quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Marlúcio Pereira perde direitos políticos, fica inelegível e é afastado de cargo na Prefeitura de Aparecida de Goiânia


Decisão judicial encerra carreira política e administrativa do ex-deputado por cinco anos

O ex-deputado estadual Marlúcio Pereira acaba de sofrer o mais duro golpe de sua trajetória política. Por força de decisão judicial transitada em julgado, ele perdeu os direitos políticos por cinco anos, está inelegível e proibido de exercer qualquer cargo público nesse período — o que resultou no seu imediato afastamento da função que ocupava na Secretaria de Cultura de Aparecida de Goiânia.


A medida decorre de condenação por ato de improbidade administrativa em ação proposta pelo Ministério Público de Goiás. A Justiça reconheceu que Marlúcio, em conluio com o então prefeito José Macedo, utilizou recursos públicos para autopromoção política, com distribuição de brindes contendo sua marca pessoal e slogans em evento popular, configurando desvio de finalidade e violação aos princípios da legalidade e da moralidade administrativa.


Um caso que demorou, mas chegou ao fim

Embora a sentença tenha sido proferida ainda em 2015 pela juíza Vanessa Estrela Gertrudes, apenas agora, após a rejeição de todos os recursos em instâncias superiores, a decisão passou a ser cumprida. O juiz Alex Alves Bessa, da Vara da Fazenda Pública Municipal de Aparecida, comunicou oficialmente à Justiça Eleitoral a sanção, que começou a contar em 26 de fevereiro de 2024 e vai até 2029.


Além da perda dos direitos políticos, Marlúcio e José Macedo foram condenados a devolver R$ 1.757.861,72 aos cofres públicos — valor atualizado da condenação original de R$ 929.500,00, acrescido de correção monetária e juros.

Impacto político e simbólico

A punição tem efeito devastador: Marlúcio não poderá se candidatar, assumir cargos comissionados ou exercer função pública. Seu afastamento da Secretaria de Cultura de Aparecida não é mera escolha política do prefeito — é exigência legal decorrente da condenação.


O caso serve como alerta para gestores e agentes políticos que ainda acreditam que o uso do cargo e de recursos públicos para autopromoção é um “gesto simples” ou “tradição política”. A Justiça deixou claro que não há tolerância para esse tipo de prática, ainda que ela seja travestida de ação cultural ou de comunicação institucional.

Reflexão

O afastamento compulsório de Marlúcio Pereira reforça que o combate à improbidade administrativa é lento, mas implacável. Décadas de prática política marcada pelo uso indevido da máquina pública para interesses pessoais vêm sendo gradualmente expostas e punidas. O recado está dado: quem confunde cargo público com palanque pessoal, cedo ou tarde, paga o preço — e esse preço pode ser a própria carreira política.


Nenhum comentário: