A crise política no Paço Municipal de Goiânia ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (25/8). O prefeito Sandro Mabel (UB) exonerou Diogo Franco do comando da Secretaria de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Agricultura e Serviços. A decisão, assinada às 16h31 e publicada no Diário Oficial do Município, pegou de surpresa aliados e adversários.
O elo entre os irmãos Franco
Diogo Franco não era apenas um secretário qualquer. Ele é irmão do vereador Igor Franco (MDB), líder do prefeito na Câmara Municipal e um dos principais articuladores da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa Gyn, oficializada na última sexta-feira (22/8).
O detalhe não passa despercebido: ao mesmo tempo em que o Executivo perde um secretário estratégico, a base de Mabel na Câmara ganha relevância com a condução da CEI que promete expor contratos, gastos e possíveis irregularidades do programa de limpeza urbana.
Exoneração ou afastamento estratégico?
A grande dúvida que paira é se a saída de Diogo Franco foi resultado de divergências internas, desgaste político ou apenas uma manobra para blindar o governo em meio ao avanço da investigação parlamentar.
Setores da Câmara já enxergam na exoneração um movimento preventivo do prefeito para evitar acusações de favorecimento ou conflito de interesses — afinal, não seria sustentável manter um irmão de protagonista da CEI em cargo de primeiro escalão
O risco de isolamento político
O gesto de Sandro Mabel, porém, pode sair caro. Ao exonerar um aliado tão próximo do seu líder na Câmara, o prefeito pode estar abrindo espaço para fissuras dentro da própria base. O MDB de Igor Franco terá força para conduzir as apurações da CEI, mas pode usar a exoneração como argumento de que o prefeito busca controlar danos em vez de enfrentar a investigação de frente.
O que está em jogo
A CEI da Limpa Gyn não é apenas mais uma comissão. Ela toca em contratos milionários, aditivos suspeitos e denúncias de má execução do serviço de limpeza urbana — um dos pontos mais sensíveis da gestão Mabel.
Se as investigações avançarem e revelarem irregularidades, a exoneração de Diogo Franco pode ser lembrada como a primeira peça derrubada no efeito dominó que ameaça a estabilidade do governo.
📌 Leitura política:
A saída de Diogo Franco mostra que a gestão Mabel começa a ceder à pressão da Câmara. É o sinal amarelo de que o prefeito, que chegou prometendo firmeza empresarial, começa a governar acuado por escândalos e pela força dos vereadores.

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