas câmaras frigorificas mais cedo do que se imaginava.
Os consumidores ainda não sentiram o impacto da crise na oferta de peixe porque, por enquanto, os frigoríficos ainda estão queimando seus estoques. Os frigoríficos já entraram em desespero e não conseguem comprar tilápia em lugar nenhum do Brasil, como consequência, o preço subiu para R$ 5,70 e mesmo assim não conseguem comprar, simplesmente porque não tem peixe gordo em lugar nenhum.
Já está faltando peixe para os frigoríficos e logo irá faltar peixe para o consumidor, principalmente na semana santa. A alternativa será importar peixes, mas com o dólar em alta, o preço também vai subir muito. Além do mais, a maioria dos peixe importados vem da China, onde é produzido em águas de baixa qualidade, sem controle sanitário na entrada deste peixe no Brasil e peixes como o Panga, considerado o porco da água, ou o intragável bagre africano. Detalhe, a importação da tilápia é proibida.
A crise se intensificará na semana santa, onde pela primeira vez na história, faltará peixe no mercado e mais uma vez a alternativa pode ser o ovo.
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