Que no Brasil os portadores de necessidades especiais são esquecidos e sofrem para se locomoverem não é nenhum novidade.
Porém o que aconteceu ontem no aeroporto deFoz do Iguaçu evidencia o quanto este país precisa evoluir neste quesito.
A executiva Katya Hemelrijk da Silva, de 38 anos sentiu na pele, ou melhor no corpo inteiro, o descaso e a falta de estrutura dos aeroportos administrados pela Infraero e principalmente da Companhia Aérea GOL.
Ela simplesmente teve que se arrastar ao longo de uma escada para conseguir embarcar em uma aeronave da GOL no aeroporto de Foz do Iguaçu. Em um país que acabou de sediar uma Copa do Mundo e se prepara para receber uma Olimpíada e uma Paraolimpíada em 2016, a situação beira ao absurdo.
Katya é portadora de uma rara doença chamada Osteogenese Imperfeita, ou mais comumente conhecida como Síndrome dos Ossos de Cristal. A doença deixa os ossos frágeis. Katya se locomove através de cadeira de rodas.
Para embarcar na aeronave com segurança, o aeroporto de Foz do Iguaçu, como muitos outros no país não tem ponte de embarque, precisava de um equipamento especial para entrar na aeronave – no caso o Stair Trac ou Ambulift.
Na falta do equipamento funcionários da GOL se ofereceram para carregá-la no colo, o que foi recusado pela passageira devido ao risco dela se machucar com gravidade em caso de queda ou caso a levassem de forma inadequada. A outra alternativa seria aguardar o equipamento de auxílio, o que demoraria cerca de 4 horas e consequentemente ela perderia o vôo.
Diante da falta de opções Katya resolveu se arrastar pela escada por intermináveis 5 minutos para que ela conseguisse subir à aeronave.
Depois do ocorrido a GOL emitiu nota lamentando o episódio e prometendo tomar alternativas para que o fato não torne a se repetir. Já a Infraero lavou as mãos e declarou que “procedimentos de embarque e desembarque são responsabilidade das empresas aéreas”. Se é assim porque ela cobra então dos passageiros taxa de embarque?
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