segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Professor da UFG desmascara corporativismo de professores da Faculdade de Educação

Em artigo publicado nas redes sociais, o professor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG) Peter Fischer desmascara o corporativismo de professores da Faculdade de Educação da instituição e mostra que a fracassada tentativa do grupo de cassar o título de Doutor Honoris Causa do governador Marconi Perillo é mera hipocrisia social.


Fischer é certeiro: "A própria Universidade optou por aprovar o EBSERH como forma de gerenciar o Hospital das Clínicas que é, fundamentalmente, uma forma pública de OS". O professor aposentado mostra como se faz uma análise com verdadeiro equilíbrio: "Já existe no Estado, através da Polícia Militar de Goiás uma forma de OS onde a PM assumiu a administração de algumas escolas cujo funcionamento, se não é unanimidade entre os intelectuais, é de grande sucesso entre a população usuária das escolas", afirma.


Leia a íntegra do demolidor artigo de Fischer:


O título do Governador
Por Peter Fischer (Professor Aposentado da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG)


O Governador Marconi Perillo exerce seu mandato após eleições livres e democráticas. Sim, há muito a criticar na sua administração, sim, há muita decepção diante das muitas promessas e parcas realizações. Entretanto houve tempo em que esse governador ajudou muito a Universidade Federal de Goiás e por isso mereceu o título de Doutor Honóris Causa. Talvez hoje não merecesse o título, mas, sem dúvida, mereceu e foi aprovado em todas as instâncias da universidade. Retirar um título desses só pode acontecer por motivos extremamente graves e presentes nos termos de sua concessão.


Mas examinemos as razões de querer retirar esse título. Tudo começa com a proposta, por parte do governo, de mudar a administração escolar de Goiás introduzindo a figura das Organizações Sociais. Essa figura jurídica foi criada pela Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, e que foi julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente, portanto nada ilegal.


Já existe no Estado, através da Polícia Militar de Goiás uma forma de OS onde a PM assumiu a administração de algumas escolas cujo funcionamento, se não é unanimidade entre os intelectuais, é de grande sucesso entre a população usuária das escolas.


A própria Universidade optou por aprovar o EBSERH como forma de gerenciar o Hospital das Clínicas que é, fundamentalmente, uma forma pública de OS.
A política educacional nas áreas destinadas às OS, são da responsabilidade e competência do Estado de Goiás, portanto não exorbitou o Sr. Governador ao definir sua competência na área.


A invasão das escolas públicas por alunos e demais ajudantes como forma de protesto, nada democrático nem ordeiro, foi assistido pelo poder público com paciência e tolerância esperando que, pelo diálogo e o cansaço, os alunos retornassem à normalidade, e foi o que aconteceu na maioria das escolas, mas não naquelas onde a radicalização aprofundou e floresceu. O vandalismo, a destruição de bens públicos e a suspeita de roubo de materiais pertencentes ao estado culminaram com a necessária intervenção policial para a reintegração de posse conforme a lei.


Do nada, aparece a figura do Professor Rafael Saddi Teixeira junto com os estudantes, na atividade de resistência à lei e acabou sendo preso como devem ser todos que, perturbando a ordem, desobedecem à lei.


O professor Saddi não estava na ocupação representando a Universidade, estava lá por suas convicções ideológicas por um ato voluntarista de sua exclusiva responsabilidade. Quando preso, pelo fato de ser professor da UFG, foi assistido, como colega, mas sem envolvimento da universidade a favor de seus atos. Que isso fique bem claro.


Por que, então, a Universidade deveria caçar o título do governador? Só se fosse para convalidar o ato de rebeldia explícita de um professor representando a si próprio num assunto que ainda está em discussão na universidade, as OS.


Existe um núcleo radical, antidemocrática e desrespeitoso que confunde o direito do debate com manifestação barulhenta, radical e mal-educada que se faz presente para impor suas ideias pelo bem ou pelo mal. Estão presentes nas assembleias da ADUFG, ofendendo e constrangendo professores, estavam presentes na aprovação pelo CONSUNI da EBSERH com tambores e gritos sob o comando de professores tentando intimidar um conselho que tem representatividade e legalidade para decidir.
E estavam lá agora para tirar o título do governador e fazer da UFG um palhaço na mão de manipuladores.


Infelizmente a grande maioria dos professores não está percebendo a gestação dos ovos da serpente que poderão eclodir e devorar a todos....

Nenhum comentário: