Após entrevista na rádio Transamérica do Recife, Luciano Bivar, presidente do Sport, em que assegurou ter pago “comissão” para a convocação do jogador Leomar à Seleção Brasileira, à época treinada por Emerson Leão, conseguiu um temerário holofote.
Ao não citar valores nem ao menos o nome do empresário que teria recebido o referido “agrado”, deu margem à que suas atuações no passado, até então esquecidas, viessem à tona novamente, na busca pela imprensa por seus parceiros comerciais.
Em conversa com diversos empresários do Nordeste, descobrimos alguns dados interessantes sobre o dirigente, que podem ou não levar a alguma conclusão.
Há quem diga que Bivar, que já foi até candidato à presidência da República, é conhecido como “fanfarrão” em Pernambuco, pelo recorrente hábito de mentir.
E que a referida declaração pode realmente ter sido fruto de sua imaginação, enrolando-se depois completamente para explicar detalhes que podem sequer terem existido.
Porém, existem algumas histórias que aproximam o do dirigente de um empresário que, ainda hoje, pelo menos até o período “Mano Menezes”, dava as cartas na CBF.
Trata-se de Franck Henouda que, por exemplo, teria acertado em US$ 3 milhões, numa mesa de restaurante, em Londres, a convocação de atletas ucranianos com o empresário do treinador da Seleção.
Bivar, no final dos anos 90, início de 2000, enfrentava graves problemas financeiros após apostar numa linha de aviões a preços populares, a Via Brasil, que era tratada como ônibus de luxo no Nordeste, devido a precariedade do serviço.
O empreendimento faliu, e o atual presidente do Sport ficou devendo até as calças para fornecedores.
Eis que, então, surgiu a oportunidade, como presidente do Sport, de levantar-se financeiramente em parceria com empresários de jogadores, entre eles, Franck Henouda, que sempre teve boa atuação no Nordeste.
Porém, um dos casos, o do empréstimo do lateral Edson Miolo, que chegou a jogar posteriormente no Corinthians, ocasionou sérias dores de cabeça ao dirigente.
Na ocasião, em 1999, dois anos antes, portanto, do referido esquema da Seleção com Leomar, Luciano Bivar e seu diretor de futebol, Wanderson Lacerda, acertaram com os empresários Franck Henouda e Abraão Ramos Vieira, o empréstimo de Edson para o Olimpic de Marsella, da França, em transação que rendeu aos cofres do Sport a quantia de US$ 50 mil.
Tempos depois, através de uma investigação que ficou conhecida como “Investigation OM”, descobriu-se diversas irregularidades em transações dos dirigentes franceses, com o referidos empresários.
Marcel Dibb, diretor de futebol e Henry Dimsco, manager, ambos da equipe francesa, investigados por corrupção, participaram também do negócio efetuado por Bivar.
Nesse período, a Justiça francesa divulgou dados de todas a operações realizadas, e a surpresa foi a descoberta de que apesar do Sport ter recebido apenas US$ 50 mil pelo negócio, saíram US$ 500 mil dos caixas do Olimpic.
Alertados à época da diferença gritante de valores, a oposição do Sport chegou até a esboçar uma investigação, mas até os dias de hoje não se sabe o destino do dinheiro, embora, poucos tenham dúvida sobre isso.
Muitas outras transações de jogadores, semelhantes, foram feitas no referido período, envolvendo quase sempre os mesmos nomes, seja de empresários ou dirigentes.
Fato é que o mundo do futebol, e suas negociatas, transformaram o então falido Luciano Bivar num milionário da noite para o dia.
Hoje, não é incomum ao morador do Recife encontrar o dirigente, e também sua esposa, passeando em caríssimas Ferraris, nas principais avenidas da cidade.
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