quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Daniel Vilela deve descartar Paulo do Vale e escolher José Mário para vice-governador

Nos bastidores da política goiana, um movimento silencioso começa a ganhar corpo e promete reconfigurar o tabuleiro de 2026. O nome do ex-deputado federal e atual presidente da FAEG, José Mário Schreiner, surge com força para ocupar o espaço de candidato a vice-governador na chapa de Daniel Vilela (MDB). Essa escolha, se confirmada, significará o descarte de uma ambição antiga: a do ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, que sempre trabalhou para estar nesse posto estratégico.

Paulo do Vale: o sonho que pode virar frustração

Paulo do Vale deixou a prefeitura de Rio Verde em 2024 após oito anos de mandato e, desde então, se manteve próximo ao núcleo do MDB, com a expectativa de ser recompensado com a vice de Daniel Vilela. A ascensão de Wellington Carrijo, seu sucessor, parecia reforçar sua influência. Mas, a política é dinâmica — e impiedosa.


Ao que tudo indica, o prefeito que construiu seu capital político com investimentos em educação e boa relação com as forças de segurança pode ser preterido, vítima de um jogo maior: a necessidade de Daniel Vilela ampliar pontes com o setor mais poderoso de Goiás — o agronegócio.

José Mário: o agro na mesa de Daniel

José Mário não ocupa mandato eletivo, mas seu peso político é inegável. Como presidente da FAEG/SENAR e vice-presidente da CNA, ele é hoje a voz mais representativa do campo goiano, setor que move a economia estadual.

Ao escolher José Mário, Daniel sinalizaria ao agronegócio que o governo de Goiás não apenas reconhece sua importância, mas também entrega espaço de poder direto.


Seria um recado claro: a vice-governadoria não é um prêmio de consolação para prefeitos do interior, mas um ativo político para dialogar com o setor produtivo mais influente do estado.

A lógica da escolha

Na política, a vice sempre foi moeda de troca. Mas, em um cenário polarizado e com a oposição se rearticulando, Daniel precisa construir alianças sólidas. O agro, com sua capilaridade e capacidade de mobilização, oferece muito mais que votos: oferece estrutura, financiamento e legitimidade social.

José Mário traz exatamente isso, além de um perfil considerado mais estável e conciliador. Diferente de Paulo do Vale, que carrega atritos locais e uma base restrita a Rio Verde, José Mário dialoga com todo o estado, de norte a sul.


Conclusão: uma escolha que é mais pragmatismo que traição

Para Daniel Vilela, a equação é simples: perder Paulo do Vale pode gerar ruídos no sudoeste goiano, mas ganhar José Mário é abrir portas em Brasília, no setor empresarial e junto às cooperativas que bancam parte relevante da economia goiana.


Se a escolha se confirmar, não será apenas um gesto de pragmatismo político, mas uma prova de que o agro é hoje o fiel da balança do poder em Goiás.


A vice-governadoria, antes vista como a coroa de Paulo do Vale, pode mudar de dono antes mesmo de a corrida começar. E, mais uma vez, a realidade mostrará que, na política, não basta sonhar — é preciso ter peso para estar na mesa


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