As credenciais (os “Fan Ids” da Copa) são de Vero, Mia e Diego. É como se sua vida estivesse ali, pendurada para não ser esquecida. Sua esposa e seus dois filhos pequenos, de 6 e 8 anos, morreram há dois meses em Delray Beach, nos Estados Unidos. O carro em que Veronica, Mia e Diego estavam foi atingido por uma caminhonete em alta velocidade, tirando-lhes as vidas. Eles já tinham planejado a viagem, um sonho na Rússia, juntos.
Os ingressos estavam comprados, e as camisas customizadas com o nomes das crianças. Mas nada mais fazia sentido para o torcedor mexicano. Uma ligação, no entanto, mudou tudo. Do outro lado da linha, era Guillermo Ochoa: goleiro da seleção de seu país e ídolo de seu filho.
– Meu filho, Diego, sempre sonhou jogar um Mundial. E nesse dia ele jogou. Eu levei a camisa dele, coloquei a credencial dele, e peguei a bola com a qual ia jogar a seleção do México. Nesse dia ele jogou.
Neymar se emociona e manda recado
Gilberto demonstra querer contar a história rápida de seu filho. Querer contar o quanto já tinha orgulho dele. Reviver tudo isso durante o Mundial foi sofrido, mas de certa forma, as lembranças bonitas parecem dar sentido para seguir. Diego tinha oito anos. Era apaixonado pelo América do México e louco pelo Barcelona. Torcia e jogava em uma escolinha. Entre seus ídolos, Messi e Neymar.
Um pouco distante de Moscou, onde Gilberto passou os últimos dias da Copa, Neymar ficou sabendo da história do torcedor. Da concentração da Seleção em Sochi, o camisa 10 brasileiro também se sensibilizou pela história e enviou um recado para Gilberto, a pedido da reportagem. Em espanhol, o craque disse:
Na Rússia, não é somente a lembrança do pequeno Diego que volta à sua cabeça a cada momento. A esposa e a filha estavam empolgadas para viver a experiência na Rússia.
Cada vez que passou por um museu ou pelo bonito teatro do Balé Bolshoi, lembrou delas.
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