O discurso de modernização e eficiência na aplicação da chamada taxa do agro começa a ganhar contornos preocupantes. O que deveria ser um marco de infraestrutura rural em Goiás, pavimentando rodovias e fortalecendo o setor produtivo, pode se transformar em um caso clássico de aparelhamento institucional e favorecimento político.
No centro da polêmica estão dois nomes fortes do agronegócio goiano: José Mário Schreiner, presidente da FAEG e vice da CNA, e Armando Leite Rollemberg Neto, atual presidente do IFAG.
O fundo bilionário sem licitação
O Fundeinfra movimenta cifras astronômicas — quase R$ 2 bilhões oriundos da contribuição compulsória do agro. Esses recursos, que deveriam ser aplicados de forma transparente e com processos licitatórios rigorosos, foram destinados ao IFAG (Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás) por meio de convênio com o Governo de Goiás.
Na prática, isso significa que o IFAG, presidido por Armando, terá poder de contratar e executar obras rodoviárias sem licitação prévia, sob o argumento de dar “agilidade” às obras.
A justificativa pode até soar técnica, mas abre uma avenida para suspeitas de direcionamento e uso político dos recursos.
A ligação direta entre Armando e José Mário
A suspeita de favorecimento se acentua porque a ascensão de Armando Rollemberg à presidência do IFAG foi articulada dentro da própria estrutura da FAEG, liderada por José Mário Schreiner.
Ambos já trabalham juntos em eventos institucionais e na condução de projetos estratégicos, como o Ifag Infra GO, onde apresentaram dados de rodovias e pavimentações como se o instituto fosse uma extensão do Sistema FAEG/SENAR.
Na prática, o que se desenha é uma concentração de poder e recursos em um mesmo grupo, que agora controla o caixa e a execução das obras, sem histórico comprovado na área de infraestrutura rodoviária.
O pedido de R$ 1 milhão ao governo
O desgaste aumentou quando José Mário solicitou ao governo estadual R$ 1 milhão para montar a estrutura de funcionamento do IFAG. O contraste é gritante: uma entidade que vai administrar bilhões pediu dinheiro público para montar um simples escritório.
Esse gesto reforça a suspeita de que o fundo, em vez de ser a solução para o setor, pode se tornar um instrumento de barganha e dependência política.
O risco político em 2026
Se for confirmado como vice na chapa de Daniel Vilela, José Mário levará consigo esse passivo político. O discurso de líder técnico e de confiança do agro pode ser corroído pela narrativa de que indicou aliados para gerir bilhões sem licitação e montou um esquema fechado, longe do crivo da concorrência pública.
Armando, por sua vez, pode ser acusado de assumir um posto estratégico mais pela lealdade a José Mário do que pela experiência na execução de obras viárias. E essa percepção é devastadora em um momento em que a sociedade exige mais transparência e menos “cartórios” políticos.
Conclusão: de guardiões a suspeitos
O que era para ser vendido como um case de eficiência do agro em Goiás corre o risco de se transformar em um escândalo de gestão e favorecimento.
José Mário e Armando, que deveriam ser os guardiões da boa aplicação dos recursos, já são vistos sob a sombra da suspeita. E, no jogo da política, essa mancha pode custar caro — tanto no futuro do fundo quanto no projeto eleitoral de 2026


Um comentário:
O governador está apenas ajudanfo o presidente da FAEG a se eleger para canara federsl,ano que vem. É um cumpadrio asqueiroso e imoral com uso de dinheiro publico e que ate agora não incomofou o Poder Judiciario que assiste impassivel a raposa cuidando do galinheirocmm.
Postar um comentário