Serra de Caldas: Caiado prepara concessão de patrimônio natural e advogado anuncia ação para barrar o edital
Governador Ronaldo Caiado avança na concessão do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas; advogado Ranieri Lopes promete judicializar o caso para impedir o que chama de “privatização disfarçada”.
A joia do Cerrado sob ameaça de concessão
O Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN), uma das mais importantes áreas de preservação do Cerrado, está prestes a ser entregue à iniciativa privada. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) prepara o edital de concessão do parque, previsto para novembro de 2025, alegando que o modelo atrairá investimentos, revitalizará a infraestrutura turística e garantirá conservação.
Porém, a proposta tem sido criticada como uma forma de privatização disfarçada, que ameaça restringir o acesso da população, encarecer ingressos e expor o patrimônio ambiental a interesses comerciais.
As críticas e os riscos
A medida vem sendo recebida com forte desconfiança por ambientalistas e pela população local. Os principais riscos apontados são:
- Restrição de acesso – possibilidade de cobrança abusiva de ingressos, afastando a comunidade.
- Impacto ambiental – obras e exploração turística podem comprometer nascentes e biodiversidade.
- Perda de soberania – patrimônio natural passa ao controle de empresas privadas.
- Fiscalização limitada – risco de descumprimento das contrapartidas ambientais previstas em contrato.
A reação jurídica
O advogado Rannieri Lopes anunciou que irá ingressar na Justiça para impugnar o edital de concessão do parque.
Segundo ele, a iniciativa representa uma tentativa de “privatizar a Serra de Caldas”, em clara violação ao interesse coletivo. Para Rannieri Lopes, a concessão ameaça transformar um patrimônio público e ambiental em moeda de troca comercial, sem garantias reais de preservação e de acesso democrático à população.
O modelo repetido de Caiado
A concessão da Serra de Caldas segue a mesma lógica já adotada pelo governo estadual em outros espaços, como o Complexo Serra Dourada, que foi entregue à iniciativa privada por 35 anos.
Caiado defende que o Estado não tem condições de arcar sozinho com os custos de manutenção e que a parceria com o setor privado é o caminho da modernização. Mas críticos afirmam que, na prática, o modelo tem se traduzido em terceirização do patrimônio público, com prejuízos ao cidadão comum.
Conclusão opinativa
O que está em jogo não é apenas a gestão de um parque, mas o direito do povo goiano à sua própria história e ao seu patrimônio natural.
Se confirmada, a concessão da Serra de Caldas pode ser um marco de retrocesso, transformando um símbolo do Cerrado em ativo comercial. A iniciativa de Ranieri Lopes de levar o caso à Justiça pode ser o primeiro passo para evitar que a Serra seja reduzida a negócio privado.
A pergunta que fica:
👉 A Serra de Caldas será preservada como bem público ou vendida em parcelas ao capital privado?
📌 O Blog do Cleuber Carlos seguirá acompanhando a movimentação política e jurídica sobre o caso.


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