BRASÍLIA - Com mais dívidas e com a renda apertada por causa da inflação, o brasileiro sacou mais dinheiro do que aplicou na caderneta de poupança em abril. Segundo os dados do Banco Central, divulgados nesta quarta-feira, foram retirados R$ 1,3 bilhão a mais do que foi depositado da aplicação mais popular do país. Desde 2011, não havia um resultado negativo em meses de abril.
Além da inflação, que corrói a renda do trabalhador e diminui o dinheiro que sobra para poupar, os juros também influenciaram esse resultado. Como o Banco Central eleva – desde abril do ano passado – a taxa básica para conter o aumento de preços, deixa os fundos de investimento em renda fixa mais atraentes.
Em busca de uma rentabilidade maior, os grandes investidores começaram a refazer as contas. Por mais que a caderneta de poupança seja imune ao Imposto de Renda, fica mais vantajoso para aplicadores de peso regressarem à renda fixa porque têm acesso às taxas de administração mais baixas quando investem em títulos públicos.
No entanto, isso ainda não é vantagem para os pequenos, que mantém os depósitos na poupança. A caderneta não garante ganhos reais ao poupador. Pelo menos tenta blindar o dinheiro do trabalhador da inflação. Enquanto o IPCA está em 6,15% nos últimos 12 meses, a caderneta de poupança rende apenas 6% ao ano, mais TR.
Atualmente, o brasileiro tem cerca de a R$ 615 bilhões. Sobre esse valor, os bancos pagaram nada menos que R$ 3,4 bilhões de rendimentos somente no mês passado.
Fonte: Jornal O Globo
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