O Estado Paralelo Soa Mais Alto: O Foguetório Que Expôs a Força do Crime em Goiânia
A homenagem sincronizada à facção no Rio revela muito mais do que fogos — revela territórios, comando e silêncio de autoridades.
O que aconteceu por volta das 22h da última terça-feira (4/11), em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo, não foi apenas um foguetório. Foi um ato de demonstração de poder, executado de forma simultânea em bairros distintos, com logística coordenada, e supostamente em homenagem a criminosos mortos na megaoperação realizada no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos.
A Linguagem do Crime
fogos simultâneos = sinal de domínio e organização.
Quem conhece segurança pública sabe:
Fogos sincronizados não são comemoração.São comunicação de guerra.
A Operação no Rio Ecoa em Goiânia
Os fogos teriam sido disparados em homenagem a seis foragidos de Goiás mortos na operação do Rio de Janeiro.
Ou seja:
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criminosos de Goiás estavam integrados à facção nacional,
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haviam se refugiado no RJ,
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e mantinham conexão com as bases criminais em Goiânia.
Isso desmonta a ideia de que o crime em Goiás seria local, isolado ou amador.
A Narrativa Oficial Caiu Por Terra
Por anos, o governador Ronaldo Caiado afirmou em entrevistas, discursos e campanhas oficiais que:
“Em Goiás não existe facção criminosa.”
“Aqui, ou o bandido muda de vida ou muda de Estado.”
O que ocorreu na noite de terça-feira contradiz frontalmente essa declaração.
A homenagem simultânea, coordenada e territorialmente marcada não é fruto de criminosos isolados, mas de estrutura organizada — uma facção.
Se não houvesse facção, não haveria coordenação simultânea em três cidades.
O slogan político não resistiu ao som dos fogos.
O Silêncio das Autoridades
Até agora:
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Nenhuma coletiva da Secretaria de Segurança Pública
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Nenhuma nota oficial da Polícia Civil
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Nenhum pronunciamento da Prefeitura
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Nenhum debate na Câmara Municipal
Porque o foguetório mostrou publicamente quem está ocupando o espaço que o Estado abandonou.
Onde Aconteceu Diz Mais Que a Notícia
Locais onde:
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O Estado aparece só com viatura passando
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E o crime aparece com presença, convivência e controle
Houve normalidade.
E quando o crime age à luz do dia — e a cidade assiste — significa que o Estado já recuou.
Conclusão
A pergunta que fica é:
Goiânia vai fingir que não viu?

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