Em política existe o mito de que o segundo turno é uma nova eleição. Não é. Os dois candidatos que passam para etapa final da disputa levam consigo ganhos, perdas e desgastes de meses de campanha. Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) não chegam em condições iguais para a reta final da corrida ao Palácio das Esmeraldas. O governador abriu vantagem de 550 mil votos no primeiro turno e elegeu uma base de deputados estaduais e federais significativamente maior que o seu adversário.
O tucano foi o candidato mais bem votado em 232 dos 246 municípios. Encurtou para quatro pontos a vantagem que Iris teve sobre ele em Goiânia nas últimas eleições. Em Anápolis, o ex-governador do PMDB repetiu o desempenho ruim de sempre e amealhou apenas 4,59% dos votos. A julgar pela histórica simpatia dos anapolinos por Marconi, a situação não deve se alterar no segundo turno. Além disso, o governador venceu em todos os municípios do Entorno do Distrito Federal, segunda região mais populosa de Goiás. Na contagem final, 1.451.300 votos contra 898.645.
Na eleição dos deputados estaduais e federais, o PMDB teve um desempenho pior do que em 2010. As urnas também mostraram que o exército de Marconi é muito mais forte do que o de Iris. A coligação da base governista teve 2.008.437 votos na disputa para deputado federal, enquanto a coligação do PMDB teve 569.356. De um lado, os marconistas elegeram 14 parlamentares para o Congresso Nacional. De outro, os iristas emplacaram apenas três. Detalhe: a esposa do candidato a governador, Iris de Araújo (PMDB), ficou da fora da lista.
A bancada do PMDB na Assembleia também desidratou. Passou de sete deputados estaduais eleitos em 2010 para cinco este ano. Só o PSDB, partido de Marconi, teve 656.815 votos, enquanto os peemedebistas tiveram 370.815. A base aliada ao governador emplacou 30 dos 41 parlamentares na nova legislatura, número mais do que suficiente para garantir a governabilidade a Marconi.
Prefeitos
Além dos candidatos a deputado, que agora devem se concentrar exclusivamente na campanha majoritária, o tucano também terá o apoio de um exército de prefeitos espalhados pelo Estado afora, muitos deles do PMDB e do PT. A base de Iris, que diminuiu bastante de tamanho no interior, está concentrada em Goiânia e Aparecida. O problema é que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), vai só atrapalhar se decidir pedir votos para o seu padrinho político. Já o prefeito de Aparecida, Maguito Vilela (PMDB), tem uma estreita amizade com Marconi e neste primeiro turno demonstrou pouco entusiasmo com a postulação de Iris.
Ao lado de Marconi também estão dezenas de secretários da administração estadual, cuja especialização em suas respectivas áreas de atuação será fundamental para estabelecer paralelos comparativos entre o que Marconi e Iris fizeram pelo Estado. Exemplo disso é o presidente da Agência Goiana de Obras e Transportes Públicos (Agetop), Jayme Rincón, escalado para desmentir a falácia de que Iris construiu oito mil km de estradas, quando na verdade foram 3.026 km.
Por fim, mas não menos importante, Marconi surfa na onda que levou Aécio Neves (PSDB) para o segundo turno da disputa presidencial e que deve alçá-lo à liderança da disputa já nas próximas pesquisas. Marconi e Aécio defendem o mesmo modelo administrativo, pautado na melhoria dos serviços públicos e na modernização da gestão.
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