Lava-jato cumpre 22 mandados de prisão no Rio, dez contra deputados estaduais
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estão nas ruas para desarticular esquema de compra de apoio parlamentar do grupo da base do MDB que atua na Assembleia Legislativa do Rio. O partido comanda o estado há mais de 10 anos.
Entre os principais alvos de mandados de prisão temporária da operação de hoje estão 10 deputados da Alerj, entre eles o presidente afastado Jorge Picciani e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi.
Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, atual secretário de Governo de Luiz Fernando Pezão, é um dos alvos da Operação 'Furna da Onça', da Polícia Federal, que tem como objetivo cumprir 22 mandados de prisão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Dez deles contra deputados estaduais do Rio de Janeiro, sendo que três deles já estão presos. A ação, que aconteceu um ano após a Operação “Cadeia Velha”, que prendeu o então presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani, e outros dois deputados, xpõe um esquema de compra de votos com dinheiro de propina e distribuição de cargos iniciado no primeiro governo de Sérgio Cabral, em 2007, e mantido até hoje, de acordo com as investigações.
Homem de confiança de Pezão
Homem de confiança do governador, Affonso Monnerat, de 57 anos, é secretário de Governo desde 2012 e tem como função a interlocução com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e as prefeituras, além de ser o responsável pela articulação do gabinete do governador com as demais secretarias.
m março do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Quinto do Ouro, também parte da Lava-Jato, ele foi levado coercitivamente para depor. O secretário de Governo foi citado na delação do ex-presidente do TCE-RJ. Jonas Lopes disse que se encontrou com Pezão, já como governador, no Palácio Guanabara, para saber quem seria o interlocutor do governo para os repasses ao tribunal. Segundo o ex-conselheiro, o governador deu o nome de Monnerat. À época, o secretário de Governo afirmou, em nota, desconhecer o teor das investigações e disse que não ia comentá-las. Depois da ação, Pezão chegou a afirmar que tinha total confiança no secretário e que ele ia continuar no governo.
Affonso Monnerat chegou ao governador pelas mãos do ex-presidente da Alerj Paulo Melo (MDB), de quem foi chefe de gabinete entre 1995 e 2004. Melo, que já está preso, é alvo de novo mandado de prisão nesta quinta-feira.
Monnerat saiu do cargo no gabinete do emedebista para disputar a Prefeitura de Bom Jardim, na Região Serrana, sendo eleito e reeleito. No segundo mandato, deixou a administração municipal para se tornar subsecretário da Região Serrana. A nomeação aconteceu após a tragédia das chuvas na serra.
Monnerat responde junto com Hudson Braga , outro homem da confiança de Pezão que já foi preso pela Lava-Jato, a um processo por irregularidades na contratação de empresas para a reconstrução de pontes após a tragédia. A ação corre na Vara Federal de Nova Friburgo. Homem de bastidor, o secretário é avesso à exposição pública e evita até almoços e jantares oficiais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário