Fraudes no Ipasgo podem ter causado prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres do Estado
Investigações apontam que em alguns casos, exames realizados durante internações chegavam ter cobrança 50% mais cara que a média de referência do Ipasgo / Divulgação PC
De acordo com a Polícia Civil os suspeitos de envolvimento no caso, que não tiveram os nomes revelados, podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação e fraude em licitação.
A Polícia Civil, por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor), deflagrou na manhã desta quinta-feira (14/05) a Operação BackDoor II, que investiga a ocorrência de fraudes no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo). Ao todo foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PC, são alvos da operação 25 pessoas e 27 empresas. Os mandados estão sendo cumpridos em dez cidades goianos (Goiânia, Anápolis, Ceres, Aparecida de Goiânia, Inhumas, Itapaci, Jaraguá, Caldas Novas, Rialma e São Patrício) e em São Paulo (SP).
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Rocha Miranda, afirma que as irregularidades podem ter causado um prejuízo da ordem de R$ 1 bilhão. As duas empresas envolvidas prestam serviço no instituto desde o ano de 1999.
De acordo com a Polícia Civil os suspeitos de envolvimento no caso, que não tiveram os nomes revelados, podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação e fraude em licitação. Investigações dão conta que em uma licitação o mesmo servidor do Ipasgo conduziu todo o processo, inclusive na realização de pregão presencial e não eletrônico, como de praxe.
Segundo o delegado Rômulo Figueiredo de Matos, os agentes buscam por documentos, telefones celulares, computadores, entre outras provas vão apontar uma possível relação entre os investigados e o Ipasgo. Além disso, foram realizados bloqueio de bens que totalizam R$ 84 milhões.
De acordo com o delegado Maurício Passerini, entre os profissionais suspeitos de participação nos crimes estão funcionários do departamento de tecnologia da informação, faturistas e médicos. As investigações apontam também irregularidades em contratos de prestação de serviços oferecidos por clínicas, laboratórios e hospitais.
Mesmos sócios
A delegada Mágda D’Ávila explica que a empresa que atualmente presta serviços administrativos e de Tecnologia da Informação ao Ipasgo pertence aos mesmos sócios da sua antecessora. “Durante as investigações descobrimos que as duas [empresas] estão, inclusive, instaladas no mesmo prédio”, esclarece a delegada.
Ela conta ainda que a criação de outro CNPJ é em decorrência do bloqueio dos bens da antiga empresa, condenada por fraudes em contratos com a Celg. Com os materiais apreendidos nesta quinta-feira a delegada afirma que pode aumentar o rol de investigados pela Operação Backdoor II, que conta com a ação de 236 policiais e 50 peritos.
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