Uma menina tímida, sorridente, apaixonada por música e futebol. Quem ouve pela primeira vez a baiana Ana Clara Magalhães, mais conhecida como Cacá, demora a acreditar que aquela voz digna de grandes divas do blues e do jazz seja realmente de uma menina de apenas 12 anos de idade.
Assim como a maioria das mães, a mãe de Cacá, a advogada Izabel de Magalhães, até tentou colocá-la no ballet, quando ela tinha 4 anos de idade, mas já no segundo dia de aula, a menina entrou na sala com uma cara de quem não estava gostando nada de usar tutu, entregou as sapatilhas à professora e disse, decidida: “Não venho aqui mais nunca”.
Foi a irmã mais velha de Cacá, Maria Júlia, hoje com 19 anos, que alertou os pais: “Vocês precisam observar que Ana Clara é muito ligada à música. Ela passa o dia inteiro cantando”.
Nessa época, com apenas 5 anos de idade, Cacá costumava escutar música ao lado do avô materno, Gesner de Araújo, que tocava saxofone e ouvia muito jazz e blues. “Ela já pedia para repetir algumas músicas e meu pai começou a perceber que sempre eram aquelas que tinham uma qualidade musical maior”, diz a mãe da pequena artista.
Foi aí que os pais decidiram matricular Cacá em uma escola de música, que fica no município de Lauro de Freitas. Lá, Cacá continua até hoje fazendo aulas aula de canto, violão e piano.
Foto: divulgação/Banda Terráquea
Início da carreira – Um novo capítulo na história musical de Cacá começou quando ela conheceu o bluesman norte-americano, Lon Bové.
“Fomos na casa dele e rolou uma coisa muito linda entre os dois. Apesar da diferença de idade, teve uma sintonia, uma energia, o amor pela música. Eles começaram a tocar e parecia algo espiritual”, lembra Izabel, mãe de Cacá.
Foi aí que surgiu o convite para se tornar vocalista da Banda Terráquea, um grupo musical que mistura soul, jazz e rhythm and blues com ritmos afro-baianos, mesclando clássicos de Stevie Wonder e James Brown com a percussão do samba de roda do Recôncavo e ritmos do candomblé.
“Foi uma sinergia tão grande entre eles que a música se tornou algo muito natural para ela. Os membros da banda se tornaram uma família para Cacá. Ela é apenas uma criança e eu me preocupo muito, porque ela só tem 12 anos, mas a música é uma coisa lúdica, que sai da alma dela”, destaca Izabel.
O guitarrista Lon Bové também lembra do dia que escutou Cacá pela primeira vez. “A mãe dela me perguntou se eu dava aula de canto. Eu disse que não, mas mostrei uma cantora muito difícil de interpretar e falei: ‘Vá para casa aprender essa música e depois volte e cante’. Quando ela voltou e cantou… Fiquei impressionado. Para pegar essa música tem que ter muita dedicação e qualidade. Poucas pessoas cantam essa música, quase ninguém”, disse, surpreso.
The Voice Kids – Não é raro escutar o comentário: “Essa menina tem que participar do The Voice Kids”, quando escutam a voz de Cacá nos shows. Mas o que pouca gente sabe é que o convite já aconteceu.
“Um produtor da Globo viu um vídeo dela e me ligou. Não esperava uma ligação da Globo, achei que era algo sobre trabalho. Convidaram ela, mas não aceitei porque acho Cacá muito nova e seria uma publicidade muito grande. Ela faz a música no seio de uma família, que são os músicos da banda, que receberam ela com muito carinho. Não há nenhuma pressão. Não vejo a música como uma competição, mas algo que as pessoas fazem por amor. Quando ela tiver uma maturidade maior ela terá o poder de escolha sobre a carreira dela”, destacou Izabel.
Foto: Varela Notícias
Quando questionada sobre o caminho profissional que pretende seguir, Cacá não tem dúvidas: “Quero estudar música fora do país”, diz a menina, que tem como ídolos Aretha Franklin, Nina Simone e o baiano Raul Seixas.
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