
Além do desembargador, foram presos dois empresários e um advogado, que eram amigos e estavam no mesmo grupo. Os quatro foram ouvidos e liberados após pagarem fiança no valor de um salário mínimo cada.
A Polícia de Meio Ambiente chegou até o grupo após dois meses de monitoramento. A apuração foi iniciada após uma denúncia anônima.
O setor de inteligência da Polícia de Meio Ambiente identificou que, nesse período, o grupo de amigos esteve várias vezes na região de Porto Cercado, na cidade de Poconé, município localizado a 104 km de Cuiabá. A última viagem deles para o Pantanal ocorreu na última quinta-feira (18).
A polícia identificou que, entre o dia em que chegaram até o fim de semana, o grupo permaneceu no local pescando. Eles contavam com a ajuda de uma rede de pescadores da região para que, após a pesca, realizassem a limpeza e o corte de algumas espécies, cuja a captura é proibida, com objetivo de obstruir a identificação dos animais, caso fossem pegos.
"Na manhã desse domingo, por volta de 8h, identificamos que o grupo estava embarcando em um monomotor particular, pertencente a um dos empresários, com destino a Belo Horizonte", explicou o tenente Mendes Júnior, da Polícia Ambiental do Mato Grosso.
Após interceptar o monomotor, os militares vistoriaram o interior da aeronave e encontraram o carregamento de pesca. Os peixes, que deveriam ser transportados em caixas térmicas, eram carregados em malas térmicas, semelhantes às usadas para levar roupas, com o objetivo de levantar menos suspeitas.
"As carnes do jacaré e do dourado estavam descaracterizadas. Já estavam limpas e cortadas. Os outros peixes estavam fora da medida prevista por lei", lembrou o tenente.

Durante a prisão, segundo informou a polícia, o desembargador e os amigos alegaram não saber que estavam transportando peixes proibidos. Porém, a polícia não acredita na versão.
"Era um grupo fechado de amigos. Eles viajaram juntos, no mesmo avião. Era impossível não saber. Eles pescaram e estavam tentando sair do flagrante", afirmou o tenente.
O piloto e o copiloto da aeronave foram liberados, uma vez que a polícia entendeu que eles apenas cumpriam suas tarefas de trabalho.
O desembargador e os amigos foram para a delegacia Polícia Civil de Poconé, onde o caso será investigado. Os integrantes do grupo pagaram fiança, foram liberados e retornaram no mesmo dia para Belo Horizonte na aeronave de um dos empresários.
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