terça-feira, 26 de agosto de 2025

O Lixo Político da Limpa Gyn


Em Goiânia, não é apenas o lixo das ruas que incomoda: o verdadeiro entulho está nos bastidores de um contrato milionário que fede a irregularidade

A Prefeitura de Goiânia transformou a promessa de modernização da limpeza urbana em um contrato bilionário que fede mais que lixão a céu aberto. O Consórcio Limpa Gyn, que deveria ser a solução para a coleta de lixo e varrição mecanizada, já consumiu mais de R$ 509 milhões em pouco mais de um ano. E o pior: a conta pode bater a casa dos R$ 740 milhões em dois anos.


Não bastasse o valor estratosférico, os dois aditivos contratuais aprovados sem transparência somaram quase R$ 23 milhões, inflando ainda mais a fatura que sobra, como sempre, para o contribuinte goianiense.

📌 O lixo que não é recolhido

Enquanto o contrato engorda, Goiânia continua com acúmulo de lixo nos bairros, falhas gritantes na coleta seletiva e caminhões que circulam sem cumprir rotas integrais.

O cidadão paga caro, mas recebe um serviço sujo, mal feito e de qualidade duvidosa.

📌 O entulho escondido nos bastidores


A Comurg foi retirada da jogada e substituída pelo consórcio sem transição adequada. Ao mesmo tempo, vereadores denunciam que planilhas de custos, rotas e relatórios financeiros nunca chegaram à Câmara.

Ou seja: a prefeitura terceirizou a limpeza das ruas, mas escondeu a sujeira debaixo do tapete político.

📌 O cheiro de favorecimento


Há denúncias de que maquinário e funcionários do consórcio foram usados em serviços privados, fora do escopo do contrato.

E para completar, o segundo aditivo de R$ 8,9 milhões gerou impacto mensal de quase R$ 375 mil a mais — sem estudo técnico independente que justificasse o aumento.


Isso não é mera falha administrativa: tem cheiro de favorecimento e conluio.

📌 A CEI da Limpa Gyn

Instalada em agosto, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) nasce com a missão de investigar esse contrato. Mas aqui está o dilema: será que a Câmara terá coragem de enfrentar os interesses milionários por trás da sujeira?

Ou vamos assistir a mais um roteiro conhecido, onde a CEI termina em pizza, e o lixo — físico e político — continua se acumulando em Goiânia?

📌 Conclusão

O caso Limpa Gyn expõe a essência da gestão pública na capital: um sistema que terceiriza serviços, multiplica contratos, engorda empresários e entrega miséria ao povo.

Se Goiânia está mais suja, não é por falta de coleta. É porque o lixo político se mistura ao lixo urbano.

E, nesse enredo, quem paga a conta é sempre o mesmo: o cidadão.

Nenhum comentário: