quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Caso do Assassinato do Jogador Daniel Correia - Família Está Mentindo

A investigação do assassinato do jogador de futebol Daniel Correia teve outro capítulo nesta última terça-feira, 6.

Após colhidos os depoimentos pela Polícia Civil de Cristiana Brittes e Allana Brittes, o delegado do caso, Amadeu Trevisan, crê na possibilidade de a família estar mentindo.

Além dos depoimentos, uma possível coação de testemunhas e o resultado da perícia de Daniel auxiliaram o delegado a tirar essa conclusão.

Cristiana e Allana fizeram o depoimento à polícia na última segunda, 5.



Já o depoimento de Edison, o “Juninho Riqueza”, foi adiado para esta quarta-feira, 7.

O motivo do adiamento se deu porque o advogado de Juninho, Cláudio Dalledone Junior, não compareceu à delegacia nesta terça, 6.
Inferência policial

“Já conseguimos reconstruir tudo que aconteceu na casa no dia do assassinato. Vamos ouvir mais algumas testemunhas e teremos o depoimento do Edison”, explicou Trevisan. 

O delegado acredita que o crime já está resolvido.

De acordo com Trevisan, não existe provas de que Daniel estuprou ou teria tentado estuprar Cristiana.

Além disso, o delegado discorda da versão da família Brittes, segundo a qual Edison teria agido por “violenta emoção”.

“Temos que observar o lapso temporal (do crime)” disse Trevisan.

“Edison teve tempo de espancar a vítima, de pegar uma faca, colocar a vítima no porta-malas e se deslocar até o local do crime. Não houve violenta emoção”, finalizou.

Laudo cadavérico de Daniel

Trevisan também trabalha para indiciar a família por crime qualificado.

Isso porque a polícia já tem a informação do laudo cadavérico de Daniel.

Conforme a perícia, o ex-jogador apresentou 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue.

O laudo confirma também a ausência de drogas no corpo da vítima.  Daniel apresentou na perícia um alto teor de álcool no sangue | Foto: Marcello Zambrana/AGIF

“É uma dosagem muito alta, que prova que Daniel não tinha a menor capacidade de reagir às agressões”, esclareceu o delegado.

Depoimento de Cristiana e Allana

Cristiana Brittes confirmou a versão apresentada pelo marido em entrevista.

Segundo Cristiana no depoimento, Daniel estava deitado por cima do seu corpo de cuecas quando ela acordou e gritou. “Ele dizia: ‘Calma, é o Daniel'”, disse Cristiana.

Ainda no depoimento, a esposa de Edison contou que Daniel estava com o pênis ereto, e que o esfregava no corpo dela.

Além disso, Cristiana afirmou que Edison foi o primeiro a entrar no quarto, quando ele arrombou a porta. 
Allana, em depoimento, disse que que ouviu gritos e correu até o quarto dos pais. Ao chegar no local, se deparou com Edison segurando Daniel pelo pescoço.

Como no depoimento da mãe e na entrevista do pai, Allana confirmou que Cristiana denunciava a tentativa de estupro por parte de Daniel. A

Mais pessoas envolvidas

Os outros suspeitos, que até então eram desconhecidos, foram apresentados pelo delegado.

Foram citados David Willian Vollero da Silva (18 anos) e Igor King (19), amigos de Allana. Um quarto suspeito é primo de Cristiana, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva (19).
Encontro com as testemunhas

Uma das testemunhas confirmou um encontro com a família Brittes em um shopping, no dia 29 de Outubro.

E é justamente neste encontro que o delegado acredita que a família coagiu as testemunhas a prestarem um único depoimento à polícia.

“Houve a coação de testemunhas em um shopping”, declarou o delegado.

“Cristiana, Allana e Edison se reuniram com a testemunha em um shopping, onde o Edison pede para que eles fechem uma história só. Eles queriam tirar algumas pessoas que estavam na casa do rol de testemunhas. O Edison é muito claro, e ele alerta, adverte, ameaça a testemunha que não poderia romper aquele elo”, adicionou Trevisan.

Na versão combinada, Daniel teria visto o portão aberto pela manhã e foi embora sem avisar ninguém. Posteriormente, teria aparecido morto.
“Ele (Edison) manteve essa história de que eram amigos, que havia saído pelo portão, até o momento de que a polícia não sabia quem eram os autores. Ele mudou a versão dele. Enquanto só tinha um cadáver no chão. Depois de levantada essa testemunha, mudou essa versão para uma violenta emoção”, declarou o delegado.

“A família tentou modificar toda a primeira história em uma fraude processual inconteste, em uma coação de testemunhas. Iremos mostrar isso após a oitiva das testemunhas agora no período da tarde”, afirmou Trevisan.

Mais quatro testemunhas devem ser ouvidas.



“Devemos ouvir quatro testemunhas, importantes, que estavam na casa após a balada”, finalizou o delegado.

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